Há pouco sorriso no caminho,
como o cavaquinho já falou.
Solidão, por força do destino,
faz de todo o tempo um céu sem brilho,
é luz negra em palhaço do amor.
A mulher quer sempre ser feliz,
seu desejo em mim já não se faz.
Meus cabelos brancos de aprendiz
mostram minha historia visa à vis,
quando eu for saudade, serei paz.
Já não sei o sol, tão pouco a lua.
Rugas no meu rosto em tanta dor.
Meus pés falseando vão à rua,
e a realidade fica nua,
sem a fantasia e o esplendor.
Eu só tenho o pranto do poeta.
Os meus braços já não sentem nada.
No meu horizonte não tem reta,
um vazio em mim se introjeta,
bebo à solidão da madrugada.