Para ler poesia basta ter calma, Para ler Poesia basta ter paixão, deixe-a incidir subcutânea, trama das retinas à veia aorta para faxina do coração.
Citações
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
SÓCRATES
sábado, 26 de setembro de 2009
A fala estende o corpo( o trago da seda)
Edvard Munche _ O grito
A palavra rasga a cara,
a faca da boca é a vóz.
O silêncio que te mata,
reproduz nó na garganta.
Pois tira do medo a manta.
Conta, relaxa e canta.
A fala afrouxa a gravata,
liberta, humaniza, relata
o pensamento, não é algoz.
A lingua bem empregada,
na sintaxe faz passeata
do sentimentos e da razão.
Quando uma vóz a mais fala,
relata o humano instante.
Desnuda os significados,
inpacta os significantes,
num discurso coordenado,
retratando essa união.
Por isso fala !
Mas fala a palavra inteira,
não deixa que ela fique na beira,
não a perca no cadafalso
de sua própria repressão.
A palavra que pisa em falso,
vira ato falho.
como um recorte ou retalho,
que deixa faltar pedaços,
na clareza da direção.
A pessoa articulada,
sabe domar a lingua que fala,
o que não é coisa pouca.
Quem fala tem o domínio
completo do raciocínio,
exposto com lucidez de opinião
Fala, abre essa boca,
da assim liberdade à alma.
Respira e fala com calma,
que fala e corpo é um todo,
refratário á solidão.
Porque só veados e mulheres Andam falando de homens ( o trago da seda)
Festa-1992-Gregroy Fink
Que solidão de macho! Que custo ao patriarcado!
Qual o universo desse guerreiro que recebeu a mulher no seu espaço e generosamente, ou não, o dividiu.
Ali com leveza e inteligência ela se instalou. Mas o feminino não é nenhum animal diferente, é gênero, embora às vezes pareça que sim. É que homem não discute relação, homem relaciona bem sem isso e pronto.
Tão bem instalada foi, que ela, a mulher, é de longe a maior frequência nesses encontros de estudos da masculinidade. Encontros esses bem raros.
Olha que situação....
Acho até certa essa situação, mas o pessoal do encontro deve demitir a assessoria de imprensa dessa organização, Pô... Fazer um encontro legal, dessa maguinitude , encher a casa de mulheres, e não chamar a rapaziada?
_Hum! Sei não!!!!!
No mínimo isso é uma indelicadeza de género.
_ Sei não!!!!!
Será que essa moçada não sabe ainda que não dá mais pra seguir sozinhos sem a presença tão fundamental delas?
E depois tem o seguinte:
Homem que é homem discute masculinidade é no meio delas, sempre foi assim, A mim me parece bom.
Isso mostra quanto ainda temos que caminhar.
Então vamos apoiar os encontro de homens com os homens, e também com as mulheres, delas com elas mesmas, enfim, de quem quiser com quem quiser de fato, Com honestidade e clareza.
Sem pensar muito, a coisa é o seguinte: Os homens devem se discutir sim, mas com as comadres ao lado, senão vira clube das bolas.
Fico meio bolado com isso; Vira assunto de cunho delicado.
A coisa é simples ......Tim Maia já dizia:
_Agora vale tudo!!
A mulher aprendeu masculinidade com os homens, não foi com as árvores, está na hora de aprender a falar de homens com as mulheres.
-
Assim é que é- III(a puta me encantou)
Roda de capoeira- 1953-Santa Rosa
Eu te dei o braço,
quase fui ao chão.
Você perdeu o abraço,
eu perdi tesão.
Passo um laço aperto,
eu e o João.
Pode ser mormaço,
larva de vulcão.
Pode queimar laços;
Mesmo com os esgarço,
eu não caio não.
Por que chão eu conheço,
como as palmas das mãos.
So com meu alento,
vou pagando o preço
vivo da razão.
Pois com ela pago,
outro passo a passo,
ando coração.
Quanto ao seu olhar,
vai levar tristezas
todas prá chorar.
Clara é a certeza,
nunca ter firmeza,
em visão vulgar.
Vai cair por terra,
com sua vida besta.
Verdade se expõe à mesa,
da existência destra.
O cancer vai chegar,
em seu peito mesquinho,
morto sem carinho,
solidão sem par.
Enquanto você vaga
sua vida no que caga,
sem ser gente, so parecer.
Vocè é mesmo uma merda,
que estraga com seu cheiro,
Qualquer olfato parceiro,
de quem se deu prá você.
Farinha podre é pirão azedo.
Aprendeu roubar no estrangeiro,
da honestidade tem medo,
infeliz sem paradeiro,
Veio então ladra e burra.
ponta em faca esmurra
só prá ver sangrar
falsa criatura
má fé na postura
não é se postar.
