Anormal, a essência é uma forma hibrida
da reorganização do objeto, do e, no pensamento.
Estabilizado-o e lhe aderindo os adidos.
Obrigando o sujeito a refazer as malas, as roupas
e os roteiros da viagem significativa da existência,
na forma violenta do incômodo da transformação.
A ideia explica e implica um novo conhecimento.
De cuja natureza apenas o tempo cronológico
não dá conta, apenas o futuro não apronta
e apenas o passado não conta, não é o resto.
O sujeito e o objeto, o incluso e ou manifesto,
no fogo queimando, é o ressurgir do novo,
nos signos das labaredas vivas
do calor humano presente nos sentidos.
Do seu próprio jeito
Epigrafado de uma tradução de My way - Frank Sinatra
.
Para que serve um homem ao final do dia,
para que serve um homem ao final de si,
ao final do seu tempo, aonde há o laço com o que é infinito.
Aonde a forma recordação abraça o eterno, e essa tinta mandala,
quadriculada no imagístico gesto, veste assim a última homenagem da vida toda.
Toda ela completa do individual e de todos, do seu próprio jeito.
Os registros serão o perfume exalado da memória incorporada de histórias,
das mínimas recordações desses todos.
E o agora é pensar que ele fez tudo isto, e devemos dizer que foi esse o seu jeito. agora fica um legado da sua trajetória única.
Sem timidez, foi esse o seu jeito. Rápido; Rápido de amor e de sorriso, rápido de choro e de lágrimas, mas também, rápido das alegrias, das viagens todas
nos caminhos do que há de mundo no mundo.
E tudo foi divertido, e tudo foi até onde tudo é, e mais, muito mais,
sem arrependimentos eu devo dizer: Do seu próprio jeito.
De pé e com coragem tudo foi enfrentado no xadrez do corpo,
tudo foi enfrentado por inteiro.
E agora o fim não é o fim, o fim é outra história a ser contada, com as coisas sonoras da lembrança encharcada do afeto construído no sem fim,
alem do tempo cronológico.
No coração, esse é o desafio exposto claramente.
Meu amigo, o caso é que uma vida nunca fica completa, ela segue nos outros, nos amigos, e nos amigos dos amigos também ela se expande.
Nessa época da memória tudo se refaz nas outras formas.
Nesse mapa os planos são outros a cada passo, no ocorrer do atalho por fim, tenho certeza, foi esse o seu jeito.
Abstrações
A fuzarca da feira e o frio de outono
são frutas que como na brisa que me abraça.
O preço da praça em sobra, em abandono,
é o grito neo tono da luta em Gaza.
Mingau pelas beiras, bobagem, besteira.
Alegria inteira na voz pechincheira.
E o poema cheira a fogo sem brasa.
De qualquer maneira, na falta de sono,
num verso sem dono o poeta é a fumaça.
Fio da arte
Escrever não é algo individual,
é empurrar a linguagem
para alem das fronteiras
da norma do homem e do animal.
Esse é um movimento clivagem
do limite, do sentido, do oral.
Desfazendo é o reinício.
Por dentro dos interstícios,
traz maior o original.
Violando o vitalício,
o romper é a viagem,
para alem dos quietos vícios.
Essa é a nobreza dos signos:
provocar a liberdade
fazendo um verso universal.
E a pedra saiu correndo
Foi mar pra tudo que é lado,
e a coitadinha da pedra
não fez o caminho a nado.
Enquanto falavam sempre
o mesmo poema falado.
Tadinha da pedra, nem geme.
Aquele calhau somente
ouvia aquela gente
repetir o recontado.
Tadinha da pedra do Leme
de tanto ouvir já treme
Sem saber mesmo até quando
suportará a episteme,
e ficava ali escutando.
O granito velho e cansado
Já não suportando o link
diante de tal açoite
do mesmo poema Leminski
pedia ao vento da noite
que o levasse o rogado.
E deu-se a ventania
no marasmo criativo
E o vento num rodopio
ouvindo a pedra um dia
atendeu o tal pedido
com a força da maresia
Éolo Deus do pum
de rogado não se fez
Para outro lugar algum.
E a pedra vejam vocês
evadiu-se do posto um
foi parar lá no posto seis.
