Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

A puta me contou

Romance



Minha senhora!
Dizem meus amigos que peco por timidez.
Aonde chego, chega meu corpo primeiro.
Quem vês primeiro é ele, de batedor; Eu mesmo sou pouco ligeiro, venho depois, pois sou carregado de amor.
Tenho sentimentos em excesso, interrogações em excesso, vivo na marra, e tenho poesia na verve ordinária!
Trago depois do corpo, todas as cores da vida, pinturas de toda história nele contida; Todos os lugares, todas as doses dos bares, todos os dissabores nos copos do caos que ingeri.
Venho de tantos os abraços desatados, aonde todos os vãos da  paixão viraram mormaço. Unidos pelo cansaço, todos os laços, todos os beijos devaços, desavisados e degenerados, toda desilusão safada, que sai derramada de dentro da gente e acaba ficando no relatório sentimental de tudo que foi certeza um dia.
São tatuagens invisíveis a olhos nus. Trago também lonjuras no olhar, distâncias transparentes, alem de muitas, muitas saudades sem valor.
Para não magoar tuas verdades, por isso é que ando devagar, para que ela a vida, me encarregue agora do nosso tempo; Que sei tão breve, tão físico de curvas, lânguido e líquido, lisérgico e casto de amarguras tolas.
Para que ela , a vida, traga-nos o seu grito, eu venho depois do meu corpo de granito, entornado em ato incontrito tornado leve, ao contato úmido do teu calor.
Mas minha senhora!
Como podes ver, estar com o meu corpo apenas, não é estar comigo inteiro.
De meu tens à hora só as armas do guerreiro, de meu tens um trailer de carne, e pele, e acasos. Eu mesmo não sou cotidiano nem de mim.
Ficamos assim:
Para estar comigo inteiro tens que passar da  indiferença morna dos teus dias. Tens que gostar de amar na madrugada e dormir pelas manhãs. Tens que rasgar as tardes trêmulas dos teus medos. Tens que passear em segredos com o prazer  pela clave incerta do poeta, esse homem deselegante de olhar palavras no que nelas há de incorreto.
Viver é mesmo assim, não tem garantias.
Viver é consumar riscos de busca à uma felicidade a saber.
É o enigma de um desejo anterior; Ao largo disso então, é que vai sugerir o nosso amor. Fora isso eu não fico, eu vou.





Ponto de vista



só canta se for show
só chuta se for gol
Faz zomba do amor
só samba rock'n roll
pensa que sabe viver
mas ainda nem começou


Et cétera



Não se preocupe tanto,
que o tempo é único,
ele é um só.
Cuide de não haver tristeza,
mas se ela houver,
que não lhe dê nó.

Não se renda á angústia,
porque ela assusta
e vai virando dó.
Busque mais a alegria,
aonde ela se cria
é que brilha o sol.

Respeite o cansaço,
ele é o abraço
da luta maior.
Abrace forte à esperança,
ela e a contradança,
do que há de melhor.

Vamos, nada será mal.
O Et cétera é o tal
em qualquer assunto.
Vamos que o tudo é plural.
Se estamos juntos,
o certo é ao final.



Número cinco



Durmo contigo à noite,
contigo é à noite o sonho.
Nele eu penso que ponho,
na ausência, no aceiro,
o mais penoso aloite
entre mim e o travesseiro.

Deixo que a noite me vença.
Entre ela e eu há o cansaço;
E a solidão por sentença,
brutalizada em ausência,
me faz sonhar com os afagos.

E neles eu sinto o seu cheiro,
neles com seu cheiro eu brinco.
Como se o mundo inteiro,
como eu, fosse prisioneiro
do Channel número cinco.

E antes que o sonho acabe
no reino da menor descrença,
la aonde a desavença
mostra seu corte de sabre,
o amor nos faça defensa.

Como da corte é a rainha,
o sonho é da realidade.
É no universo da saudade
que a lembrança principia,
trazendo aromaticidade.

