Fotografia: Rio-Angra dos Reis- José Cardoso Cunha
Teu dorso no teto do espelho
das águas tranquilas da angra.
Deitando tantos segredos
corava a cor de pitanga.
Se desinibia dos medos
na tarde solar das paredes,
ardia de seca na sede,
vertendo o doce da manga.
Na cabeceira vermelha,
incendiada em maneiras,
minava de água na boca.
A casa de beira de estrada,
como oltdoor por reclame,
dizia-te:_Vem amada,
a vida é tão curta, tão pouca,
matar junto com o teu homem,
a sede de que um corpo fala
na carne a que o outro come.
Para ler poesia basta ter calma, Para ler Poesia basta ter paixão, deixe-a incidir subcutânea, trama das retinas à veia aorta para faxina do coração.
Citações
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
SÓCRATES
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Goiabada no queijo (Beco da fome)
A vida é uma magia
despida em alto relevo.
Ela é escola e avenida
uma na outra contida.
É vassourinhas no frevo.
A moça é desinibida.
para quem gosta ela é linda.
Sabendo o quanto é querida,
o sangue lhe corre nas veias.
Nela, como homem menino,
adentra um tal de destino
ferrando o zangão à abelha.
O mel que desce é o tempo,
nele é que tudo se liga
sonoramente em cantiga.
Fervendo a massa em cortejo.
O amor é força sem brida.
Quando vem correspondida
é a goiabada no queijo.
E a felicidade é parida
de dentro de uma barriga
a qual chamamos desejo.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Portela 90 (Perna bamba é do samba)
Fotografia: Portela Águia- O Globo
O mundo é uma grande esfera
girando o seu corpo nu.
Nobreza tem a Portela
escola de sangue azul.
Todos sabem quem é ela.
Mais alta por relevância.
Na hora do samba à vera
nenhuma outra se esmera
ao ponto de sua elegância.
Seu canto é vós altaneira,
ecoa de Madureira
ouvido a toda distância.
De toda forma ou maneira
Portela é escola de luz
pertinho de Osvaldo Cruz
do Paulo, Paulinho e Candeia.
Aonde se reproduz
cultura a quem faz jus
por ter o samba nas veias.
A todas as outras respeito,
carinho dedico ao resto.
Mas claro que não tem jeito,
a águia que tenho ao peito,
celestial por seus feitos
domina todo o universo.
O mundo é uma grande esfera
girando o seu corpo nu.
Nobreza tem a Portela
escola de sangue azul.
Todos sabem quem é ela.
Mais alta por relevância.
Na hora do samba à vera
nenhuma outra se esmera
ao ponto de sua elegância.
Seu canto é vós altaneira,
ecoa de Madureira
ouvido a toda distância.
De toda forma ou maneira
Portela é escola de luz
pertinho de Osvaldo Cruz
do Paulo, Paulinho e Candeia.
Aonde se reproduz
cultura a quem faz jus
por ter o samba nas veias.
A todas as outras respeito,
carinho dedico ao resto.
Mas claro que não tem jeito,
a águia que tenho ao peito,
celestial por seus feitos
domina todo o universo.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Botafogo na roupa (Perna bamba é do samba)
Fotografia: Bloco Cordão do Bola preta -O Globo-2013
Vamos lá galera chegou o carnaval.
Agora é à vera do Leme ao pontal.
Alô Madureira, ligou o Vidigal.
Até quarta feira liberou geral.
Serrinha, Mangueira, cuíca brejeira
e a tamarineira, alô pedra do sal.
Bandida ligeira da fé à multidão.
A cidade inteira puxando o cordão.
Menino à menina, da moça ao ancião.
Todos sassaricando, suando em tesão.
Em banda ou em bando, com copo na mão.
O trombone é de vara, tarol caixa seca.
A cidade desvaira segura a chupeta.
Se empurra não para, pé quebra a moleta.
Todo mundo à farra, total na retreta.
Quem sofrer tristeza guarde-a na gaveta.
Vá a Santa Tereza e dê beijos na boca.
Vista a camiseta,e se a vergonha é pouca,
de cara ou careta, de peruca louca,
Dê fogo ao capeta até a voz ficar rouca.
