Fotografia: Vai -Mika
O amor deflagra o calor nos amantes.
Com a brasa lambida do fogo ateado no corpo.
Condena em silêncio fatal aos seus, aos replicantes.
No outro o desejo de amar traz o mar, Cais do porto.
O amor faz reclame a todos, a todo instante.
Mesmo na descrença se é dele decano ou devoto.
Arrasa com a solidão num desvão, vendaval, num rompante.
Seja no beijo da foto, na brisa ou bagaço do terremoto.
Por vezes a forma de amor é tal deselegante.
Seja ele um pé de chinelos, novelo ou angú de caroço.
Da forma que for, se é amor, é sempre mais edificante.
Seja ele atuante, ofegante, na idade de velhos ou moços.
Amar é um ato afoito, é coito de fé delirante.
Na guerra do corpo a corpo respiram suados destroços.
Á tarde , na rua, na lua na mesa do restaurante.
Num chope gelado, bem acompanhado de pobres tremoços.
Assim quando já não há mais nada a perder, ele vem assaltante.
Ele entra por dentro da gente, delinquente, por todos os poros.
Seja certo que amar é medir pelo metro maior dos errantes.
Quando ouvem nos labios das bocas suspiros e sinais sonoros.
Ele esta onde não caberia, por ser de tamanho tão grande.
Depois põe fogo em toda Roma e conclama povo no foro.
Mas meu, amor, sendo noite, eu te peço que espere um instante.
Vou lá fora comprar um cigarro, juro que eu não me demoro.