Irracionável
Mas quando o banal
a paz é o valor
interna a violência
e sã animal
em si é
não regra
será B R U T A L I D A D E B R A S I L social
cidadã não há
enquan quem sou
to houver nem
mulher aonde
es es estou
tupra não há
das país
em raís
vans. Nação
Fresta Rave
O gosto da juventude está franzido
no rosto da jovial adrenalina.
O diurno é a noturna anfetamina
sintetizada e sem virtude de sentido.
E tudo ocorre nessa cápsula do vento,
tão disponível no macabro do cardápio.
Sede é o vazio transpassado pelo gládio.
Contracultura do letal descabimento.
No movimento Tecno-Pop abobamento
do indivíduo, em vendaval é seduzido
à busca frágil do comercial divertimento.
Num ritual das aparências é detido.
Frenético, suado, o móbil abduzido.
É anulado da persona no mercado dos banidos.
O corpo rápido para no tempo, sem estima,
dissociado à luz do sol da Cetamina,
lúdico ilógico nas Pic-Ups diluído.
Fálico, clubber, palco espelho, nu da cina.
Ao som do funk, seu primo pobre, se turbina.
E o sujeito, vulto do eu, nele mesmo é cindido.
Fica mais breve de prazer, mais deprimido.
As tais pastilhas fazem jus ao estranhamento.
GHB e álcool juntam brilho ao colorido.
Toxicomania em massa nessa praça faz assento,
sem as margens criativas são limites encardidos.
Resta em cal o ponto final do alheamento,
má diversão na solidão de um drogadiço.
Devassidão libidinal consome o tal em prejuízo.
Dizendo não compra a ilusão pelos ouvidos.
Flor de sal
À água de sal da Barra levei meus olhos,
para que não se furtassem às curvas do mundo.
Na calmaria do mar lavei meus pés
já tão cançados do chão dos homens.
Do sol maior da tarde louvei a pele
numa oração de carne abrasada e de vento.
Na sombra dos desconhecidos lavrei poemas
que ficarão guardados em nuvem, como digitais.
Na latitude do desejo lacei seu corpo,
e nele tatuei as tintas temperadas do prazer.
Na longitude da vida lancei a sorte,
essa senhora que de sí não dá a todos.
A atitude de amar resiste à morte,
mote que contempla à toda a humanidade.
Nas dobraduras da sorte reside o amor,
sentimento inteiro de todas as suas partes.
Ano novo
O que há de novo no ano novo
é o que há de bom no ano bom.
Que surpresa haverá dentro do ovo?
Qual cantiga haverá? qual é o tom?
O poeta já o viu dentro da gente,
escondido num cantinho sem ter som.
Todo dia é um ano novo emergente,
renovado no ano tempo como um dom.
O que há no ano novo é tão presente,
é o que está desde antes adentro à mente,
com o que já acostumamos de estar com.
Quando os fogos lá no céu espalham luzes,
nos avisam que a hora é a da felicidade.
Mas ela vem de aonde está, não vem de alhures,
externa apenas os sorrisos das verdades.
De comum o ano novo é uma festa
diluída nos desejos da cidade.
Das fanfarras que a alegria assim orquestra
soprem ventos de mais solidariedade.
Outrossim nos reinventamos nesse sopro
a que nos mesmos chamamos realidade.
Quanto mais a vida segue e ganha corpo,
mais inteira, mais soma, menos metade.
Sempre o ano novamente nos começa,
enquanto o outro finda dentro da saudade.
Dos caminhos do amor
Coração é terra imprecisa.
A conhece quem nela se aventurou.
Só quem sofre de amar o avaliza,
até o assina em nome desse amor.
Cada um fale do seu, mesmo à guisa
de desdenhar ou de haver valor.
Paixão é quando a alma se anarquiza,
vai ao chão, leva uma pisa.
A ilusão é água mole em pedra lisa,
e há quem diga que o afeto é uma flor.
Pobre é aquele que no amor economiza,
não se entrega, fica só, não alça voo.
A saudade é uma distancia poetisa,
e a solidão quando chega não avisa,
é um vazio de feitio sem calor.
O sorriso dos amantes é uma brisa,
tem segredos de olhar da Monalisa,
tem razões que a própria razão nem notou.
Deapignatari
Pignatari não é mais concreto
Agora está no céu de lona
Noigrandes grades Coca-cola
Nessa hora Décio cala e cola
Concretamente na memória
Semântica forma sonora
Plano piloto pouso repouso
Pleno ouso dizer Despignatari.
foi embora em Carrossel
para o céu
Signo da linguagem.
