Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Poetododia ( O analfabeto poético)

                                                      Fotografia:O poeta da terra e do mar- Francisco Figueiredo
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Para ser poeta a gente
Tem que ter sangue quente.
Tem que ser eloquente
Ter a bala no pente

Para ser poeta tente
Ser alguém diferente
Ter palavra aparente
Ser assim simplesmente

Para ser poeta invente
Veja com outra lente
Com olhar abrangente
Sendo assim vá em frente

O poeta é vidente
Quando vê o evidente
O comum recorrente
Não mais que de repente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Tá chovendo Hambúrguer (Beco da fome)

Fotografia: Fast-food/ Joana

A cidade decide lá fora seus destinos
Os seus perigos urbanos comoventes
sobra aos ombros dos homens, o mundo
Sobre o mundo dos homens, os meninos
Reproduzem seus destinos salientes
Dos sorrisos encandecestes,dois caninos
Nos embrolhos o olhar vê em segundos
Cobra a lei de olho a olho dente a dente.

Há quem tenha por conta e dom divino
Um terreno fértil e bem fecundo
JÁ Prevendo contar contas corrente
A cidade é de sangue e tem taninos
Dizem que assim se vai à frente
Quanto mais se parecer um prato fino
Sobre o qual só quem come é pouca gente
No sabor dos tais motivos oriundos.

A cidade assim, a mim, me faz cansado
Ela é um templo erguido à multidão
Tanta gente correndo a tantos lados
Tanta gente quer a sua solução
Cada um por si é só ,e vai tão ausente
Construindo essa tal própria virtude
Nas calçadas passam múltiplos contentes
Mas a cada um o que sobra é um Fast-Food.

Lábia ( o olhar da carranca)

                                            Fotografia: Com que palavras- Óscar V. de Figueiredo

A palavra encantada é a que ainda falta ao poeta,
como a orquídea falseando a morte quando não floresce.
No olhar desavisado não se vê a resistência tão quieta,
quando se furta no vago da memória de forma encoberta.
É a fala gestando seus fatos na barriga da noite aberta.

Sem palavras não há poema, como não há Deus sem prece;
Sem poesia a vida pena, adia a festa assim insurreta.
A explicação de um verso está no que dele se introjeta.
Da noite restam só os rastros de fadiga na porta incerta.
O poema passa ausente quando se cala no que dele houvesse.

Foge nessa porta dos fundos como um amor em desenlace.
Cabe ao poeta a busca no que o disfere a alegação doentia.
Qual a palavra que falta, a dar ao verso nova fisionomia,
quando na folha de rosto expressa seu gosto ou  sua atrofia.
Como um diálogo louco que refaz aos poucos a nua interface

Para encontrar o a dizer, o poeta ousa em recurso rimar.
O dia rasga seus fardos na barricada bruta dessa luta alerta.
O poeta lança seus dardos e forma falanges que a norma deleta.
O Rep, o repente é a roupa nova da fala semi-analfabeta
Se a palavra fosse minha eu a usava, eu mandava labiar.