Fotografia: Uma Janela, dois exteriores; Carlos Souto
No ceu azul do inverno,
aguardo sozinho apenas
o seu sorriso interno,
sem as tristezas pequenas.
Nada mais me discerne,
ao ver no seu vago olhar
distancia quase perene,
mas que desmancha no ar.
No seu vetusto inferno
por uma casa vazia,
cerrando veu do desterro
para onde foi a alegria,
uma casa é uma coisa,
noção maior, e só fria,
não sofra, nem fique doida
por conta de sua valia.
Não se acerta sempre,
tambem nem tudo se erra.
Se o fogo da vida é quente,
o inverno esfria a terra.
A alegria da gente
quando se vive o que há,
é rente ao que se sente
com perfume de sonhar.
Não perca a noção em nada!
Também não pare, sorria!
Não pare como um imóvel
de paredes táo vazias.
A solidão que há nas coisas
sem face se irradia,
A calma não é afoita,
e o amanhã é outro dia.