Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

domingo, 15 de janeiro de 2023

Personal


Meu corpo é uma taça trincada , ele é uma casca de ovo. Meu corpo é a fragilidade da comunidade , meu corpo é o corpo do povo, no exercício organizado  do instituto. É meu corpo a pista do palácio da avenida Brasil, meu corpo é vital , meu corpo é viril,  é etc… é coisa e tal . Não é luto, é luta, é isso meu corpo !  Para algumas foi gostoso, para outras foi fatal.  Meu corpo não é senhor de mim, meu corpo sou eu, e eu sou assim. Tenho que vencer limites, tenho que respeitar  seus clics , tenho que ouvi-lo enfim. Pelo meu corpo passam pessoas que o conhecem no tempo, mas ele aparece ao vento.  Ele,  sendo eu diferente,  pode também ser lamento , pode também ser saudade . Meu corpo, para viver, invade uma outra comum realidade,  e resiste, e insiste , e goza. Sendo corpo de um poeta meu corpo é verso, meu corpo é prosa, ele guarda o perfume da rosa por onde ousa passar . Meu corpo curva involuta,  é corpo de resistência,  esse corpo de dificuldades filhas da puta que a vida resolveu me dar. Esse corpo guarda com especial carinho quem pelo meu caminho , de alguma forma fez-se dele destino, fez-se dele,  participar.  É assim que a vida é, bela, gostosa e canora. Vida que é professora aonde se revele .  Pode ter nome difícil, pode ter nome de fado, pode, como corpo também é pele , ser agradecimento, pode ser agraciado . Se pode, e é corpo de fato , ser muito, muito mesmo ,obrigado  ao sensível mestrado que será sempre lembrado   Com o nome Danielle. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Resistência

 

Todo deficiente físico é resistência . Sofre algum tipo de exílio interno , em maior ou menor grau, na relação inversa ao grau de inclusão social a que tenha acesso ao longo da sua existência. Tem que Forjar, assim, seu  jeito para  conseguir compor dignidade na  ímpar experiência na história. Sintático, se constrói como elemento inédito, o diferente humano nas relações formais das sinapses. Imagético, inadequado na multidão do senso comum. Semântico do imaginário desconhecido, é um enigma no universo interpessoal, cuja ética é  tradução dominante e pragmática do que é sabido. A Exclusão é forma agressiva de desumanidade e define os espaços de poder no limite de produção  da indiferença hegemônica.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Raciocinando com o irrecional

  Salvador Dali


O conceito de raciocínio irracional é o contracenado nas redes sociais.  As manipulações das emoções são alargadas nas intervenções atuantes dentro das fragilidades psíquicas e sociológicas da cidadania. As informações controladas pelo poder dessas redes de origem externa contrastam , pactuam, reproduzem e distribuem a cultura libertária da economia digital no ideário do neoliberalismo, no seu modo hobbesiano. Por outro lado, o conceito de economia moral das chamadas Big tecs  web, num rasgo de vento num pedaço do tempo, no sopro das nuvens, mais calmo ou mais rápido,  é sempre mais lento no lastro moral . É nesse a jato de contrassenso que é feito o fato liquefeito do "novo" digital, o afeto interpessoal e as interpretações paralelas, tão pertinentes á solidão contemporânea. Supostamente irreais , trafegam nas nuvens virtuais e transformam de fato a história humana no poder real da concentração de dados e na reorientação da realidade de vida  das pessoas, arrastadas nas tais redes como cardumes, em multidões de aparência pouco crítica . O poder da informação domina nessas  redes de origens externas interesses transnacionais econômicos em variadas instâncias de dominação. Atuam em moldes,  formatando a  besta ou a bestialidade na biopolítica a qual se aferrará um todo humano. O novo/ velho veloz surge e se compõe como novo normal , aonde o fulano se torna influente na boca sem dente da teia geral. É o galo que canta para o galo, que canta para o galo em novo quintal. Esse ciclo Hobbesiano, ciclo neo humano de fricção paradigmática  constante, provoca um deslocamento dentro do que é real e o que é virtual, produzindo  dano constitucional irreparável . É vamos que vamos ao sabor do lítio nesse precipício de horrores sem fronteira nacional.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Passeando com G Lukács

 A alma e as suas formas mais expressivas externadas avançam.   O desejo é sua manifesta  inquietação. Extrapolando , a estética e a ética ao existirem duplamente no contemporâneo, não se bastam diante das circunstâncias do tempo no seu conteúdo de fato histórico. O limite da linguagem é o espaço avante e vivo contido na  sensibilidade artística e na fragmentação do que é incerto. No algo novo, na busca da tradução da existência criativa , no conceito de vida para além da ilusão informal do misticismo e da crença pronta . É  a arte a trilha, vem  abrir  caminhos solucionando o anseio humano no ambiente instável. Onde a ideia não pereniza dentro da forma orgânica. O ideal e o real então, se falam, se abraçam, correlacionam-se na realidade do homem ,emoldurados no momento da construção da palavra no pensamento e da atitude vital na constituição dessa  linguagem de fala na história. 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Paixão em potes

                                                                                                                                                        


James Abbott Macneill - O rocho e o rosa


para Daniela, que deixa paixão espalhada no que faz.                                                                                                                                                                                            O que dizer da razão depois de tamanha sorte senhores, acreditem ou não, já temos paixão em potes , quase amores. Por sobre as sabedorias e os credos que elas transmitem, agora é pura alegria pois essa mercadoria há de ser a solução. Esse bálsamo para o corpo, esse perfume dos amantes, agora vejam senhores a prova, pois nada será como antes. Sentindo-se solitários, sejam eles ou sejam elas, basta uma aplicação e a demão abre janelas, use a mágica solução e logo a paixão se revela . Mas prestem bem atenção, amigos, aqui  não  se aplica sem forma esse óleo afrodisíaco. Há que vir de belas mãos, que sejam habilidosas no afagar solidário das crenças e do imaginário da alma e do corpo, que saibam em cada toque mover  energias zelosas, compartilhando calor,  deixando o outro absorto no doce perfume de rosas. Desatando todo nó, aliviando toda dor, portando recados de Deus. Mas para que tudo se ajeite na perfeição da harmonia não basta comprar um pote, se lambuzar á valia dessa fatal emoção , como que um dote á revelia e arrebato. Há que se ter respeito, há que se ter recato com as substâncias vitais do azeite, canforado com as forças mentais do Heike.  Caso assim não o faça, é delito, é  falácia, é ilusão, falsa delícia, seviciando o espírito, gerando  mágoa. A paixão quando desordenada, sem troca, Sem a atitude da parceria se pode dar com os burros n’agua ! Portanto caros senhores não abusem , ficando aflitos, com a mente atrapalhada, sem serem correspondidos. Sem seguir o seu sentido e sem se dedicar inteiros, seja lá como for.  Mesmo quando em potes a paixão mal aplicada é rival. Parece tudo mas não é nada na ausência vital do amor.

sábado, 30 de abril de 2022

Lual da Ludi

                                                                                        A lua- Tarcila do Amaral

É do tipo que dá para eu ir com meu carro alegórico ? Ou é lá longe, no Recreio, depois da pirambeira, no caminho proctológico, no precipício das beiras, na mais alta das ladeiras aonde até a alma derrapa na dura  gentil do rapa ? Lá onde ninguém escapa de levar um tombo feio, onde a cabeça fica tonta e a birita faz apronta na queda e seus recheios? Perguntei porque receio, se caso não possa ir contribuirei com algum provento para o sucesso do evento, que a festa anda muito escassa. Faça a banda, vá na raça, toque apito. Se puder vou, se não puder fico, mas se o cortejo rolar, mesmo na minha ausência, de alguma forma ficarei rico, de fato pela essência e de afeto farei presença. Na ideologia da farra algo em mim se desamarra e passo procuração, toque por mim seu trompete pois meu coração derrete só de ouvir a função!

domingo, 3 de abril de 2022

Bolero de olhares

  

                                                             Joan Miró- Dançarina


Olhei nos seus olhos no que eles nos dizem

por entre reparos, pequenos deslises,

detalhes sonoros, pequenos esporos

deixados, felizes.