Fazendo a diferença,
eliminando as distâncias,
nessa hora tão imensa,
qual poética licença,
que vença a felicidade.



A mosca azul


Perfídia!
Quem decide o que é arte,
é a mídia.



Água na boca


Lá se foram os anéis
coisa tão tola
Micaram os papéis
Choro eu às cebolas
Sobrou desse revés
o burro e a cenoura
Lá se foram os mil Réis
dessa parca lavoura.
Grito em mil decibéis
minha vóz ficou rouca
não me foram fieis
ou fui eu, marquei touca
comeram meus pastéis
ficou a água na boca.



Paradoxo



A amizade é  uma gastronomia repartível
Solidão é uma erosão sem curva de nível
Cumplicidade é mesmo um silêncio audível
E o amor? Ah! O amor!
É de todos, o paradoxo mais incrível!



Diabo no corpo




Meus olhos de cair noite e cama
têm energia de sol na lua.
Minhas mãos, de lavrar suas ancas,
descendo formão em neblina.
forjam a ferro essas rimas,
deixando a calma insana.

O desejo se insinua.
a carne já não sublima.
Pulsão de vida é uma dama
deslavada em seu perfume.
Então você vem e reclama,
derruba o pau da cabana,
querendo que eu me acostume.

Ardendo sou tocha humana,
queimando a pele na sua.
em REM o seu corpo plana,
meditação tibetana,
enquanto eu só diabruras.

Tesão que o diabo não cura.
Combustado em gasolina,
disposto em adrenalina.
que a madrugada quer nua.



O pedido


O pedido foi direto,
sem saber qual é a cor.
Sem saber o seu tamanho,
sem noção de qual sabor.
Sei que hei de atende-lo,
para isso me assanho.
Ninguém disse o modelo,
se é de graça ou se é de ganho,
sem que lhe apontem o dedo,
não se sabe aonde ele está.
Se é conhecido ou estranho,
se perdido no sofá.

Se ele é largo ou se tacanho,
se não lhe deram lugar.
O pedido foi dileto
sem ter muito blá, blá, blá.
Pois assim vou descreve-lo
antes dele te assustar.
Desatando esse novelo
sem ter medo no olhar.
Se o amor é um segredo
o pedido é o seu desejo,
é algo que se quer gozar.



Dia da mulher



Da mulher se recria a vida, na vida se procria a chama da luz humana,
onde o orgasmo se aflita em possibilidades do corpo e da gênese,
mas também nela se instala a lembrança e a saudade e o instante,
Natureza maior da cumplicidade e da troca, em dádiva radiante e sacana.
Ser humano feminino, parcela da humanidade e dela sua gestante.

Ousadia maior da natureza, é sua face metade de útero e beleza,
como o desejo da espécie, como seu colo de proteção, sua razão.
Mulher é a certeza da primavera em germinar a próxima floração,
onde o que é sensível á flor em macia pele se instala abraçante.
No  abraço da vida em seu corpo, a espécie se explica em delicadeza.

Mas não se explica apenas na cama, mas não se explica apenas nos sonhos.
Mas não se explica apenas nos sentidos, da realidade de óvulo e de sangue.
Uma mulher se explica inteira sem permitir que a existência seja exangue.
pobre daqueles que à elas temam, sofrem da misoginia, essa pobre gangue,
sofrem de entende-la pouco, como pouco se sabem de si, isso é medonho.

Na mulher é que melhor se cosem as tecituras do silêncio oculto.
Nela o mesmo olhar do mundo se descortina de forma intensa e generosa.
Como brisa, como ceio, ventre, perfume, persistência  e muita prosa.
Não há como amanhecer apenas um dia a esse mistério, comum à rosa
aberta a um sorriso único da múltipla graça dos lábios adultos .



