Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 29 de outubro de 2011

Dia D Drummond ( Banguelê)

Fotografia:Carlos Drummond de Andrade- Arquivo A/Estadão


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Carlos caminhava quieto com suas lembranças minerais
Fazia do seu tempo as crónicas publicas como pérolas
do niilismo latente colhera boas lembranças às malévolas
Desde criança vivera custos de insubordinações mentais
Deste adulto se via sustos como mistura varietal
Assim se passou na vida sem as firulas de academia
frustrou seu anonimato com sua própria caligrafia
Seus escritos fizeram cura à fissura que lhe era um mal

Teve a palavra certa como uma seta, rumo à ironia
Cultuou a fisionomia que traduziria na flor de um povo
Como o ovo da serpente contra corrente do estado novo
Esse velho arquivista grafou as pistas do que viria.
Poeta preso à vida, essa avenida de tão mãos dadas
Mago no seu silêncio onde engendrou solidariedade
Vivo em Copacabana habita o mar que escreve a cidade
Sem dizer dos suspiros que estão contidos na madrugada
Mesmo sendo o Andrade silêncio claustro de um diamante
Deus lhe deu diabruras nas aventuras dos santos dias
Fez em auto retrato a caricatura, a fotografia
Carlos amou calado todos pecados de um amante

Língua a lamber pétalas, rosas abertas, as comestíveis
Fora seguindo em frente como um José sem saber para onde
tendo uma pedra aos pés traçou como fé um olhar nos bondes
ponte de tontas pernas ficam eternas por serem criveis
Com jeito quase candura essa criatura de olhar interno
teve em tal atitude maior virtude, o melhor disfarce
Feitio nessas medidas pós num poema de sete faces
Um corte à modernidade para modelo dos próprios ternos
Ganha então Drummond um dia de seu com direito a doce
Hoje de sua mina tudo é útil e nada a mais sobra
Data que por estima se comemora o autor da obra
Trinta e um de Outubro   já se destina á vida de um Gauche

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Relógio de sol- ll ( Banguelê)

Fotografia: Relógio de sol- FernandoRodrigues

As vasilhas sobre a pia
Um céu azul sobre o dia
Um terremoto na Turquia

Um santo que desconfia
Minha tristeza se alia
à tristeza de Maria

A vida é sem simetria
Sem meia bilheteria
Cultura tem alergia.

Ao som de Alegria, Alegria
Perdi o que não teria
na última ventania

A palavra poesia
veste muitas caligrafias
para despir ideologia

ONU é nula, é letargia
Por questão de entropia
vai sempre ser a titia

O homem aumenta a cria
Sete bilhões de antropogenias
Na próxima Segunda, você Sabia?

Em Brasília
Pip...Pip...Pip...Dezenove horas e cinquenta minutos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Leveza no circo da alma


Fotografia:A insustentável leveza - Sammy Monteiro
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A leveza é incomum ao hábito
Também ela não se aparenta à beleza
não tem perfume e nem hálito
Suas janelas estão distantes da avareza
Nunca se suporta como algo tácito
È uma forma flúida por natureza
Não significa descompromisso,
nem desafeto, nem anarquismo,
posto que só se firma na certeza.
Somente a leveza vive daquilo
que sua falta de peso faz resistência no piso.
Leve plana no ar, qual plano pleno de aviso.
Leveda em um jeito de ser, não é estilo.
Prima pela tranquilidade da clareza.
Estima a atenção, não é cochilo.
Tão pouco é uma desatenção, nem um vacilo.
Princípio dativo da correnteza de um amor vivo.