Embora a semente não vá muito à frente

e não se realize, o que eles sentem

ficou  evidente num certo decerto

sem que haja reprise.


O quanto de medo te mata mais cedo

no que te reprime,

olhando para vida qual quem se embaralha

na cena do crime.


É o imaginário despindo um  cismo,

te faz preconceito.

E sem comentários fico hediondo,

é falso abismo, então  não tem jeito.


Envão dou de ombros diante de escombros

no que diz respeito.

O real vira um sonho

e o poema é bisonho,

eu o desconcidero.


Como algo não houve

na pressão peço um chope,

coração bolero .

E hoje componho no que te suponho,

parece moderno.


quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Boi de piranha

 

FUI TOMAR UMA GELADA NAQUELA CALÇADA LÁ DOS IMORTAIS, QUANDO UMA VELHA MALUCA DESPIA DA CUCA OS SEUS GENERAIS.

Babava ovos malditos aos tempos aflitos, aos tempos letais.

 loira cabelos farmácia, a velha cebácea de odores fecais, bradava torpes delirios  em nome de cristo e os neo pentecostais

Babava ela num cio, cadela sem brilho,sem amor, sem paz. Surtada a olhos vistos, rosnava aos seus mitos que são irreais. Mas sem ter Bala na agulha a velhota pulha falava aos gritos, soprando neo fascio apito soava esquisito, milícia, patrulha.

como fosse uma cartilha girava uma bíblia em uma das mãos. sem ler sequer um versículo era meio ridículo a sua solidão.

de fato nesse ato perverso e ausente completo de cidadania, berrava  a néscia pessoa impropérios descrentes de democracia.

Jorrando fezes ao vento a fera supunha obter seguidores, camisa verde amarela a besta só era carente de amores.

As truculentas palavras apenas soavam nulidades críticas, eram uma cópia que ouvira em redes sociais de origens vazias.

Mostravam por dentro o nexo entre a falta de sexo e tamanhas dores, falo sem falsa ironia,  sem Ter empatia cuspia horrores.

Asim  como veio a danosa nefasta senhora, sem sal, sem sabores, assim como veio foi embora a tal catapora, tão cheia de manha. A pobre tacanha ignora, Sequer se  percebe ser boi de piranha. 



terça-feira, 2 de novembro de 2021

Anel liberal



Nessa terra tão sofrida onde reina um genocida viciado em mamata,
devastação é avenida, muito pouco vale a vida, pra não dizer vale nada.     
Nas calçadas aonde habita tanta gente a perder vida no debacle da nação,
tem comando dessa lida de traição indevida, reina um falso capitão. 
As burras bancas vão cheias e a fome aqui campeia no lixo de caminhão, 
quem disse o petróleo é nosso vai ficar com os destroços e com o custo final. 
Essa é a história indigente de quem pensava ser gente no saque neoliberal.
O abraço da serpente vai quebrando o ser vivente sorvido como animal
sob ordens de inglês fluente a coturnos indecentes desse torrão nacional
agachados e obedientes, togados subservientes a serviço transnacional
entregam aneis e dedos, desvendam os seus segredos dentro da noite fatal.
Mas há nesse povo a semente que germinará valente reproduzindo união
e os falsos patriotas, profetas da ilusão, comerciantes da fé e entreguistas, esses pagarão.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

O homem lobo do homem

Corpos de Mussolini e Clara pendurados em uma viga de metal / Crédito: Wikimedia Commons

 

O homem lobo do homem  não dorme sob marquise, 

em povo que não consome  a fome vira reprise.

Mas a  energia não some, fica um recado que avise.

O homem lobo do homem vocifera á sua volta,

é ódio puro de nexo, recalco de coisa morta,

raiva que vem de léxico guardado atraz da porta.


O homem lobo do homem deve temer onde pise

pois haverá quem o dome no rastro de uma revolta.

Por mais que o tolo se esconda no calço de fracas botas,

ainda que falseie fatos travestidos em lorotas.

Tal foro tão reduzido é flagrado em mal deslize,

entre togas e gandolas gangora o disse e me disse.


