Fotografia: Maria e eu- Jaqueline
Há um poema em teus olhos de enamorar, neles é que me deito com a força da chuva da noite, neles me deito com essa herança negroide das constelações, neles faíscam uma história que é tua e a quero minha.
Há alguma coisa nesses olhos que foi tecida na memória, como uma luz de estrela que brilha, quando no tempo tirita luz, mas ela já está morta e na lembrança continua.
Mesmo nesse momento o amor é tua trajetória. O enamorar desse momento é um trato de nobreza em um corpo de rainha.
Nobreza de palavras querendo explodir grandezas, como as estações ensolaradas de simplicidade e de alumbramento.
Não,não, não e não! Não há frigidez, mas fluidez de teu afeto.
Não há rigidez na tua voz de natureza divina e bela.
Ah! Esse poema de olhos a assaltar teu rosto e te dominar a fala.
Agora fala, fala qualquer coisa a um poeta cego, fala qualquer coisa, mas fala!
Diz o que aos teus olhos te pareça certo, que em teus lábios a palavra é sorriso.
Costure teus versos com elas. Uma a uma, outra e outra, frase a frase, quando a quando.
Eles são quentes e sol, são precisos e mar, eles derretem granizo, eles ecoam no ar.
Os teus poemas de crônicas de almoços de domingo, ainda os trago no palato, ainda os trago num tinto. Há um, sempre fugindo desses olhos de abraçar, há um sempre florindo na feira de quinta.
Um há, o sei, de me olhar de esgueira.
Esses são teus olhos de andar por, esses são os olhos de desanuviar cegueiras, brilho que os meus vão de encontro.
São os olhos do meu amor, que os tem servido direto ao ponto.
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