Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Escondidos dialetos

No mundo tenho passado buscando
o que de mim seja acerto, sorte ou  luta
pois me persegue  o passo incerto da vida por permuta, Não trago, na existência, nenhuma  garantia pautada nos  destinos mais  nefandos. De me perder no alfabeto dos corretos, de perceber os preconceitos desafetos, de saber ler os escondidos dialetos ; Nesses desmandos fui me esquecendo em mim mesmo vez em quando. Longe ou perto deixei a voz embargada, não certinha. Vou negando os desagradáveis desafetos por sobrevivência. Vergo ouvidos surdos aos canalhas venerandos.
Minha voz se concretiza em liberdade e dela colho a força e o preço, o desterro, enquanto erguido vou lutando. Muitos já têm caminhos  pavimentados, as portas abertas e um  céu futuro se  desvendando a priori, cheiram a coisa que muito se bole.
Não me afino á libido dos medíocres, emoldurada nas virtudes previsíveis, ao que é de todos tão normal. Não, eu os desmereço ,  os meus erros eu os tenho em alto preço, pois trago a alma amarrotada dos malandros.
Desde o começo tudo em mim provoca sustos , sou como um busto em bronze exposto ao desespero dos normais em praça publica, Perdi a ideia  do que há em mim que supõem , ou que alguém por ignaro, a maior certeza tenha,  por antecedência primeiro.
Nessas  palavras rudes e desgastadas ponho  a leveza do afago e a lâmina afiada do desdém. Poucos me sabem, poucos me têm, multidões me imaginam, cruzam os meus rumos, outros, sendo tão ninguém. Os observo com uma calma iconoclasta, e como um raio quebro imagens e vou além , trafegando por um fio de resistência nata.
Meu desafio é transpirar dignidade. senhor do tempo e da idade , já  venho claro, que os custos contratados são viáveis. Das cicatrizadas ? Disso já não falo , só as sabe quem as tem. Quem as conhece para além das cascas da humanidade.
A liberdade a que me refiro é hoje um amálgama,
um corpo como musculatura súbita e saber. Algo a encarnar concretude, consciência e atitude.
Em uma trama  com os meus calos, a existência resiste e resulta, entre a calma, a resiliência, e a pélvis relaxada.
Não é imaginação, é raça, é o alongamento da razão
reconstruindo o homem, todas as horas de todos os dias de todo o tempo, por enquanto.
Nenhum lamento no passado fica vazio, nenhum tempo vem do futuro , tempo é só um encanto da humanidade.
O que faço de mim não é virtude. Tudo que sou veio das ruas, com a coletividade do chão , do asfalto, da fuligem, do concreto, do barro  moldado com a respiração da força e da calma. Meu corpo fala sempre sol, suor, chuva, transita dor memória. Vai encaminhando assim nos rituais estranhos, seus rastros são os restos de fatos , São rastros derivados da história que tenho, meus retratos, nessa realidade sou feito do meu próprio engenho. Esse olhar real, senhores, é tudo o que tenho.