O homem lobo do  homem há de pagar muito caro,

brada  a trombeta Dos Anjos ante o comércio da fé

dos trambiqueiros mundanos, esses novos coronéis ,

assaltantes do Estado, qual bando roubando anéis,

pois sabemos bem esse  beijo,  é a véspera do escarro.

Em postos de gasolina  terão corpos pendurados.


O homem lobo do homem  pagará o que semeia          

ao mercar vida de um povo subjulgando a  Nação.

Há de pagar ´por  tal  peia, ´por tal degeneração,

por golpear  vida alheia não viverá o perdão.

Perante letal ladrão teremos sangue nas veias, 

uma força maior já  diz não  e esse não incendeia.







domingo, 19 de setembro de 2021

A consciência no circo da alma


Obrigado Paulo Freire , vivo nos traços  do Aroeira

A consciência  no circo da alma é algo Diacrônico, tendo a elasticidade do momento na história. o fato e o espetáculo se fundem no calor do ato como composição e canto, com a lucidez a destruir o espanto na atitude de despir o manto descurtinando a altivêz do conhecimento.
Essa atividade, esse movimento cultural interno à realidade própria dissipa a neblina , o olhar de um no outro se contamina num efeito corrente. É o universo humano na sua lingua transmitido e transmissor. Como um Beijo do real agindo na semântica e trazendo na palavra escrita o domínio do alfabeto da transformação em movimento antropológico. Esse húmus transmissor significante vai  Perfazendo a força quântica do saber de sí e da capacidade coletiva de agir no mundo, esse é o brilho da razão, essa é a essencia insigne e transformadora do homem no encontro de si com a plenitude de sua própria existência e de sua própria liberdade.

domingo, 5 de setembro de 2021

O desamparo no circo da alma

 


Nã0 que o feijão seja rico, 
Não que o fuzil  seja o embalo.

Ossos  agora vendidos engrossam nosso desamparo.

O estado desmilinguido, o povo desempregado.

Mesmo o Gullar tendo ido, o que de fato é uma pena,

O arroz continua subindo por isso nem vem ao poema.

Nas calçadas , desguarnecidos, há corpos em quarentena.

Dormindo já combalidos sem teto que os proteja

enquanto mandam os bandidos e a república se desgrenha.

Bananeira e desdentada, chamada de patriótica,

a Nação cai nesse conto Vigário para idiotas.


 Fios de cobre vendidos fazem do pobre sem trem

joguete de outro sentido, não rimam versos também.

Precária cidadania, corroida nesse ato

produziu carcomida teoria chamada domínio dos fatos.

Como se a terra batida fosse culpa dos sapatos. 

Assim nossa pátria abatida  é sugada por carrapatos,

em golpes dentro de golpes entre tantos golpes já dados.

Esse vírus já conhecido destruindo os anteparos.

Eles vão queimando os silos produzindo mais desamparo. 


Mas cães  babando latidos de raiva , serão travados,

enquanto o povo unido reverterá os roubados.

Em tempos vis, corrompidos, de valores tão lavados.

Nublando tanto os sentidos não se vê  a lua em minguados. 

A verdade é nua e crua,  se o direito não se situa,

Cabe ao povo ir às ruas a reverter esse estado.

de coisa torpe indecente, de crime impertinente,

entre o fascio e o mais trágico fardo.

Quem não cala aqui não consente, se essa terra é da gente,

se o interesse é nacional, há que exigir urgente,

há que unir toda gente, para se vencer no final.






  

domingo, 13 de junho de 2021

Perenal



 Quando um botequim fecha, a cena é loquaz, temos três identidades de gênero humano: Os profissionais  que limpam as mesas com a maior certeza que o ser humano pode ter na finitude temporária da valia maior de suas forças. Os bêbados com a simplicidade alcoólica tropeçando sua dignidade vulnerável evaporada em cauderetas, taças ou copos americanos adictos ; São seres embriagados  em decomposição histórica,  sobre os quais não há salvação, pouco resta e menos nos vale a pena qualquer comentário diante da grandeza  iluminada dos terceiros, os namorados novos , esses sim cumpliciados no sagrado. Extremados  externam toda objetividade afetiva e sem dúvidas salvarão a humanidade no amanhecer com a eternidade de fim de noite delineada  nos seus beijos apaixonados .

domingo, 6 de junho de 2021

Supremacista Caboclo

 


Sou Branco como areia,  quem quiser ver basta olhar.

