Separating Space From Sexuality (Pornstar), 2002, Julião Sarmento
Agora o amor se despede,
chega o sol.
Eu que deitei minha pele
na cor dessa noite,
quando as estrelas
formaram o lençol,
onde para ela
meu corpo inteiro
fizera a corte.
Sei que também
tenho um lado amoral,
como este que insiste
em mim agora,
cultivei no seu corpo
o meu quintal,
E colhi os beijos
que a madrugada endola.
O meu silencio
exibe um grito curdo,
um verso duro,
teso e temperamental.
Quando a negritude
cobre o céu em tudo,
nada é ilícito,
todo amor
vive um ato marginal.
Eu gostaria de te-la
sempre em meus braços,
onde o tempo
não tem valor de penhora.
Caminhos tortos
formaram nossos passos,
e o ultimo poema vai,
quando a noite evapora.
com os seus próprios passos
também, mais restam
as lembranças de alguém,
Com o calor que tem
essa jovem senhora,
que a realidade
diz ter ido embora.
Posso ler o poema XX
do Neruda,
desesperar na canção,
não vale nada.
O tempo novo
noutro tempo vai a muda,
nesse instinto
explode nova madrugada.
viver é um ato de ter a vida
às mãos, sem luvas.
Posso também lembrar,
o que é de breve e suave.
A bela negra ao meu lado
fizera-se desnuda.
Em tempo de amor,
em voo noturno
de ave,
seus lábios gemeram
livres de todas as regras.
Perfumara o sereno
como uma flor em brilho.
As estrelas miúdas
na manhã ficarão cegas,
ainda me povoa o peito
o pensamento vadio.
Poderia ter aqui
algum pincel e tela nova,
para pintar esse nu,
delineando suas curvas.
Mas já é dia e o amor passou,
vazada a hora.
No coração terei
as tintas da aquarela turvas,
Com o calor que tem
essa jovem senhora,
mais restam as lembranças
de alguém, que a realidade
diz ter ido embora,
Com os seus próprios passos
também.
Sem planos
Agora o amor se despede,
chega o sol.
Eu que deitei minha pele
na cor dessa noite,
quando as estrelas
formaram o lençol,
onde para ela
meu corpo inteiro
fizera a corte.
Sei que também
tenho um lado amoral,
como este que insiste
em mim agora,
cultivei no seu corpo
o meu quintal,
E colhi os beijos
que a madrugada endola.
O meu silencio
exibe um grito curdo,
um verso duro,
teso e temperamental.
Quando a negritude
cobre o céu em tudo,
nada é ilícito,
todo amor
vive um ato marginal.
Eu gostaria de te-la
sempre em meus braços,
onde o tempo
não tem valor de penhora.
Caminhos tortos
formaram nossos passos,
e o ultimo poema vai,
quando a noite evapora.
com os seus próprios passos
também, mais restam
as lembranças de alguém,
Com o calor que tem
essa jovem senhora,
que a realidade
diz ter ido embora.
Posso ler o poema XX
do Neruda,
desesperar na canção,
não vale nada.
O tempo novo
noutro tempo vai a muda,
nesse instinto
explode nova madrugada.
viver é um ato de ter a vida
às mãos, sem luvas.
Posso também lembrar,
o que é de breve e suave.
A bela negra ao meu lado
fizera-se desnuda.
Em tempo de amor,
em voo noturno
de ave,
seus lábios gemeram
livres de todas as regras.
Perfumara o sereno
como uma flor em brilho.
As estrelas miúdas
na manhã ficarão cegas,
ainda me povoa o peito
o pensamento vadio.
Poderia ter aqui
algum pincel e tela nova,
para pintar esse nu,
delineando suas curvas.
Mas já é dia e o amor passou,
vazada a hora.
No coração terei
as tintas da aquarela turvas,
Com o calor que tem
essa jovem senhora,
mais restam as lembranças
de alguém, que a realidade
diz ter ido embora,
Com os seus próprios passos
também.