Fotografia: Movimento de fé- Ana Mokarzel
O camelô levou muita porrada
Pedras portuguesas no chão
Perdeu féria confiscada
Quinquilharia no camburão
O cambista furou fila por nada
Bilhete falso nas mãos
Churrasquinho de gato na entrada
Um segurança pediu perdão
Tumulto na fila complicada
O bicho é contravenção
O show acaba de madrugada
A volta é sem condução
Alguma coisa parece errada
Nã, nã, nã, nã, nã, nã, não
A boca já foi fechada
Não entra mais Camarão
Um carro fechou calçada
Aguarda um guarda e talão
A coisa está animada
Tem cerveja de latão
Ensino público é nada
Lá não se aprende a lição
Se não tem chá com torradas
Vamos de graxa no pão
Aquela falta foi cavada
E claro, o juiz é ladrão
O jogo é carta marcada
Apareceu no telão
Também mineral gelada
Amendoim no carvão
Sai por cinco e mais nada
Lei seca é o X da questão
Bolacha doce ou salgada
Pra chuva tem familhão
A moça tem namorada
O moço tem solidão
No Leme às quartas pelada
Poesia é pura paixão
A lua foi camarada
Violência é mundo cão
Carteira foi expropriada
Algazarra é confusão
Agora não tem escada
para subir no Alemão
Agora não tem escada
para subir no Alemão
A noite segue a balada
O beijo é boca e tesão
Eu disse que esta errada
Mas ela é de opinião
O amor é de madrugada
Nessa festa de salão