Nu artístico



Strip tease no arrame farpado tendo a pele por agasalho.
Diante da plateia embasbacada, muda o sorriso.
Em cada um dos lanhos gerados, em cada pequeno talho,
a cor vermelha do naipe, é a sorte em jogo no baralho,
cuja carta na mesa é peça despida do corpo no improviso.
Strip tease é uma coragem transparente desse corpo liso,
escancarando sem segredos seus detalhes, sem aviso;
                     Fazendo mais que ser perfórmico, por ser trabalho.
                     Falando mais como se arte fosse, e mostrando a vida nisso.






É só



Tem que ter disposição,
ter fogo para esquentar,
compartilhar coração,
e uma pegada ímpar.
O amor não é confusão,
é pra quem sabe se dar.
Ter medo dele é questão
pra solidão se instalar.

Quem quiser esse valor,
tem que saber conquistar.
Ele é sem cheiro e sem cor,
cresce em tamanho solar.
Tem peito de remador,
também tem dor de chorar.
Quem prova dele o sabor,
jamais o esquecerá.

O amor é mais que a paixão,
é correnteza no mar.
Quando encontra o perdão
no átrio auricular,
tem peso de algodão,
tônus e ação muscular.
No outro encontra a razão,
para querer se entregar.

Mas quem diz sempre que não,
terá tristeza no olhar,
ao não se dar permissão
pro coração funcionar.
Vai encontrar solução
na mesa de qualquer bar,
onde afogar a vasão
da falta de enamorar.




Fio da meada



Madame faz compras no Carrefour.
Pastrame é salame que se come.
Casino é perder dinheiro em jogo.
O poder faz o circo pegar fogo.
Cor de rosa assim dinheiro some.
Os impostos são caros pra xuxo.

Um francês quer comprar o Pão de açúcar,
mas o outro comeu um pedaço dele.
Nessa teia de aranha, nessa rede,
Dom Diniz vem ao pote e traz a sede,
no social de um banco com esse nome,
brasileiro entrou com grana puta.

Dom Diniz que de bobo não tem nada,
Já tão rico comendo a marmelada,
essa herança, o deixou um português.
Enche a burra de Euros na jogada,
revendendo esse Pão mais uma vez.
Esse pão tão popular, já tão Francês.

Num negócio que cheira a coisa errada,
o rei pobre outra vez vai ficar nu.
Lá no caixa madame entre com o cu,
perfazendo com os fundos essa compra.
A madame disso nem se dá mais conta,
desconhece os tais fios da meada.

A visão com as nuvens é nublada,
no bondinho vai vem do pão de açúcar.
O mercado é invenção meio maluca,
com  finanças do povo empesteadas.
Dom Diniz é um homem tão batuta,
ganha o amigo e sai rindo da piada.




Betume



A  moça da bolsa de grife
e o moço que rasga dinheiro,
uniram as fichas cacife,
no jogo do amor financeiro.
Ele da moça é Cacique.
Ela do moço é letreiro.
Um sem o outro não vive,
dividem o travesseiro.
O amor pendurado em cabides,
deixa-se ser corriqueiro.
Se um traz no bolso o convite,
o outro desfila o seu cheiro.
Mas se um do outro é revide,
nenhum dos dois vem inteiro.



Ta prontinho ?