Ao meu lado fazendo feio,
roubando a paz que te recebe.
Bebe da desgraça e mente,
que é mesmo o que prefere.
Daqui vai sem nunca ser gente,
ferir-se com o ferro que fere,
que a morte te parta ao meio.
Vadia filha da puta,
que sua vida seja curta,
doída para sofrer.
Vá com o diabo agora,
pessoa de se jogar fora,
Pois vá com ele se foder.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Pequeno prazer( o trago da seda)
“Uma Noite Estrelada sobre o Ródano”-1988- V. Van Gohg
Gostava muito de olhar para o ceu á noite.
Era um desses prazeres simples da vida, desses que às vêzes a gente perde dentro da gente mesmo, escondido num canto interno de arquivo do tempo, guardado noutro espaço da história.
Ainda assim se segue vivo apesar da perda acontecida, malgrado essa falta de sorte, onde é dela, da perda, a vitória; Tem certas coisas que imprimem na memória, e essa era uma delas.
Hoje se tem a vista mais curta, no entanto me parece que se vê mais por isso.
Porque se o olhar ficou pequeno, ficou mais íntimo, instintivo, e até minimalista mesmo.
fugiu do sereno, não bebe mais lua no meio da rua.
Houve um tempo em que Ipanema brilhava nua, houve outro em que a felicidade até andava ao seu par.
Acho que ela caiu no chão, e sem querer arrastou as estrelas, como quem puxa a toalha bordada da mesa do ceu para tentar se equilibrar.
Elas cairam então consigo e deixaram la em cima só o negrume nublado.
Agora parece que não existe mais brilho, a vida virou um breu, é o dia.
Entrou mesmo a existência em estágio de sítio, se redefiniu na tristeza e seguiu em frente; Triste, doida, mas mesmo assim simplesmente viva.
Apenas viva e mais nada, mais ainda assim, ficara na lembrança a ideia de gostar de olhar para cima e ver uma luz, qualquer coisa de brilho naif por lá.
Gostava muito de olhar para o ceu á noite.
Era um desses prazeres simples da vida, desses que às vêzes a gente perde dentro da gente mesmo, escondido num canto interno de arquivo do tempo, guardado noutro espaço da história.
Ainda assim se segue vivo apesar da perda acontecida, malgrado essa falta de sorte, onde é dela, da perda, a vitória; Tem certas coisas que imprimem na memória, e essa era uma delas.
Hoje se tem a vista mais curta, no entanto me parece que se vê mais por isso.
Porque se o olhar ficou pequeno, ficou mais íntimo, instintivo, e até minimalista mesmo.
fugiu do sereno, não bebe mais lua no meio da rua.
Houve um tempo em que Ipanema brilhava nua, houve outro em que a felicidade até andava ao seu par.
Acho que ela caiu no chão, e sem querer arrastou as estrelas, como quem puxa a toalha bordada da mesa do ceu para tentar se equilibrar.
Elas cairam então consigo e deixaram la em cima só o negrume nublado.
Agora parece que não existe mais brilho, a vida virou um breu, é o dia.
Entrou mesmo a existência em estágio de sítio, se redefiniu na tristeza e seguiu em frente; Triste, doida, mas mesmo assim simplesmente viva.
Apenas viva e mais nada, mais ainda assim, ficara na lembrança a ideia de gostar de olhar para cima e ver uma luz, qualquer coisa de brilho naif por lá.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Se Drika vier(a puta me encantou)
Estudo de Nú Saindo do Banho-1984- Enrico-Bianco
Drika Carvalho veio com a chuva
Pecuniária tinha uma vulva
Trazia a boca como uma luva
Terá marido? Será viúva?
Drika Carvalho tem olhar sábio
Segue as estrelas sem astrolábio
Tem um sorriso dentro dos lábios
Nos meios, outro, belo cenário
Quem será ela? Tem namorado?
Quem lhe abraça apaixonado?
Se solidão, isso é errado
Agora então a quero ao lado
Se disser sim, serei seu mago
Farei um samba, tocarei fado
Para seu gozo serei tarado
Dar-lhe-ei colo, serei beijado
Quando seu corpo sentir mais frio
Vou esquenta-lo num rodopio
Serei parceiro, serei seu cío
Nessa explosão serei pavio
Mas se a vida for coisa pouca
A poesia lhe tira a roupa
Vai lhe chupar com toda boca
Até ela gritar de ficar rouca
E quando o tempo mais acalmar
Seguir seu rumo de alto mar
Levarei Drika pra passear
Se ela vier, vou me casar
Assinar:
Postagens (Atom)