Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Cospe fogo no circo da alma

Fotografia: O cospe fogo- Armindo Vicente

Ira não é coisa que se adquira
por conta de episódios.
Não se conta no relógio,
não se amarra com embira.

Não se vira nem revira.
Sentimento monocórdio.
Não contem troféu nem pódio,
nem visão. É erro em mira.

Também tem por nome ódio,
rancor, aversão ou fúria.
Diarreia tão espúria.
Doentio monopólio.

Pois quem o sofre sem saber
tem uma dor descomunal,
amargando o desprazer
de um pecado capital.






terça-feira, 6 de novembro de 2012

O elefante no Circo da alma

                                                                                     Fotografia: Elefante no Tsavo- Maria José T. Gonçalves

Gula é estômago compulsivo
Faz do afago digestivo
cerimônial glutão.
Um farnel farto e abusivo
ao paladar atrativo,
gastro gosto bem gordão.

À entrada vemos um aperitivo,
ao couvert já bem fornido,
Foie gras, vinho e pão.
Sem contar o prato da entrada,
depois vem macarronada,
pururuca no leitão.

Cinco chopes, Ciabatta,
muito azeite na Burrata,
ou até sardinha em lata,
para a gula é um quinhão.
Muito açucar com certeza
tem que ter a sobremesa,
sendo em calda é uma beleza,
chocolate, mel, mamão.

Quem degusta se entope,
tem glicose alterada,
tem pressão mais elevada,
muita massa, muito inhoque.
Se lhe cabe o escalope,
maionese com batatas,
ou maminha de alcatra,
é questão de puro enfoque

LDL é o cão
nas dietas mais erradas.
É questão de opinião,
um deboche na salada.
Tem gordura em profusão
no deguste da rabada.
Coronárias, coração,
são coroas complicadas.

Com o tempo as enzimas
param tudo, fazem greve
excedendo as proteínas.
exercendo a clara em neve,
indo mesmo ao suicídio.
Por comer mais que se deve,
por querer triglicerídeos.
a obesidade atreve.

Nesse aumento estomacal
elas são complexadas,
vão ficando mais culpadas,
no limite passam mal.

Se o sujeito come muito,
não evita o Vatapá.
Não despensa um torresmo
com bomba de Guaraná.
Até não caber no mesmo
cumbuca de Tacacá.
Contribui com o presunto,.
Para fechar o assunto
ainda come um Abará.

Pá de cal é aonde isso finda,
no final que coisa linda,
na cidade do pé junto.
Já sem sal, saúde míngua.
Boca em bolo de fubá.
Salivando até no olhar.
Pouca fala sem assunto,
que a língua é de mastigar.

Tal barriga na berlinda
fica tão descomunal,
devo dizer: Cabe ainda
acidente cerebral
alguns goles mais de Pinga
faz gordura acumulada,
por ter causa dilatada
em  pecado Capital.













segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A bruxa no circo da alma


                                                                                                            Fotografia: Retrato da bruxa-Flávio oliveira

Avareza é um medo pecuniário.
Uma falta, um déficit estrutural.
Com certeza vem do imaginário,
num profundo vetor solitário,
é temor inseguro e pouco original.

O acúmulo tem maior valor primeiro,
no apego retensivo ao bem material,
A sovinice sorrateira é ato pouco visionário,
até mesmo doentio, de cunho patrimonial.
Mesquinhez guardando o inteiro
afeto pelo dinheiro, de modo individual.

A avareza é uma praga
que seca o homem pelo centro,
todo o tanto é algo por cento,
seja por fora ou por dentro
ou qualquer forma de paga.
Ela carrega uma incerteza,
um pseudônimo de riqueza,
mas mendiga a falta de paz.

A avareza é a correnteza
vertendo sempre para dentro.
Guarda em si um mal tormento
se todo o gasto é ladravaz.
tornando  pobre ao avarento,
esse é seu grau contrassenso,
quanto mais guarda,mais falta faz