Fotografia CDI news
No tanto que o corpo é mente
em um sentimento combalido,
é o quando a gente não sente,
o que parece não ter sentido.
Se o lado esquerdo do peito
é o lado desguarnecido,
temos que achar algum jeito,
algum jeito, de se estar vivo.
É o quanto tão sem proveito,
em um tempo interrompido,
a despeito assim do desejo,
sortimento tão sobejo,
é assunto mesmo esquecido.
O afeto diz desrespeitos
á nobreza de um cidadão.
Cama vazia, em pulsão,
vira somente um leito;
Não, não, não, não, não.
Semente do que é ilusão.
Aquém do homem aguerrido,
forjado em exercer libido,
de fato é inadequação.
A pele encobre o que foi
também elo corroído,
à sobra no corpo dói,
insana desses sentidos.
As mãos sem o tato em desuso
só um movimento ingrato
A existência diz tudo;
Sustenido senso-lato.
No patológico intruso,
se a bola já foi pro mato,
o tempo de vida é bem curto,
para a virtude dos fatos.
A reverter mais vazão,
descaso da sexualidade,
por absoluto é o tesão
fogo que sempre arde.
De tudo restante à tarde
toda e não somente,
desdem da realidade.
O que move o amor mais crente,
na solidão da saudade,
no fundo do mar da gente,
é essa realidade urgente.
Ao se dobrar tão sozinha,
A pelves é marginal,
no lençol branco do cal,
de olor sem rumo e sem linha.
Por ser desobediente,
na andança gestual de um rito,
ela é o que sobrou do grito,
lembrança irracional,
recordando o mais urgente,
do ultimo amor, o letal.
Rumando na contramão,
assim vai maior o tempo;
É uma linha bamba no vento
no invento da solução.
Com muito cerol de vidro,
a desferir movimento,
sobre o sol do carinho ido,
no ar da forma e do brilho,
no vendaval do momento.
Qual pipa solta em vacilo
quase penúltimo suspiro
no vendaval insuspeito,
e a vida segue sem jeito.
Ou ela é isso, ou aquilo.