Fotografia: Simetrias de José Bóia
Inspirado no conto Singularidades de uma rapariga loira de Eça de Queirós
.
Seus olhos retinham a alegria da vida.
A sua vida trilhava ilusão de integridade
contagiante; Em cuja postura adquirida
fizera-se a atitude,em largura de avenida,
onde ao seu lado quase edificou felicidade.
As noites sorvidas comuns nas taças de vinho,
eram o caminho para o amor das madrugadas.
Aonde os corpos afagaram o mais puro desalinho,
unificando-se em partes de unidade o comezinho,
pôde um engano vaticinar o gran- final, não dar em nada.
O engano é sempre um malfeitor, vetor dos desesperados.
Não sobrevive tendo algum resquício de amor ao lado.
Sendo equívoco ao afeto é deste o seu maior culpado,
sofre a priore a pior dor, a dor dos equivocados.
desintegrando-se nos braços do sujeito, o enganado.
Vão se desfazendo as imagens nas cenas mais caricatas.
O tempo é só o tempo, tudo nele há de ser o nada.
Quem tem só poeira nos olhos, não saberá ver a estrada.
Quanto maior é o tombo, menor o vão da escada.
Tem gente que perde o amigo por não entender a piada.
Quem sabe onde a vida é certa, derrapa onde ela é doida.
O ontem é tão singular, em qualquer rapariga loira.
Quem se põe enfim a chorar, terá lágrimas estoicas.
O vagão do trem é lugar onde a existência é heróica.
Toda pupila dilata onde a pílula a mais lhe doira.