Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 24 de abril de 2010

As de Copas ou de Ouros (perna bamba é do samba)

     Pierrete-1922- Di Cavalcanti

Jogaram água por cima.
Molhar os couros é inútil,
chamaram então a polícia,
para resolver algo fútil.

O tempo volta no tempo,
Quando sambar der prisão.
Prisão são os apartamentos
O samba é libertaçaõ.

Jogaram um líguido bento,
a guisa de calar a todos,
gritaram os gritos bobos,
molharam os instrumentos.

A raiz do samba é a raça,
 Não é acanhar  ninguem.
Só se invergonham os praças,
quando a patrulha vasa,
querem pagode tambem.

As moças requebram em chamas.
Os moços chamam, e elas vêm.
Na  roda de copacabana,
todos os  fins de semana
o samba é um canto do bem.


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Poema para o desempregado.( o trago da seda)

         Sísifo,1548/49-Tiziano Vacellio.

No tempo do pós- moderno
o ocorrido é  o ultrapassado.
Não é como deve ser,
um tempo dos ocupados.
Precocidade em velhice,
como uma esquisitisse,
comuna aos desempregados.

Nesses senhores, que hoje
tão jovens miram a si pesados,
galopa um tempo no outro.
Quando perece o emprego,
há precisão de coragem,
no tempo a cego arriscado.

Passada a janela e o vento,
ter que inventar o momento
nos seus próprios de dentro,
para produzir nova vida,
virada de jeito interface.
De si um novo invento.

Um homem sem ser ocupado,
tende a manter-se ativo,
cativo de seu vazio
de produtor amputado.

Não amputado de um pedaço seu,
do seu próprio corpo.
Mas amputado de sua própria valia,
onde o trabalho desaconteceu,
com um ofício morto.
Mais preocupado em reinventar os dias.

Acorda às segundas feiras,
mastiga uma semana,
namora uma fria cama,
passa o ano preocupado.
O tempo não tem retorno.
O tempo nem tem passado.

Não passaria se é tempo.
O tempo só muda de lado,
porque para o proprio tempo,
tempo nem é contado.

A hora que foi vivida,
fecha para sempre a ferida,
mas deixa o corpo marcado.
Na explosão das pedras,
Sísifo perde a montanha.
Agora sem mais alento,
sobe ao apartamento,
mergulhando no  vasado.

Quando o acordar das manhãs
era sair e trabalhar,
Como acordar amanhã?
Agora a cor da manhã
é cor de espuma da praia,
para quem já não vai ao mar.

Um capitão sem navio
tem as lembranças salgadas,
na ausência da maresia,
da hora do corte a fio.

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quanto anos tem Brasília?( o trago da seda)

Uma reunião de amigos-1922-Max  Ernest

Quantos anos tem Brasília
Quantos rumos sem direção
Quanto tem quebrado a quilha
Quanto nela há quadrilhas
Quanto “afair” de danação

Quais as cuecas vazias
Que conduzem a nação
Caminhões de bóias frias
Quantos filhos ou filhas
quantos somos irmãos

quando vai chegar o dia
quantos até lá viverão
Peculato é covardia.
Fere a democracia,
o quanto sai pelo ladrão.

quem vai soltar a matilha
em quem assalta a união
quem faz a meia faz milha
quem vai lavar as vasilhas
quem tem botija na mão

Pariu a filha o Brasil
viu-se na televisão
dinheiro posto em pílhas
armarinho e camarílhas
quem quer ganhar um milhão

Quem vem pote, quem rodilha
Quem Põe dólar no colchão
Quem é chefe de família
Quem governa e não sabia
Quem anda só de “Buzão”

Quem é nicho e não é luxo
Quem engole o Panetone
Quem é tinta não é cartucho
Quem tem lombriga no bucho
Quem é cidadão sem nome

Quem é prato que se sirva
Na próxima eleição
Diga logo ou por missiva
Quando o povo tem fadiga
Suja o voto em regatão

Quantos anos têm á briga
Contra a corrupção
Quem quiser seguir-me siga
Qualquer cigarra ou formiga
Basta ser um cidadão

quem dira o que hoje há
entre a cidade e o  cristal
o eixão e o paranoá
o arrabalde de Taguá
o pecado a e o capital

quem vai dizer , quem deprime.
quem sequer vai agora ouvir
quem vai responder aos crimes
quem vai limpar as vitrines.
que pais é esse aqui.

Quem é que paga o imposto
Com que prazer realista
Quem a isso faz com gosto
dando sorriso no rosto
de Quem so é vigarista

Brasília tem Quantos anos
Políticos, bons ou ruins,
Erros, acertos, enganos.
Por baixo de quantos panos
Começam os meios e os fins.


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segunda-feira, 19 de abril de 2010