Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Passos ( A olhos nus)


Fotografia: Erros de arbitragem- Cesar Prata


O quanto erramos no tanto, é fissura de nos mesmos.
Comuns enganos são dados das posturas meio a esmo.
Às vezes planos guardados, na arquitetura aonde os lemos,
provocam danos de fato, como a gordura é torresmo.

Se no entanto o tempo avisa a tempo antes tais erros,
por mais ou maior espanto que no real soprem os ventos,
saber voltar ao principio é o caminho mais inteiro.
Somente plenos, inteiros, é que nos vem sabedoria

Mercadoria que não o é, pois não se vende ou se compra.
Também se sabe, na vida, ela não vem coisa pronta,
a sua origem total esta no que não se sabia.
Há que busca-la aqui, outra hora é ali seu paradeiro.
Pois a ninguém é dado ao fim, nem a mim, sua moradia


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Pelas barbas do poeta ( Olhos nus)


Maria pede um poema.
Eu tento dar conta ao recado.
De livre, o poeta vagueia
no leme do barco da veia,
num tema para o Eduardo.

Esse homem semeador
cultiva à sua maneira,
nas noites da quarta feira,
a poesia de fato.
E a brisa do mar vem cheia,
quem quiser então que a leia,
ao se expressar nesse ato.

Os versos fazem cadeia,
um no outro tece a teia,
e a beleza entra no tom.
A palavra em pleno sabor,
ali como quem faz feira,
de forma bem brasileira,
poder se expressar é bom.

Poesia campeia em concerto
no ofício do  mercador,
e os versos sendo libertos,
no microfone abertos,
vão a quem queira estar com.
De toda e qualquer maneira,
fazem fundo, meio e beira.
Azuis, vermelhos, marrons.

Que a trilha nunca se apague,
do sério à brincadeira,
com a qual o peito se afague,
do pai ao filho Tornague,
de forma tão verdadeira.

Então esse afamado,
contemporâneo fadado,
de olhar e alma inquieta,
mudando a vida de lado,
em jeito apaixonado
Tornague entorna o poeta.

Maria que tando lhe gosta,
a pura amizade arrosta,
essa homenagem lhe presta.
De forma simples, modesta,
faz dessa pequena amostra,
pequeno carinho em festa.

No verso eu galo a briga.
Em riba, Humanos direitos,
a todo e qualquer efeito.
Sou o mais humilde escriba.
Agora me aproveito.
De forma bem manifesta,
no pedacinho que resta,
dou um braço à essa cantiga.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Olhos nus (Olhos nus)

Fotografia: - O Globo

Quando acordo no cedo do dia com o sol arranhando a janela,
não é raro haver poesia, mesmo que eu nem procure por ela.
Sempre vem, eu não sei qual a roupa ela tenha no corpo vestido,
faço versos  que saem da boca, porque acham no peito o sentido.
Ser poeta é de fato um defeito para o qual não existe oficina.
Verso bom vem como água da mina, na qual lavo minhas mazelas.
Carnaval que me afeta às retinas, esse jeito de olhar de outro jeito,
ateando em mim  gasolina, cujo fogo é em palavras sinceras.

Essa trama me acorda, e a aceito, com a força fecunda me guia.
Logo eu fujo das academias, uso short e arrasto as chinelas.
Faço a rima da dor com a alegria em um poema na mesma panela.
Nunca sei se o sagrado me afia, ou o profano é minha alma na dela.
Desse amor abraçado no leito, dessa força que a mim me sacia,
vem a luz com que o verso foi feito, iluminando a fisionomia.
Capoeira tem o seu preceito, ante a luta um ao outro se espera.
À poesia dedico respeito  porque ela me é coisa séria.

Para mim não é frase de efeito cuja soma final sempre zera.
Os meus olhos rimando o espelho, fazem rima ao real por tabela.
Como a realidade é primeira, meus poemas têm cheiro de terra.
Fazem de mim verdade inteira, pois de fato são fotografias
evidentes dessa valentia, com a força solar como vela.
Um no outro essa luz alumia como um flash na língua da ibéria.
Se não sei se  é errada ou certa, a questão é de cardiologia,
mas aonde um poema se avia, quem habita a palavra é o poeta.