Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 18 de setembro de 2010

Desfile

Fotografia: - Sem tempo- Pedro soares
Só pra você saber.
A magica do tempo
não esta em ve-lo passar,
está no acontecer.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fui ( Mamulengo)

Fotografia: Janela para o Mar-Reynaldo Monteiro

Fui daqui embora,
tendo pouco pra falar.
Mais que pouco tendo nada,
que possa compartilhar.
Levei metade de abraços,
um quadro do Síloé,
lembranças e embaraços.
Carranca que não assusta,
e os espíritos do Rio.

Um São Jorge, nenhum tusta.
No fim eu me principío.
Você vai ficar com o Fusca.
Eu vou de peito baldio
do seu apreço de mulher.
Na despedida que custa,
Se a saudade lhe vier,
aperte-a com uma das mãos.
Ponha um calço no fogão,
e aprenda a fazer café.

A vida reinicío
num bico de pena leve,
que se asa tambem tivesse,
não ia me acompanhar.
Voaria em céu Brigadeiro
antes de mim primeiro,
numa corrente de ar.

Ah...escultura de neve
que é o amor!
Vive tão breve
e tem o sabor
derretendo-se no olhar.

Não levarei nenhum tempo,
que o tempo nunca se leva.
O tempo anda sozinho,
não sei para que lado vai.

Também não levo os carinhos,
que foram feitos em par.
Pois todos foram doados,
aos ventos apaixonados
dessa janela sobre o mar.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não ( Mamulengo)

Fotografia: Rod Costa- Falar com...Um olhar

No raso do pensamento
onde a palavra se esconde.
Por trás do alumbramento
com a estatura de longe
Os olhos que te descrevem,
no que a boca repudia,
são desejos roçando a pele,
na face que os negaria.

No temor do novo intento,
aonde o amor se queria,
o corpo comportamento
guardou sua poesia.
Desnuda pelves palavra,
tão clara no seu silêncio.
Mostrando cara com cara,
um assustado intenso.

Comum ao lenço do medo,
cuja vontade escondia.
O olhar pedinte dos beijos,
atravessando a harmonia.
Nesse íntimo tal universo
onde o humano se fia,
temeu o seu próprio verso,
traiu sua própria alegria.

Lá vem! Esse ser abissal.
Sorrateiro que é o homem,
entrando pelo quintal,
pronunciando seu nome.
Mesmo que não se faça,
o amor que o olhar pedia.
Mesmo que se acovarde,
o abraço na coisa fria.

Restará nesse um olhar
certezas mais que pungentes,
do sal que há nesse mar,
no sol que houvera quente.
O desejo quando defeito,
deixa um rastro, um rio.
É fogo que implode o peito
sem acender o pavio.

Então se rompeu o afeto,
no que dele é a esquiva.
Derivamos no incerto,
descemos no ralo do dia.
Mas esse olhar inquieto,
fecundo e sem calmaria.
No que falar de completo,
vai dizer o que queria.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Amor de intelectuais

"Na penumbra
ela me toca os orgãos.
Em um rasgo,
a mim fode.
...Atravessam a noite
as estrelas...
Em quadris do diabo,
dançam rumba.
Enquanto a lua
Lê a Freud”
Amanheceu e ela dorme....

Miame ( Mamulengo)


Fotografia: Edsel Citation en el Malecón-Pedro Moreira

AH Cuba!
Deixa que eu entre com meus iPhones, com meus Hamburguers,
com meus dinheiros.
Deixa que eu te abrace de amante, pelas commodities primeiro.
Faremos amor em Guantânamo e atravessaremos o mar,
sem precisar de balseiros.
_Lembra do Al Capone?
_O Corleone?
Ainda trago esse perfume, esse cheiro, deixa eu voltar!
Abre a porta de trás , chegarei sorrateiro.
Se você deixar eu juro que não brigo, vamos tratar nossas manchas
com solução para vitiligo.
De presentinho, pra te agradar, trago um sotaque de gringo Flórida,
para misturar com rebolado Habaneiro.
Juro que não embargo mais no seu traseiro, me chame de charme,
me chame, me chame.
Ouça esse reclame!
Dou-lhe meu nome latino agora, é Miami!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tequila ( Imails da Jô)

Fotografia: Maks-Carla Broekhuizen

Imail enviado por Jô a escrava do amor

Ah! Quem dera,
eu fosse aqui nessa paquera
a sua bela.
Ah! Quem dera,
aqui nessa pontinha
de olhar.
A primeira

Quem me dera,
mulher nenhuma
alem de mim,
fosse seu fim,
fosse eu aqui seu par.
Seria eu a outra,
da historia outra,
desse outro lugar.

Ah! Quem dera,
vindo nas entranhas
soçobrasse a fera
indo até o talo
Seu beijo ruím
fosse meu regalo.
Molhasse-me toda a mais.
Retirando a minha páz.

Faço-te reparo.
Que te olhar assim.
Que te desejar.
Que há nesse mar.
Quê  de se alagar.
Mestre do meu corpo, arrais

Eu já faço planos,
há no amor enganos,
por baixo dos panos,
mesa de bilhar.

Meu amado.
Meu profano.
Taco todo meu,
quitute suburbano.
Deixa-a pra lá,
vem brincar de amar.

O amor é velhaco.
Diz que sim,
às vias de fato,
vem para cá.
Antes que outro fim
faça-o ir embora,
e pague a conta,
sem levar em conta
esse olhar.

Vem que estou ficando tonta.
Vem-me, vem, me desapronta.
Vem fazer eu me cansar.
Vem entra e não pensa.
Vem, veja, vare e vença.
Vem, intenta.
Vem que eu vim intensa.
Vem brilhar.
Vem e vem correndo.
Vem, que estou ardendo agora.
Vem que estou querendo.

Não! Não vá embora.
Não! Não está na hora.
Deixa aberta a porta.
Deixa eu te sonhar.

http://www.mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com/