Guitarra de Marta
Um solo Stratocaster abre a fenda,
por onde tu passaste, e foste embora.
Na porta a realidade ainda evapora.
E na solidão, o amor volta a ser lenda.
Qual sopro de um trompete a alma é sonora,
e o humano coração que a entenda.
Das roupas devolveste só fazendas,
ficaste com o suor de quem namora.
Assim sobrou o menor que a encomenda,
pois vá buscar quem melhor surpreenda,
na corte o rei deposto não implora.
Ao fim nada mais há que se adenda,
outra que me ensine a fazer renda,
e a mim, somente a mim, sobrou o agora.