Sei que não houve muita infância, estava ocupado com as vicissitudes, coisas adultas que vieram antecipadas, mas não por vontade própria; O instinto de sobrevivência tem domínio maior.
Também não tive a pertinência, no que concerne a ser adolescente. Quando essa fase chegou, já estava sério demais , estava amadurecido antes do tempo, por efeito estufa.Crescer rápido nos torna exóticos e insignificantes, uma personalidade inadaptada à história comum.
Como adulto versejei senilidades. Senil, virei o senhor do que é meu rosto, essa escultura vincada, de inverno e calor. Foi o que formou meu gosto inadequado à pressa desumana.
Como senhor desse destino procuro agora o menino, mas já não houve!
Não se repõe tempo passado, inútil desatino, pois Kronus come seus filhos.
Serei inacabado sempre!
Minha história toda tem as partes embaralhadas, como cartas fora do lugar, comum também ás minhas ideias. Serei inacabado sempre!
Das ruas aonde andei, eu me fiz mais pura cria urbana, sou criado da necessidade.
Homem feito à face da minoria. Que é essa minha história, essa é minha poesia, buscar uma lógica harmonia dentro do universo das diferenças. Isso é a mais assustadora inquietude.
O tempo deserda a idade na sua passagem mais profunda mundo a fora.
Depois fica consolidada a memória, com suas fissuras e mutilações existências no inesquecível entre vencedores e vencidos.
Elas ocupam o lugar histórico, compõem feição, fisionomia salgada de suor.
Por dentro de um mar aonde nunca houve calmaria, o tempo faz morada de finitude guardada, lá na arrebentação.
Vitória é conseguir a achar alegria enganando a tristeza, essa tão alérgica senhora.