Tá prontinho?
Perguntou Fernanda com olhos de malícia, tá prontinho?
Essa era a senha para a felicidade, objeto e sonho de consumo dos homens, mas nem sempre algo acessível a todos e a qualquer momento. Para ela é necessário investir, estar realmente preparado.
Diferenças de visão de mundo, concorrência entre pessoas adversas, desigualdades várias e miopias ás distâncias podem ser o ensaio sobre a cegueira humana nas suas relações.
A felicidade se dissipa com tais influências. todos a desejam, todos a buscam, todos sem exceção, perseguem no íntimo esse objetivo, mas nem todos realizam inteiros o seu fim, ficam suspensos em sí mesmos numa espécie de sublimação afetiva. De fato é preciso estar bem prontinho antes.
Fernanda sabia disso já a algum tempo, e ela sim, estava pronta para o bónus do amor naquela hora.
Havia passado por outros amores antes, havia brincado de casar na juventude, havia casado para gerar, havia gerado outros desejos passados, agora estava pronta para esse que se suponha ser o maior de todos os desejos humanos. O amor de entrega e o de fato correspondido.
Diferente de outras de suas mais variáveis formas, esse é sem dúvidas o maior de todos, posto que é troca em completude. Para esse tipo de amor é preciso viver um tempo antes, cometer erros antes, degustar solidão antes, é preciso sofrer para entende-lo, para desnudar sua ética.
Sempre é pré-requisito para quem se propõe ao amor, que a vida tenha se enveredado um pouco mais na realidade que cerca a existência.
É preciso tempo de maturação para os afetos.
A intimidade como a solidão, podem se mascarar na multidão e ibernar como forma oculta.
É preciso achar o carvão para encontrar o diamante. É preciso estar disponível para encontrar amor.
Fernanda mergulhou fundo para recuperar a própria vida, queria saber como goza-la com o coração antes de tudo.
Houvera esperimentado outras formas de amor. A cada um ao seu tempo se dera e de algum jeito valera a pena. Agora a sua hora nova chegara, com a importância que a vida dá aos que lutam por ela de verdade. A vida pela qual consigo mesma lutara de forma tamanha e obstinada, enfrentando duras provas, para saber  gozar de novo com o coração inteiro.
Se a vida cobrara à vera seu preço, então também essa lhe trouxera o endereço da felicidade, e os frutos de sua cepa.
A alegria, a solicitude, a entrega e a disposição para o outro, sem dúvida permitem que o retorno imediato venha espontâneamente. Fernanda o sabia, sabia mesmo trafegar nesse universo com a desenvoltura de uma bailarina de portar bandeira.
Conhecera-se o bastante para não temer a sua existência, não se assustava diante do mundo com as individualidades dos liberais.
Ela sim entregara-se ao amor, salvara seu coração nos segredos de amar, ao se desvendar em amplitude nesse ato.
Estava limpa, perfumada de espontaniedade e beleza. Estava nua de carinhos e dádivas, estava inteira amorosa e linda.
Apenas perguntava a ele :
_Cê tá prontinho?
.



Singularidades


Seus olhos retinham a alegria da vida.
A sua vida trilhava ilusão de integridade
contagiante; Em cuja postura adquirida
fizera-se a atitude,em largura de avenida,
onde ao seu lado quase edificou felicidade.

As noites sorvidas comuns nas taças de vinho,
eram o caminho para o amor das madrugadas.
Aonde os corpos afagaram o mais puro desalinho,
unificando-se em partes de unidade o comezinho,
pôde um engano vaticinar o Gran- final, não dar em nada.

O engano é sempre um malfeitor, vetor dos desesperados.
Não sobrevive tendo algum resquício de amor ao lado.
Sendo equívoco ao afeto é deste o seu maior culpado,
sofre a priore a pior dor, a dor dos equivocados.
desintegrando-se nos braços do sujeito, o enganado.

Vão se desfazendo as imagens nas cenas mais caricatas.
O tempo é só o tempo, tudo nele há de ser o nada.
Quem tem só poeira nos olhos, não saberá ver a estrada.
Quanto maior é o tombo, menor o vão da escada.
Tem gente que perde o amigo por não entender a piada.

Quem sabe onde a vida é certa, derrapa onde ela é doida.
O ontem é tão singular, em qualquer rapariga loira.
Quem se põe enfim a chorar, terá lágrimas estoicas.
O vagão do trem é lugar onde a existência é heroica.
Toda pupila dilata onde a pílula a mais lhe doira.



Como Deus pais



Poema para as mulheres normais.
Correndo na frente,
seguindo tão crentes,
desejam demais.

Os corpo latentes,
sorrisos aos dentes,
são tão comoventes,
parecem iguais.

Vozes eloquentes.
Sempre consequentes,
derramam seus ciclos menstruais.

Poema para as mulheres iguais.
Serão lenientes,
parecem parentes,
seus corpos decentes rivais.