Paraocéuparocéuparocéuparocéuseucéuparocéuapareceuparaocéuparocêparaocéuparaocéubeleleuparaocéuparaucéuparouparaocéu...
Mergulho
Não se expõe ao ridículo?
Não tropeça no acaso?
Nunca trocou um passo?
Nunca pagou um mico?
Nunca foi um palhaço?
Nunca queimou o filme?
Nunca perdeu razão?
Jamais errou na mão?
Há algo que o desafine?
Quem não perdeu ilusão?
Quem nunca cometeu gafe?
Nunca deu maior mancada?
Quem nunca cai na cilada?
Quem não sofreu xeque-mate?
Quem não entrou na roubada?
Quem nunca pisou na bola?
Nunca foi um desastrado?
Quem nunca foi questionado?
Quem nunca disse e agora?
Quem nunca foi o culpado?
Nunca falou uma bobagem?
Quem nunca desdenhou fé?
Quem nunca foi um lelé?
Quem nunca manchou imagem?
Quem nunca falhou até?
Quem é total e desperto?
Sem um vacilo qualquer?
Quem é maior que Javé?
Ou é normal tão de perto?
Quem nunca caiu dos pés?
O erro é o pai do acerto.
Salvo o menor engano,
meu caro amigo fulano,
o ser humano é conserto,
e o mundo é a falha do plano.
Na lata
Quando eu me chamar saudade
Ja não serei mais que uma data
A vida não tem estorno, nem errata
ao fim, a aventura real é inexata;
Sujeita ao ajuste impuro da liberdade
Se saudade for, não serei bravata saudade
Mas enquanto eu me chamar idade
não passarei meu tempo em casamata.
Trago na pele madura a textura tacta,
sem a forca de seda e nu de gravatas.
De encontros é o meu caminho, minha verdade.
De tantas outras pegadas se faz estrada,
tão múltipla, e tão infinita é a veracidade.
Se ontem fui levedura, hoje sou pura nata,
a cada nova ternura, ou cada bala de prata,
sou ácido e o meu carinho é grão Ciabatta.
Em um poema ruim o verso não desata
perdido no pavio e meio da casualidade
sincronicidade,em Jung, parece mesmo cascata
Alguma coisa que lembra o verão da lata,
inundado num mar de alegria e felicidade regata
Gabo
O fantástico de Gabriel faz história
no realista, o poder de ser mais que o real.
Na língua branca paginada do Latino papel,
lembranças perdidas não matam memória.
A imagem literária tem escala anormal
ao trançar as alturas desatadas de um rapel.
Em cujas linhas o humor é a carta precatória
e o simpático Garcia assim se afia em jornal.
Da Colômbia Macondo a cor é do azul céu.
Vivem avó desalmada e sua neta notória,
nas mágicas vestes verdes trópico bananal,
nos lombos de Arcádio caminha todo tropel.
Tais vidros de tais espelhos refletem a história,
Márques bem soube criar uma obra genial
nas sombras do amor dos tempos do cólera.
Assim, que mais ninguém escreva ao coronel
Viva São João
O frio é elegante na festa de São João
Laços e botas, chapéu de palha e terno.
Saias rodadas giram os tempos modernos,
sem terra é asfalto e passeata em céu aberto.
Nas cidades se agregam a refinaria e o balão.
Desgraça pouca é uma bobagem atrevida
saltando fogueira e pisando os pés na brasa.
A natureza tem suas digitais corrompidas,
o fogo é de morro abaixo, a água é poluída
na desventura da realidade carcomida.
A vida dos ventos fica no crivo das asas.
Nesse instante de sanfona e de baião,
grande é a noite abraçando a madrugada.
Olha pro céu meu amor, diz o refrão,
chama e calor provento a solução.
Serei ao seu lado, mesmo caindo ao chão,
nocivas são as vias aéreas constipadas.
Brisas juninas pedem frio à madrugada.
Olhe para o céu que a tristeza acabou.
Full HD em lua despedaçada
na cinegrafia da imagem privada
há de haver quadrilhas imaginárias
pela mirada do olhar que as filmou.
carta solidária
Meu Deus nas núvens
Meu amor na rede
Numa brisa
Contemporânea
a solidariedade
Se avisa
Comum
à água de todos
Se há vida
a oportunidade
preconiza
a mesma sede
Na boa
Meu caro amigo Carluxo
O que se leva na vida
não é o que seja ferida,
pois respira-la é um luxo.
