Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Bolha


Para Dra. Maria Lúcia Fattorelli


Deus me afaste dos Bad Banks
dos ardis de Luxemburgo.
Papel podre não tem sangue,
empurram ao frágil o expurgo.
Quarta frota não se zangue,
dos bilhões sobram esbulhos.

Mas o vício é ainda ativo
e ao mercado, essa entidade,
não importa se é lesivo,
o dragão de papel maldade.
Com o nome derivativo,
santo nu de sua roupagem.

Desse jeito criativo,
dessa cerebral lavagem,
esse método malígno,
dívida sem personagem.
Esse mito tem motivo,
expoliar aonde invade.

Mostra a pura sacanagem
financeira, essa usina,
gesta a tal alavancagem
lesa pátria concertina,
prescrevendo na blindagem
solução que é só ladina.

Falsidade quase lúdica,
eu diria que nem tanto,
essa tal dívida pública,
que tanto nos causa espanto,
tem engenharia única
feita para salvar bancos.


sábado, 30 de maio de 2015

Banzo

                                                                                        David Drew Zingg- Pixinguinha e João da Baiana
A vida pouco me atiça.
Sentado só no sofá,
vou cultivando preguiça,
quieto no meu lugar,
Um verso me profetiza;
_nenhum chamego vem cá.
Tem coisa que quando enguiça
é dificil consertar,
E nesse concerto desdita
quanta hora se vomita.
Sobra ter que esperar.

A rua me reboliça
a saudade de estar lá.
O sorriso da lua avisa:
_Madrugada é salutar.
E a vida me economiza
quando mais quero gastar.
Mas a realidade é concisa,
aonde o desejo é um mar,
de onde respiro a brisa
que entra breve, e tão lisa
e janela o décimo andar.

sábado, 23 de maio de 2015

Pulsar

Bruno Big- Pulsa

Eu não sou prumo,
alinhado permanente.
Por vigor resiliente,
não me acostumo
com a corrente
aguilhoada dos apuros.
Coração de núcleo duro
esconde a gente.
da emoção emergente
do olhar impuro.

As minhas horas
têm vertiginadas portas,
duvidar não me amarrota
tão simplesmente.
O meu resumo
nunca é indiferente,
possuo o inconveniente
nas minhas rotas.

Há chapa quente
no sorriso dos meus dentes
meu desejo é sangue ardente
para carótidas.
E no conforto contraforte
das montanhas permanentes
meu remar contra corrente
é a minha cota.

Sou ser vivente.
Tenho a consciência por norte;
E na minha lente
a mirada é mais á frente.
Por mais que a vida me entorte,
eu sou coerente.
Não tenho absolutamente
nenhum acordo com a morte.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Aliás

Fotografia: O Globo

Parte do Brasil é uma classe média infame.
Seus princípios não têm força de república.
Não se preocupa que o pais se dane,
è conivente com uma visão pútrida,
desde que possa comprar em Miame.
Parte dessa pátria salta de madame,
mostra mais que os indícios despidos da túnica.
Esconde os motivos reais dos reclames;
Mas quem não é bobo já sabe a rubríca,
não compra papo furado que o engane.
A maior parte brasileira segue outro ditame;
Quer, na democracia, uma participação mais rica.
Busca nisso maior igualdade, e a reinvindica,
num embate cabo de guerra em farpa de arame.


Nas cordas

Fotografia Pedro Kirilos

Doze cordas Manassés,
um Drummond de mil Josés,
Copacabana aos meus pés
e essa lua cor de sangue.
As janelas são voyeurs,
sobra noite em dois cafés,
e um vinil girando até
minha existência exangue.
Doce vida de Felline
muito pouco me define.
Eu sou o corpo do crime,
sobre o tédio que me lambe.
Qual rabiscos de fanzine,
nada há em mim que se combine,
solidão não é sublime
à velha palmeira do mangue.


terça-feira, 21 de abril de 2015

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lamentável

Fotografia-Marcos Arcoverde

Lamentável !
A mesma hipocrisia,
invadir só com polícia,
o Alemão.
Essa não!
É baile de fantasia,
não é só disso que precisa.
Não do choro, sim de alegria.
Mas no triangulo da geometria,
A medida cidadania
tem numeração
variável.

Lamentável!
A infante fisionomia
com essa numeração raspada,
morta a toda hora do dia.
Queimada viva e calcinada
Sem a intolerância
com a intolerância,
na crueldade de um morto
é  gestada a assimetria.

Sob o controle dos morros,
de mais humilde moradia,
a policia mata na covardia,
a juventude que seria o novo.
na forma rude, morre sem socorro.
mais que uma criança, eu diria:
Morro eu, morre você,
morre cego quem não vê
e com a trágica bala do dia,
na superexplorada valia
Morre um povo.

domingo, 5 de abril de 2015

Tônus

Hebrth Sobral- Atemporal

Deixa de besteira
que eu sou combo.
Não sei só a rateira,
também sei tombo.
De jeito, e de maneira,
a liberdade é um Quilombo.
Minha natureza não beira
o princípio da feira
dos corpos, não os compro.
Mesmo que os queira,
só pessoa á inteira
me faz tônus.

sábado, 4 de abril de 2015

Eduardo e os pobres de direitos.( Barril Diógenes)


Para o menino EDUARDO.
Triste é o fim da infância pobre indiferente,
cercada entre as balas de dois fuzis.
Um deles traficando a morte com a faca ao dente.
O outro cumprindo as ordens de classe, servis.
Os dois atiram a esmo, como, sem sequer verniz.
Levando juntos à morte a sua própria gente,
no infanticídio ao vivo, ao gás e subserviente.
Calando fundo, acordos, ferem a mesma cicatriz.

Triste é o fim da infância pobre indiferente,
desprotegida dos direitos mais urgentes,
reproduzindo a força de trabalho, tão somente.
sobre efeitos de forças letais latinas de viés fascista.
Essa é a realidade pura, dura, e realista:
Favela é a Neo senzala; A força o povo é mais escravo,
cujos direitos sociais se apagam em confronto cova rasa.
É o novo bis.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Ciranda cirandinha.( Barril Diógenes)

Fotografia; Revista fórum

Tudo que o juiz pediu
O doleiro falou:
_Se é pra sair do gradil,
eu entrego ao senhor
tudo que meu dedo viu,
aonde empreiteiro subiu,
até o banco gentil
que honradamente ajudou.

_Pois  não tenho mais idade,
juro a mais pura verdade
da santa cruz , piedade,
não posso com o xilindró.
_Fico doente e febril,
não, isso não, tenha dó.
_Sou pelo bem do Brasil
visto ao olhar do Renó.

_Tem olho grande o Nestor.
O faz-me rir lhe sorriu,
_Juro ao que lhe fez alegre.
_Isso com o tempo prescreve,
no céu azul de anil.
_Disse a mim o opositor.

O outro juiz não devolve,
aquilo em que se sentou.
A velha Arena comove,
ao ser contraria ao covil,
lançando assim seu ardil,
parece ser o Redentor.
Tudo é tão quente e azougue,
na falta d'água se afogue
nesse  verão deu X nove,
a chapa aqui esquentou.

_Tanto Dólar a esquiar neve,
acho, o leão cochilou.
Lá não se vale o que escreve
muito dinheiro da Ambev
para derrubar o eleitor.

Tucano esquece o Herzog,
a bicha, a mulher, o preto e o pobre
que a direita golpeou.
Hoje prefere um sacode,
barba, cabelo e bigode,
do Pizzolato que for.

A vida é mesmo um brinquedo
tem gente que está com medo
da perda ao que conquistou.
_Mas hoje joga o Flamengo,
tem passeata mais cedo,
no megafone um Pastor.
Esse é o cantar de um segredo,
republicano arremedo,
de um poeta azedo que micou.


quarta-feira, 25 de março de 2015

Sutil ( Barril Diógenes)

Waltercio Caldas
                                                                                                                                     
Harmonização vocálica
não seve para a escrita.
A oralidade prática,
flagrante no Brasil,
rompe a culta gramática
como política clássica.
Nessa ruptura matemática
não há isenção, é sutil,
há uma multidão errática,
mantendo um povo servil.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Tim tim ( Olhos nus)

                                                                                           Arthur Bispo do Rosário
Me guardo nesse momento
dentro do pano da noite
no mundo não sou isento
dos arranjos corticoides.
balanço ao sabor dos ventos,
das vontades e dos intentos
proibidos do alcaloide.
Se aguardo um pouco lento,
não fico e não vou, sou dentro,
e o caminho me percorre.
Sei que a vida é um invento
que amadurece com o tempo
e o sol é um Deus quando dorme.
Meu ensejo é de sal e urgência.
Diante da inclemência do fatal
O óbvio nem sempre é evidência.                                              Sou feito das pertinências 
das formas de resistência
do meu olhar universal.




Impressões

Vik Muniz: Impressões

Cada passo que conquisto
faço disto o meu espaço.
No tato sensível do piso
reviso o que  é um improviso
em mim mesmo, e me refaço.

Meus olhos jazem sorrisos,
são os avisos dos seus reparos.
De muito ou de pouco caso,
de bom ou de mal juízo,
fazendo-me, assim, prévio aviso
de seu gosto pleonasmo.

Se pareço ser impreciso
ao seu olhar ignaro,
por não ter placa ou aviso,
por isso é que eu sou tão claro.

Ninguém me ganha no grito,
ninguém me leva num laço.
Quando pensam que sou liso,
abrasivo é o meu mormaço.
Trago num gesto conciso
o que não economizo,
na amplidão dos meus lados.

Assim é que eu vou amigo ,
refazendo o que sou estrago.
Quem não entende o que digo,
não colhe de mim abrigo
nem saberá dos afagos.







quinta-feira, 5 de março de 2015

Finitude ( Olhos nus)

Fotografia- Walter Firmo


Sei que não houve muita infância, estava ocupado com as vicissitudes, coisas adultas que vieram antecipadas, mas não por vontade própria; O instinto de sobrevivência tem domínio maior.
Também não tive a pertinência, no que concerne  a ser adolescente. Quando essa fase chegou, já estava sério demais , estava amadurecido antes do tempo, por efeito estufa.Crescer rápido nos torna exóticos e insignificantes, uma personalidade inadaptada à história comum.
Como adulto versejei senilidades. Senil, virei o senhor do que é meu rosto, essa escultura vincada, de inverno e calor. Foi o que formou meu gosto inadequado à pressa desumana.
Como senhor desse destino procuro agora o menino, mas já não houve!
Não se repõe tempo passado, inútil desatino, pois Kronus come seus filhos.
Serei inacabado sempre!
Minha história toda tem as partes embaralhadas, como cartas fora do lugar, comum também ás minhas ideias. 
Das ruas aonde andei, eu me fiz mais pura cria urbana, sou criado da necessidade.
Homem feito à face da minoria. Que é essa minha história, essa é minha poesia, buscar uma lógica harmonia dentro do universo das diferenças. Isso é a mais assustadora inquietude.
O tempo deserda a idade na sua passagem mais profunda mundo a fora.
Depois fica consolidada a memória, com suas fissuras e mutilações existências no inesquecível entre vencedores e vencidos.
Elas ocupam o lugar histórico, compõem feição, fisionomia salgada de suor.
Por dentro de um mar aonde nunca houve calmaria, o tempo faz morada de finitude guardada, lá na arrebentação.
Vitória é conseguir a achar alegria enganando a tristeza, essa tão alérgica senhora.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Maraca tu

Fotografia- Moçabonitanônima

Vem cá meu bem enquanto o chope gela,
o que é que tem vem cortejar o Gebav...
Sai desse aterro e vem rodando a saia
Vem meu amor, de tomara que caia.

Vem cá meu bem enquanto o chope gela,
o que é que tem vem desfilar no Gebav...
Maracatu é um baque de nação,
Vem coração, não vai me deixar na mão.

Vem cá meu bem enquanto o chope gela,
o que é que tem, vem cá  sambar no Gebav...
No carnaval o estatuto é liberado,
levanta a alfaia porque o baque ta virado

Vem cá meu bem enquanto o chope gela
O que é que tem, vem cortejar o Geba....
Vem meu amor com a caixa e o  gonguê
 vou levantar o estandarte pra você.

Vem cá meu bem enquanto o chope gela
O que é que tem, vem cortejar  o Geba... No corpo quente o maracatú se integra       Vem meu amor vem cortejar o Geba...
 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Saideira ( Perna bamba é do samba)

Caricatura do João Nogueira-Batistão

Desse tempo emprestado de alegria,
ando desocupado, pelas beiras.
Afastado das virtudes da folia,
vejo a vida desfilar pela janela,
tão alegre qual as cores da Portela,
e  eu aqui desprovido de valia.

Mas que não seja isso o que me inteira.
Tudo muda com sopro de ventania.
Se recordo o poeta João Nogueira,
dos seus olhos de fogo me vem a luz.
Minh'alma respira o ar de Madureira,
bem pertinho estou de Oswaldo Cruz.

Entrosando a palavra com a bateria,
aonde o samba se bole pelas cadeiras.
Sou movido ao sabor da gabapentina.
Mesmo não sendo isso o que eu queria.
Beijo o ouro e o lilas do Simpatia,
como quem beija a boca brasileira.

Vejo o samba passar por minhas meninas
cuja festa há de varar quarta-feira,
Vivermos, aqui, será o que se destina...
No cortejo popular da brincadeira.
Nesse enredo invoco minha auto estima,
num chopinho Cervantes de saideira.

Se essa é a nova serpentina do meu salão,
Deixa falar é o carnaval que me sublima,
ela é a euforia que tenho às mãos.
Se o corpo não vai ao bloco, o vai a rima,
deixo aos moços o Pierrô e a Colombina,
e ao poeta desfilo um samba canção.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tandrilax (Perna bamba é do samba)



Há pouco sorriso no caminho,
como o cavaquinho já falou.
Solidão, por força do destino,
faz de todo o tempo um céu sem brilho,
é luz negra em palhaço do amor.
A mulher quer sempre ser feliz,
seu desejo em mim já não se faz.
Meus cabelos brancos de aprendiz
mostram minha historia visa à vis,
quando eu for saudade, serei paz.
Já não sei o sol, tão pouco a lua.
Rugas no meu rosto em tanta dor.
Meus pés falseando vão à rua,
e a realidade fica nua,
sem a fantasia e o esplendor.
Eu só tenho o pranto do poeta.
Os meus braços já não sentem nada.
No meu horizonte não tem reta,
um vazio em mim se introjeta,
bebo à solidão da madrugada.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

PODEMOS ou não ( Banguelê)

Fotografia GGR
.
O jovem precário vai às ruas,
deteriorado dos direitos seus.
Sai por aí, sentando a pua,
buscando o que a nação não o deu.
Suas efetivas demandas são reais,
e as leis abstrações, nomenclaturas,
na pulsão mais movediça do plebeu.

Se as leis são ilusões, tem que haver cura.
Enquanto abstração, palavra fluida,
sem regulamentos, são banais.
Degradando a massa sem cultura,
negando-lhes sempre mais e mais.

A troica paranoica quer seu Braz,
canta e decanta tudo o que não atura.
É a ineficácia dos direitos nacionais,
com a base da pirâmide não tem curva.
Considerando a todos marginais,
ostenta os dotes patrimoniais,
com a falta de decoro na Res pública.

Aos impostos seguem sempre desiguais,
resumindo a revolta aos tribunais,
Tendo nos policiais tanta ternura.
O sub emprego só restringe tais direitos,
erigindo o que a elite mais queria.

Como um pais que quase, quase não tem jeito,
distribui custos e reprime a gritaria.
Nessas tenções grita o fato, mais que o guia,
assim segue o Brasil pais por seus proveitos.
com a renda curta e os lucros multi tropicais.
Pimenta é gás e na borracha vai com o peito.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Etnocêntrico ( Olhos nus )

Grafite: Os Gêmeos

O homem sem referências tem que se abraçar às sombras.
Equilibrar certos, os ombros, para cumprir uma história.
Isso produz um convívio entre maturidade e ingenuidade,
provocado pelos experimentos e as  expectativas sem memória.