Não trago samba na veia mas recebi um Candeia

vindo de algum orixá.

Ele me disse na veia, com a voz negra que aconselha

sentado na mesa de um bar.

Você que pensa que é branco, guardado na Torre do Tombo

tem o outro pé no quilombo de outra origem  além  mar

O inconsciente é um jongo de atabaque candongueiro

Não há ariano dinheiro que o possa camuflar.


Compondo nosso terreiro de Caboclo candomblé

vem mestiçagem primeiro, banhada em agua de cheiro

do sul até o Amapá.

Portanto caro parceiro, como  o povo brasileiro

é feito de se misturar, você é variante  etnia 

unida por tantas guias da genética popular. 

Bem maior que as utopias de furta-cor supremacia, ao fim nosso povo se fia

 no tear das alegrias de uma história singular.

Para que não haja sofisma ou  dominação por falácia,

a escravidão de Anastácia como batismo e crisma.

 se mantém na eficácia  regenerando a cisma 

mantendo um povo sem rima  mostrando o que há por lutar

sábado, 10 de outubro de 2020

Barca dos corações partidos

 


Eu estava no meu canto escondido

quando um grupo  comovido

me chamou para escutar

Era uma barca de corações repartidos

alegrando meus ouvidos

como a lua alegra o mar

Seus instrumentos de  bemois tão sustenidos

são afagos aos ouvidos 

obrigado e saravá

Pedindo benção a Jackson do pandeiro

patrimônio brasileiro

sanfonia e maracás

Iluminados com platinelas de brilhos

a alegria volta aos trilhos 

nesse valor popular

Eu que sozinho me escondendo do Covid

dezenove não são vinte 

tudo isso vai passar

Aqui escornado num sofá de quase elite

aceitei esse convite 

de acelerar  coração

Posso dizer, neles o Brasil reside

como eixo e revide

 forró coco e samba  bom

Se me permitem desejo aos barqueiros merda

pois a vida anda lerda

deles temos precisão

Esteja certa toda gente que nos cerca

que o pandeiro seja a seta

e Jackson  a  solução







quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Boca do Jacaré

ALÔ POVÃO PAVÃOZINHO
CHAMA LA O SEU VIZINHO
DESCE AQUI PRA RECLAMAR
DEIXA DE PROSA 
NADA ANDA COR DE ROSA
A COISA ESTÁ VENENOSA
A PRAIA NÂO ESTÁ MAR

OCORRE AGORA 
QUE A TURMA DA ENDOLA
NUM BANDO que se ASsENHORA
MILÍCIA DO CAXANGÁ
ARRASTA POVO
POBREZA CHOCADA EM OVO
À BALA POVO É ESTORVO
ESCOLA DEIXA PENSAR

ALÔ JACAREZINHO
PREMENTE NÃO ESTAR SOZINHO
A GUERRA NÃO É caminho
PERDIDA BALA NÃO HÁ
É MÃE QUE CHORA
O FILHO QUE É A VÊZ DA BOLA
NA BARRIGA DA ECÓRIA 
PRETO POBRE SARARÁ
algo que embase 
a acoisa é questão DE CLASSE
QUE TABALHADOR ABRACE
ONDE A CONSCIÊNCIA NASCE 
LIGADO NO SEU LUGAR. 
                      
Alô povo cidadão
Povo da periferia
se liga na solução  
e foca na sinergia
 Pois ter direito é Nação
E a união gera alegria             
VAMOS SE EMBORA 
QUEM CALA NÃO FAZ AGORA
ATITUDE SEM DEMORA
SAI DO GUETO, VAMOS LÁ

domingo, 16 de setembro de 2018

Parachoque contenção


Esse seu feitio polvora e pavio
desencapa o fio, despe meu olhar.
Pobre, Rio pobre , Vai bonde sem trilho,
general sem brilho, cascos de avatar
Pobre esse gentio cuja faca em fio,
forjada em granito , desagua no mar.
Mas que Rio é esse cujo interesse,
mesmo com estresse, brilha igual luar?

