Fotografia:...Caralho...- Tiago Janeira
Cale a boca poeta!
Sua língua não é bem vinda, sua poesia é intriga,
deixe a palavra quieta mesmo que um olhar te siga.
Cale-se, evite a briga, mantenha sua visão interna.
Quanto à poesia?
Pois guarde-a na boca da aurora,
deixe-a lá, ela evapora ante conceitos de valor.
Coisa feia e atrevida é chamar sua amada de amiga,
causa- lhe chatice, melancolia e horror.
O poeta é um deseducado.
Pôs uso à palavra bandida,
por esse poema grisalho,
o codinome de ato falho,
é locução tão alarida.
À companheira ao seu lado,
provoca ardência ferida,
agressão ao pundonor,
dissabor, boca maldita.
Agora, como retalho, penará na abstinência.
Pode guardar o caralho no mar da inconveniência.
Não lhe dê grande ao trabalho no fio da inclemência.
Pois vai dormir no silêncio da libido patavina.
Sem afago, sem calor, sem sabor de nicotina.
Agora sem agasalho a madrugada se fina.
Sem talho e sem atalho, tenha santa a paciência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário