O bobo da corte- Diego Velasques 1644
Quem diria
Quem diria
A espetacular
Oral alergia
Verborragia
Pura gritaria
Auto-psicoterapia
Ira de irar, desvalia.
Gastronomia
Do lamentável
No momento
A servir
Pastel de vento
Sem sentimento
Ou compromisso,
quando isso tudo é só isso.
Sem nada no interior.
Sem fato de fato,
sem nenhum valor.
Soe somente reboliço,
frases no ventilador.
Perfórmance de arte destituída.
Como uma rede sem peixes,
num rio sem pescador.
A palavra corrompida.
Marra morta, combalida,
Na fúria vazia, se é show,
em um verso sem combate.
Tato que é tatibitate.
E o cão não morde nem late.
O ouro é de tolo quilate,
diverso de versos, estupor.
Quem diria nada disse
Se não disse não falou
Mais que velha e vazia
Tagarelice mais fria
Abaixo do estômago
nos intestinos do leitor
Quase asnice
Ser cretino.
Cretinice.
Cabotino.
A mesmice.
Vira hino.
De conteúdo ruim,
berro
chinfrin.
Birra.
Borra.
Barulhim
bobo,
mirim.
Uma chatice
a mais agrada
à Cleonice?
Um poeta
de pastiche
sem fim.
Ai como é horrivel
um poema previsivel,
fazendo pose de incrível.
Quem quer
disse me disse,
de um verso
basbaquisse.
Na voz
maritaca
Insiste.
Retite ai é o fim.
Ao ouvido
a patetice.
Bate estaca.
Esquisitice.
Macaco
faz macaquice,
fanfarrão
fanfarronice,
o idiota
a idiotice.
Gaiato
faz gaiatice,
maluco
faz maluquice,
paspalho
Faz paspalhice,
insano
Diz a sandice.
Esse poema tolice,
Maria com melancia.
Quem diria!
Quem diria!
Essa mera porcaria,
cheirando a disenteria,
ia chamar
Poesia.
Um comentário:
Muito leve e profunda.
Maria
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