Como fosse um peixe agarrado em rede,
sol rimando a sede, sangra o popular.
Rio do apartheid, dos pés de havaianas,
Julios de Adelaides, do poder sacana.
Das comunidades planas, das favelas,
Vem para a cidade Quem será por elas.
Boca das delícias, trampa no buzão,
tropa da milícia, corre é arrastão.

Rio chapa quente, do asfalto nobre.
Praias indolentes, chope em pé no bar.
A veracidade é quase inclusiva,
faz ser a verdade nua a se mostrar.
Têmpora de um povo sempre resiliente ,
farol sobre o novo mesmo à faca ao dente.
Nesse desmazelo da malemolência
se escondem segredos, Forjam  resistências.                         
                                                                                    O tempo não para no perdeu playboy,
no olhar que azara, se eu sorrio dói
sono nas calçadas, tanto é três por cinco
sofro quase nada, nisso quase minto.
Rio camarada levado de boa
Perigo é roubada, sudeste de proa
Sobre as montanhas cheias de casebres
A pipa que voa avisa os moleques
Cara carioca, cara do Brasil
Caveirão sufoca, a tv não viu
entrar pé na porta desse cidadão
somente amarrota, não é solução.
                                                                              Quem te salvará dos fuzis da ira?
Quem resgatará das falsas mentiras.
Quando o sol se põe, pontal ou macumba,
surgem  chapadões, não desistem nunca.
Minha solidão cidadela, é o Rio.
Aonde o meu estio vem por adoção.
Hoje já maduro digo a toda gente:
Resiste ao sombrio, bate coração.























segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Repouso eterno



Luzia, o fossil humano mais antigo das américas.
Arde na quinta coluna , sem boa vista, é labareda;
Tanta indiferença caustica, tanta desgraça cínica,
para uma pátria que mesmo interna a sí degreda.
O fogo lambe a historia ,e sem história só aremeda.
Esfinge de humanidade, espelho opaco, luz periférica.
Luzia o fossil humano segue o rumo,quase colérica.
Pobre e tosca luzia, que alem de sí não vê veredas

Não haverá futuro, pobre luzia, sem seu passado
dentro dessa fogueira sobram as cinzas sobra o esbulho.
Não haverá presente, pobre luzia, está tudo errado.
Como se toda gente, pobre Luzia, fosse o entulho.
Os dentes da engrenagem são presentes em todo lado.
Fogo, terra arrasada, não sobra nada nenhum orgulho.
Quantas de tí Luzia ainda restam, povo coitado.
Quantas olham pro chão sem ter semblante, só o enfado.

Morreu Luzia de duas mortes ,de duas mortes foi seu legado.
Juntos morrem Marias, Morrem Joões, morrem Josés, morrem Bernardos.
Féretro de um povo inteiro, sem ter dinheiro foi calcinado.
Terra jogada em sal,  terra da pá de cal, nada  aqui há de ser plantado?
Não à cultura, à coisa cívica, não se atura história ibérica.
Não há memória, não há Nação só a noção mais cadavérica.
E foi Luzia juntar-se aos seus, levou consigo minha história
E foi luzia juntar-se aos seus, levou consigo nenhuma glória.





quarta-feira, 18 de julho de 2018

Colarinho das horas

                                                               La mujer en llamas-  Guy Breton

Meu coração luz vermelha
às vezes desaconselha,
são coisas de solidão.
Sem ter assim quem o queira,
surtado de vida inteira
disfarça de solução.

Meu coração distrambelha,
sorri de orelha a orelha,
por coisa que é nada, em vão.
Há nele  nada na telha
em busca dessa centelha
e a sobra é a desilusão.

É musculo muito abusado,
vivendo sempre enganado,
batendo na contra mão.
E nessa disritimia
colide com a alegria
Ironizando a questão 
                                                               
A vida assim o devora,
por conta de tal senhora                 
que é ouro de aluvião.                                                             
No colarinho das horas                                                           
o seu batom evapora
Quando ela diz hoje não