Põe energia no empuxo
Meu caro amigo, se liga,
desfaça de suas brigas,
encha de afeto o bucho.
Vou eu dizer o que acho,
toda tristeza tem custo.
Não vá honra-la com busto.
A vida é um único facho.
Fique ligado no engajo
O sangue é único fluxo.
desdenhe-se de todo susto
Na acidez dos seus graxos.
O poema é incomplexo,
O teto não é tão baixo,
findando o verso de resto.
O amor é um doce de tacho,
Dedique-se a ele qual ducha.
Com sorriso, com esculacho.
Só assim ele te puxa,
no eixo dos seus abraços.
Não perca o tempo, esse bruxo,
porque depois não tem resto.
O mundo não tem cabresto,
nem tudo nele é honesto.
Não o tome por injusto,
Seja um feliz manifesto.
meu caro amigo oculto,
estima não tem protesto.
Rapidinha
vida não é uma coisa mágica,
tanto quanto ela não é trágica.
Se muito a existência é autofágica,
de si mesma ele é a dádiva.
Se telúrica ou lunática
Se liberta ou gramática
Se genética ou se lática
Se na América ou na África
A vida é apenas prática
Dinâmica ela é tática
Na matéria é numismática
Nas artérias pragmática
Semeadura sabática
Inexata matemática
Duvidosa ou enfática
Mas na aventura ela é errática
Se a vida lhe sorri ela é simpática
Se ela lhe faz carpir, problemática
Se não tem onde ir é estática
Para quem não viver ela é vápida
Basta rir dessa piada
Hoje a poesia não tem nada pra dizer
Sem conter assunto ela não vai falar nada.
Vou deixar que a rima venha ao seu belo prazer.
Dizer o quer que seja, qualquer coisa desejada.
O poema ganha nisso, um tópico bem blazê.
Ganha uma amplitude de matar qualquer charada.
Nosso tema agora, portanto, é o que será o quê ?
Num karaokê de versos de língua colada.
Posso até dizer que versa sobre o que o é não ser.
Se não há nada a dizer, nada há nessa parada.
Fantasio e pinto a cor mais tinta do Tiê.
Quem não o entender pode entrar na embolada.
Se o poema é flor, é uma florada Ipê.
Se o poema é samba, vai varar a madrugada.
Ele não tem nada a crer, ele é feito por você.
Se o poema é dor ele é causa apaixonada.
Mas se ele for Quintana, vai ter que entrar um tchê.
Só para lembrar que ele voou com a passarada.
Se o poema é tolo, ou vier tolo auê,
levo-o á praça com toada engajada.
Nesse belo embrulho, laço os olhos de quem lê
de uma forma zen, mas, não tem mais que faixada.
Ainda assim em versos, vai poema sem brevê.
Mesmo sem ter graça, basta rir dessa piada.
Poema desvairado
O abandono é sem dono
A solidão não tem mão
O não saber é sem como
Perdido é sem solução
Qual a resposta da vida
Se a pergunta sei não?
Quando o desejo e a desdita
Trilham caminhos sem chão
A calma esconde brigas
despidas na desilusão.
Má sorte a ser comida
sem a fome da paixão.
O copo encobre feridas.
O tempo tapa tesão.
A noite salta saídas,
pecados e expiação.
No corpo zine a bebida.
No peito soçobra invento.
Não há no mundo medida
para a solidão lá de dentro.
Num trago da erva maldita,
vagando vai vela avulsa.
Neurônios bailam sem pistas,
sem solução, sem ternura
Do embargo cegando a vista,
num bar procurando a cura
ao aniquilar a conquista,
da vida que se expulsa
Paz de papel
Deixe um sorriso escapar entre seus dentes,
hoje é primavera, carrega um céu tom de azul.
Goste mais dos carecas que não carecem de pentes.
Tente ser eloquente sem se rosnar pitibull.
Como é surpreendente a paz branca de papel,
Olha que a vida segue e as fotos mudam a lente
Só os inteligentes têm onde por o chapéu.
Quem do amor é crente vive em lua de mel.
Caso você não saiba, agora fique ciente
Mais que um palmo à frente tem gente que é bem legal
Quem quer viver disso nunca é indiferente
Posto que está no outro, o que nos cresce afinal.
Vida que segue
Sem pressa, sem pressa, sigo como um adágio.
Às vezes certas notícias, no erro, saem às tortas.
Zé Maria só queria, mas não me bateu as botas.
Quem não sabe, não o siga, obterá o contágio.
Aos amigos e amigas, estou viva e não sou plágio.
Se quer me encontrar, me liga, sendo ou não a cobrar.
Eu continuo querida e estou no mesmo lugar.
Tenho contrato com a vida e não mudei o estágio.
De sorte que dessa intriga dispenso todo o apanágio.
Sinto o perfume das noites, das estações e do mar.
Esse recado anotem, é anúncio de ocasião.
Se alguém insiste em matar-me, ainda não tem razão.
Estou mesmo muito viva, desmentindo os contrários.
Então ficamos assim, sem mais ou tais comentários.
A todos um abraço forte e um beijo no coração.
Ciranda afetiva
Ninguém falou que seria fácil,
buscar no outro o seu proprio ser.
Bem lá no fundo do que é portátil
no afeto tátil de homem e mulher.
O afeto é íntimo, tem o corpo frágil,
qualquer palavra é sua contra fé.
Pode ser dita a ferir com os lábios,
ou ser ouvida como bem se quer.
Mas é do amor se mover versátil,
pois é assim mesmo o que ele é.
dele não se deve ser nada retrátil.
Vale a pena o viver como ele vier.
O sarau que vem da rua
O sarau que vem da rua
Nas noites em que buscamos poesia boa
A tábua rasa da cultura ficou quase nula
Drogadiços navegaram ao fim em falsas bocas
Enfermos fizeram de palavras rotas só charruas
O feitiço do amor inverteu o melhor do sexo
Marqueteiros fizeram das trovas remos de canoas
Assoreando o que já raso e ténue não é léxico.
Na noite em que jogamos nossa sorte à lua
A vida veio com a rapidez hoje contemporânea
O que era paz virou deslumbre de cisânea
Ao desfazer o rumo deslizou sem prumo e sem norte
Num abraço a solidão armou o rodilhar de um bote
passando por menor estima em lote a solução tacanha
Radicalização do querer bem assim não se situa
O prazer do momento se reduziu à carne crua
O senso critico locutor ficou sem nexo
de tudo nada vale a pena e ficou o resto
Diz que diz é poesia, e vale tudo, e pode.
Melhor que ser surdo é esse manifesto
Com esse verso provocante, tão molesto,
àqueles incapazes, com os quais a arte se recua.
Na noite em que o amor se fez no orifício que evacua
a vida pela vida transmitiu o odor do som sarau que vem da rua.
.
.Meu
Meu amor me ama com a graça
transparente e nua da alegria
Vem com a fúria da boa ventania
com a lua da noite me abraça
Meu amor é uma mulher tão viva
atiça meu corpo e o devassa
Reinventa a vida e me laça
invadindo assim minha preguiça
Tem o charme da malabarista
O sorriso mais lindo que há na praça
Sua atitude é sempre, a mim, bem quista
O seu beijo é vinho em minha taça
Meu amor diz que à ela eu trago paz,
quando nela a paz já esta contida
Seu desejo desfila na avenida,
com um brilho luminoso e sagaz.
Ela tem a calma humana por ofício
Desse amor sou simples ladravas
Eu devolvo esses versos ao início
Nessa graça eu a amo muito mais
À mão
À mão
A cenografia da vida está em nossas mãos.
O espetáculo, dela mesma, escala os nossos pés.
Aos aplausos, chamam de felicidade.
A realização é tamanha e tão difícil,
tanto que lhe deram o nome de simplicidade.
No entanto, ao desejo do amor, o dizem estar nas nuvens.
Quanto à liberdade de vive-lo seja como bem quiser...
Cada ano passado seja o que se queria.
Deixemos hino ao gênero feminino da mulher.
Quanto ao novo, que chega, um atalho à sabedoria.
Quebra cabeças
Quebra cabeças
Na explosão física dos sentidos,
uma pessoa demonstra sua grandeza.
Para que em sí não se esqueça.
Por mais que a realidade use vestidos,
Vive de desnudar velhas certezas.
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