Caia na folia, o samba é a alegria tirando a roupa.
Vamos lá galera chegou o carnaval.
Agora é à vera do Leme ao pontal.
Alô Madureira, ligou o Vidigal.
Até quarta feira liberou geral.
Serrinha, Mangueira, cuíca brejeira
e a tamarineira, alô pedra do sal.
Bandida ligeira da fé à multidão.
A cidade inteira puxando o cordão.
Menino à menina, da moça ao ancião.
Todos sassaricando, suando em tesão.
Em banda ou em bando, com copo na mão.
O trombone é de vara, tarol caixa seca.
A cidade desvaira segura a chupeta.
Se empurra não para, pé quebra a moleta.
Todo mundo à farra, total na retreta.
Quem sofrer tristeza guarde-a na gaveta.
Vá a Santa Tereza e dê beijos na boca.
Vista a camiseta,e se a vergonha é pouca,
de cara ou careta, de peruca louca,
Dê fogo ao capeta até a voz ficar rouca.
Caia na folia, o samba é a alegria tirando a roupa.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Esses maços (Perna bamba é do samba)
Fotografia:Ode a um cigarro- Sara Belo Pedro
Peço licença ao amor,
sussurro na madrugada.
Peço só isso e mais nada,
diante de um dissabor.
O samba que hoje faço
na cama sem namorada,
rimando a lua com nada,
é louco de tocar tambor.
Sem te-la mais nos meus braços,
canto ao que aconteceu:
A moça ficou zangada,
por uma palavra aleijada,
levou-me algo de seu.
Fez ir embora o abraço,
por conta de um embaraço,
sem beijos entre ela e eu.
O vício de amar é sacana;
Vou também sem errar passos.
Vazio ficou o espaço
ao lado na minha cama.
Quanto mal faz esse maço,
não tenho os nervos de aço,
pois deixem passar essa dama.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Caralho ( Barril Diógenes)
Fotografia:...Caralho...- Tiago Janeira
Cale a boca poeta!
Sua língua não é bem vinda, sua poesia é intriga,
deixe a palavra quieta mesmo que um olhar te siga.
Cale-se, evite a briga, mantenha sua visão interna.
Quanto à poesia?
Pois guarde-a na boca da aurora,
deixe-a lá, ela evapora ante conceitos de valor.
Coisa feia e atrevida é chamar sua amada de amiga,
causa- lhe chatice, melancolia e horror.
O poeta é um deseducado.
Pôs uso à palavra bandida,
por esse poema grisalho,
o codinome de ato falho,
é locução tão alarida.
À companheira ao seu lado,
provoca ardência ferida,
agressão ao pundonor,
dissabor, boca maldita.
Agora, como retalho, penará na abstinência.
Pode guardar o caralho no mar da inconveniência.
Não lhe dê grande ao trabalho no fio da inclemência.
Pois vai dormir no silêncio da libido patavina.
Sem afago, sem calor, sem sabor de nicotina.
Agora sem agasalho a madrugada se fina.
Sem talho e sem atalho, tenha santa a paciência!
Cale a boca poeta!
Sua língua não é bem vinda, sua poesia é intriga,
deixe a palavra quieta mesmo que um olhar te siga.
Cale-se, evite a briga, mantenha sua visão interna.
Quanto à poesia?
Pois guarde-a na boca da aurora,
deixe-a lá, ela evapora ante conceitos de valor.
Coisa feia e atrevida é chamar sua amada de amiga,
causa- lhe chatice, melancolia e horror.
O poeta é um deseducado.
Pôs uso à palavra bandida,
por esse poema grisalho,
o codinome de ato falho,
é locução tão alarida.
À companheira ao seu lado,
provoca ardência ferida,
agressão ao pundonor,
dissabor, boca maldita.
Agora, como retalho, penará na abstinência.
Pode guardar o caralho no mar da inconveniência.
Não lhe dê grande ao trabalho no fio da inclemência.
Pois vai dormir no silêncio da libido patavina.
Sem afago, sem calor, sem sabor de nicotina.
Agora sem agasalho a madrugada se fina.
Sem talho e sem atalho, tenha santa a paciência!
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