Carnaval em Madureira-1924- Tarcila do Amaral
O sambista
jamais esta fora de moda.
Como o samba de roda
de bater na mão.
Mesmo que se cante
agora marmota,
um mal samba
sem nota,
bastante idiota,
sem fé, sem excitação.
Roubaram o nome bonito,
pagode.
Fazendo a mesmice
de um canto ladrão.
Quero mesmo é saber
se a carola sacode,
aonde os novos Cartolas
das sombras virão.
Se o samba agoniza,
pode crer não morre.
Ocorre nas veias,
ruma ao coração.
Se os tolos não sabem,
onde fica o Estácio.
De Ismael
não duvido,
jamais saberão.
Bom samba resiste
como por pirraça,
Juntando quem o faça,
tristeza e paixão.
Se alguns esqueceram
os cantos da raça,
podem ir a Portela
e reaprenderão.
Aqueles que cantam
um Samba babaca,
Sempre devem,
enfim, temer o cavaco.
Porque o samba
não é uma falsa bravata,
bola sete é em vão
quando escapa do taco.
Portela querida ,
escola de águia,
quero ver esse azul
de novo campeão.
Com um samba que faça
rodarem as saias,
enchendo de alegria
a nova geração.
Samba tem mesmo,
que fazer sentido,
ser ouvido no peito,
falando à razão.
Pois senão,
será só um canto perdido,
um vazio,
um hiato,
uma ilusão.
Samba frio é trégua
não pede passagem,
cantam todos,
ou levanta a multidão.
O sambista nega
essa falsa roupagem
Refazendo o feitio
em forma de oração.
http://www.mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário