Ciente do meu tempo, por onde olho. O mundo roda vento, esse perene. Se não consigo tento, e quase colho, o seu olhar moreno que me acene. Agora que invisível me sei mais sério, faço o que bem quiser pois ninguém me vê. Deixei de ser mundano, virei mistério, transito no virtual, veja só você. Criei-me dentro da noite, maré de lua, exilado na cegueira monumental, liberto dos meus enganos sou carne crua , nulo como critério ao PIB nacional . Se solto no mundo , sou um a mais que some, só mais um sem nome nesse matagal, sou pele e osso, sou um Zé com fome e invergo o verde amarelo do escrete ocasional. Eu empreendo a dor de alguém disforme sem lume de poder individual. Por ser do lumpesinato, essa coisa enorme, a sobra do dividendo neoliberal. Transeuntes me pedem desculpas pelo destino, como se isso fosse algo bem normal, pois carregam tanta culpa nos intestinos, presos no preconceito estrutural . Assim resisto sozinho á visão mesquinha, me saio bem, sendo meu jeito o caminho natural. Com sorriso nobre dos galos de rinha, comum á minha resistência corporal. Se choro o meu choro é sopro do Pixinguinha, em roda de chorões fundo de quintal. Assim termino esse poema feito em fim de linha deixando um abraço grande em seu final.