Sua Memória pública fica desguarnecida, tênue ou ausente, nas sobras.
Nessa exclusão saltam os guetos, templos aos preconceitos da cidade.
O homem sem referências se re-significa, no adverso dos escombros,
entre todos os fragmentos acolhidos data a solitária vivacidade.
Matéria com a qual se institui e se restitui dos tombos,
formando unica e incomparável a personalidade.

Mas o ser humano é gregário, se assusta com o que é único.
Sendo assim, sem a luz do farol da inclusão
resta, ao incomparável, um guerrear púnico.
Por sobrevida a resistência avizinha o lúdico,
mágica guia seleta, entre esburacados passos ao longo.
É a realidade dos caminhos e do coração!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sujeito objeto



Agora o peso do corpo exerce o domínio.
Fascínio é a ideia, no tempo, vizinha da paixão.
Represado em limites, os músculos só desafinam.
Trafegam sem rima destoando os pés, o tropeço e o chão.
Mas se o tempo, senhor de mim, me fez seu desatino,
se destino virei, faço eu mesmo objeto e regeneração.
Todo lento, devagar, devagar, devagar, devagarinho...
Num carinho que possa trazer-me por rota alguma solução.
Eu comigo, sou o atributo do equilíbrio ausente.
Desconhecido do meu próprio corpo, meu sozinho,
na nudez do desejo, de noite, de rua, de amor e de taça de vinho.
Desespero um sorriso de humor, que gargalhe da dor simplesmente.
Quero de volta a torta visão que me fez desde antigamente;
No esquerdo do peito, e no abraço, da trêmula mão, o caminho
desentrave em mim a barreira, e me devolva ao precipício da razão.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O extremismo no circo da alma

Montagem com CHARLIE HEBDO

O Extremismo, no circo da alma,
tem origens milenas e agressivas;
Na humanidade forma amálgama,
sinistralidade sem muita esquiva.

A parcialidade é musa nociva,
mostrando o como a vida não é alva.
O radical nunca é um homem livre,
pois está preso à ortodoxia.
Repete a noite e não sabe o dia,
no seu labirinto volta aonde estava.

Sendo único o reflexo de como vive,
se as crenças são provas dos nove,
na matemática kalashnkov,
aqui, Ali e Alá o desative.

Somente a existência há que se comprove;
E nenhuma ideologia pode ter xerife.
Se é a liberdade o que nos move,
seja a igualdade um fundo sem glose,
e a semente da fraternidade nunca um esquife.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Folia de Reis ( Banguelê)

Acrílica sobre cartão preto- Brasilfolclore.hpg
Tambores rufando as peles, passam os garbos sobre as ruelas.
Na memoria da infância de pedras toda lembrança do que já não sei.
A história segue, soltam- lhe as pernas em seu um cortejo, hoje, é dia de santos reis.
Senhores, toquem suas violas, fole em sanfonas, mil talabares, cores, couros e platinelas.
Vibrem as cordas, Ternos da lira, louvem na vida o que eu não salvei.
Tragam as rabecas, e os reco-recos; Paramentados, tradição mantida.
Coro em catira, peçam a mirra mais caipira por tal gratidão.
Embaixadores, mestres da festa, digam a seresta de toda grei.
Venham bandeiras, mui respeitosas com seus alferes cuidando delas.
Tempos festeiros, tempos pandeiros, querem dinheiro para a nação.
Mas o diabo sempre aparece em meio à prece, com o Bastião.
Tem poesia no mestre ajudante, bem elegante dentro do fato.
Tipe e Retipe, mais Contratipe,num picnic cantam no ato.
Não há mulheres nessa folia, suas alegrias cobrem janelas.
Tudo termina no improviso, e em reboliço, segue a função.
Com alegria e sem muito a viso, seguem altivos, e lá se vão.