Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 27 de junho de 2009

Amar: Sobre a liberdade( o trago da seda)

Liberdade-2008- Santiago Ribeiro

A liberdade está no momento
exato da relação
perene entre as asas e os ventos.

Abraço ao Tabajaras(perna bamba é do samba)

                         foto: marco Antonio Cavalcanti
Não vou hoje ao Tabajaras
saber das suas ladeiras.
Ontem cidadania cara,
hoje busca primeira.

Onde a força da marra
amarra numa cadeia,
o morador que trabalha
ao outro da bandalheira.

Tabajara é um povo
de descendência guerreira,
há de quebrar esse ovo
que a serpente arreia.

Nessa atitude há quem queira
apagar todo estorvo
desta guerra de trincheira,
impostando algo novo.

Não vou, mas o abraço te chega
como um olhar de criança,
trocando algo que espreita
por gesto de esperança.

Cidadania na mesa
é prato dessa festança,
alimento das certezas
havendo de encher pança.

Uma ação certeira à hora
tirando gente da beira,
Para por no meio da roda,
fazendo-a pessoa inteira.

Tabajaras, essa escarpa.
Não cai no esquecimento,
por hoje não vou, lamento,
mas da próxima não escapa.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

E agora(perna bamba é do samba)

                                                                                                                                                    fodasefoice- 2008-Nuno Maia



Como é que eu faço agora?
Como é que eu posso fazer?
Seu nome não sai da memoria,
eu vou tentar te esquecer.
Ouço Paulinho da viola,
próximo á Duvivier.

Com ele a paixão evapora.
Tenta se desfazer.
Bebo Paulinho da viola,
e o mar navega você.
Fui eu o soldado raso.
Eu que evitei te prender.

Prendo-me a mim nesse caso,
qual o alvará passo a ter?
Num samba que agora é traço,
pergunto ao meu peito cedê,
o cheiro do seu abraço,
ou o seu olhar de tiê.

Será que voa no espaço?
Ou sabe amar por prazer?
Esse é um poema escasso,
eu disse que é pra te esquecer.
Ficou vagando, eu acho,
tentando poema não ser.

Do que não houve, não há resto,
auge, ou algo a dizer.
Canto por que manifesto
o que o peito quis tecer.
Ao meu afeto eu adestro,
então não há do que sofrer.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Eros(a puta me encantou)

Eros e psique-1817- Jaques-louis David


Minha boca há de beijar de tal forma
a outra tua,
que a rima despida, a fará gozar como
fosses nua.





Poetas ao leme

Foto: Louis e Bandeira do Polem- s/d -Blog polem

Há num cantinho do Leme,
bem nas portas de Copacabana,
quando é noite a serena.
Ao sereno se declama,
sobre os toldos da poesia
com seu perfume de dama.

Sopram seus temas poetas,
edificando as ventanas.
Por onde o poema na certa
há de trazer peito em festa,
versando em nobre etnia,
para encontrar quem o chama.

Vem entre um gole de pinga,
um quentão, um vinho pobre.
Para que a garganta amiga
aquecida o verso entorne,
numa letra de cantiga.
Onde outro poema ocorre.

São como galos de briga,
põem esporão nas palavras,
Com as quais fazem as vigas,
do quiosque onde eu estava.
Se a poesia é liga,
é como o samba, não morre.

As trovas por liturgia,
as musas por companhia,
a pedra fazendo campana,
olhem bem a lua que espia.
jogando sua luz vadia,
na poesia urbana.

O mar na areia faz franja,
alguma rima lhe havia,
com o ronco rouco pedia,
mas esse verso por canja.
Já próximo o sol se arranja,
finando a noite no dia.