Loucuras ausentes,
as inteligentes,
são uni presentes.
De tanto querer demais

Assim finalmente,
são naturalmente
amantes lembranças dos seus pais.




Vai



Menina não me complique!
Eu sei que você é Punk,
mas é que eu sou Mangue,
caso não me identifique.
.
Mistura de dinamite,
versa explosão bumerangue.
O amor não tem forma exangue,
é veia de romper diques.

Desejo não é ofício,
coisa de pele é sacana.
Amar é transcender cama,
passa alem do sexo início.

Se a tara é grande demais,
parece mesmo difícil.
Meu corpo não é seu vício,
porto ou beira de cais.

Não sou poesia chique.
Sou breu, fundo de mar.
Não sei se você vai gostar,
mas eu não sou beatnick.

Estar junto não é estar perto,
depois haverá quem se zangue.
Afetos perdem o sangue,
quando o amor não da certo.

Vá procurar outro porto.
O amor acabou, ficou torto.
Agora que já é morto,
não há mais o que acordar.




Tópico



Parece que a boemia está meio torta
A noite atual é mais mercantil,
Até a lua deve pagar ingresso na porta




Flor da pele


A manhã trouxe mais perto
todo o Rio de Janeiro
Do penúltimo ao primeiro
trouxe o chope predileto

Com ela houve o pernoite
no seu dorso travesseiro
onde o abraço do seu cheiro
no meu outro fora corte.

Toda brisa formou vento
dentre os seus olhos abertos
visão de amor não tem vetos
quando o viver vem de dentro

Passos largos, passos lentos
O tempo foi corriqueiro
passado de passageiros
laços do contentamento

À tarde o sol que é mais reto
na pele recitou o tempo
o amor vale cem por cento
mesmo quando é incorreto

Comuna a gente bem perto
sem deserto de coração
com esse instrumento à mão
todo corpo tem concerto

A noite despindo estrelas
fez luzir do amor a trama
um beijo dado na cama
é a forma melhor de vê-las

Quando chegou o sono
no afago derradeiro
um casal de Brasileiros
dormiu nesse abandono.



Acadêmica



Para gostar de mim,
rasgue o seu diploma.
Tem que ser vadia,
tem que ser Madona.
Se é vasta a alegria,
gata, então ronrona.
Se está vazia,
encho essa cona,
com minha poesia
dura, intentona.




Mesa de câmbio



O homem das posses fartas
trouxe ao lado quase vazia
a moça de posses poucas
com suas roupas vadias

Sozinho comprou o piano
Bebeu wisque cantou sozinho
seu corpo alugou enganos
ferveu de planos mesquinhos

A moça de carne incasta
iconoclasta dos carinhos
exibiu pose ginasta
dentro de um vestidinho

Sozinha como um arcano
grelo adubado na vinha
fez danos e entrou no cano
foi para casa sozinha

A solidão lícita em par
tentou matar a tristeza
Na cena vista de um bar
Amor e o comércio à mesa




Papo reto



Não adianta sofrer,
nem amar o homem ideal.
Ele nunca irá te comer.
O homem ideal não tem pau,
entra uma ideia dentro de você!



Meu homem



Meu parceiro de crença.
Meu amigo de amor.
Entra sem fazer dor,
também sem pedir licença.
Esqueço das desavenças,
apago o dissabor,
trazido  de outro homem.
Embrenhada de calor.
Vem pela porta dos fundos,
vaza meu corpo junto.
Muda os meus profundos,
pinta em mim outra cor.
Derruba paredes e muros,
desfaz histórias e lendas.
Mostra-me um outro mundo,
no qual mistérios desvenda
Abre em mim uma fenda,
por onde liberta o ontem,
sem me pedir que lhe conte.
Inventa-me de outro jeito,
instala-se no meu peito,
bem aqui e bem agora.
Nisso eu fico feliz,
mesmo se a manhã diz,
que ele se vai embora.







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