Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sábado, 9 de julho de 2011

Banguela ( Banguelê)

Fotografia: Fernanda Magalhães
 
Toda preguiça se inicia com não
O cinismo é só um escárnio
 Autruismo é uma retidão
A solidão é um beijo sem lábio
A vida inventa sua solução
O tempo passado é relicário
No universo a terra é um peão
Amor sem afeto é um erro primário
Quem vive sem troca não aperta mão
A farinha é pouca na boca do otário
De toda palavra o poeta é ladrão
Criando sentidos de além dicionários

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Kilamba ( Banguelê)

Fotografia: Azul mar azul - Sandra Marques

kilamba é um cego pisteiro,
sabe interpretar as sereias.
No canto do strike, o receio,
no fundo do mar tem areia.

Quem ama veleja em saveiros,
O straike é uma onda e golpeia.
O farol do amor é certeiro
Só teme amar quem se alheia

Se o medo do amor vem primeiro,
quem a ele temeu, não o tem.
Instiga à maré ao marinheiro,
mas nunca à si lança a alguém.

Kilamba, esse bom perdigueiro,
enxerga, esse cego, o além.
Sereia é canto prisioneiro,
seu canto não encanta ninguém.

Assim sem ninguém a si destro.
Ao tentar destruir o que não tem
Queimando-se em fogo aceso,
se destrói nesse Strike também

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Natureza ( O analfabeto poético)

Fotografia: Budy& Sun- Carlos Loff Fonseca

O sal e o sol
temperam seu corpo,
tal e qual
o céu e o mel.
Nos olhos do poeta
forma-se o escopo,
sobe a Torre de Babel.
No que a descreve esse louco,
gozando bem mais que pouco,
descortina-se o seu véu.
E desse olhar de raio novo,
surge o verso, desse ovo,
numa folha de papel.
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fração Brasileira ( Barril Diógenes)

Fotografia: Menino Juan- G1
Pergunta lotado o Maracanã.
Vegonha maior à polícia pertence.
Onde foi parar o menino Juan?
Cruel, a real baixada Fluminense
esconde uma prática não cidadã.

Aonde estará esse pobre menino?
Porque se escondeu num outro segredo?
Por que beco anda, ou está sumido?
O silêncio esconde a violência no medo?
Ou o silêncio do medo é o medo assumido?

Enquanto não esquece a comuna Danon,
seu rosto aparece no negro mais simples.
Meninos não somem no Alto Leblon,
O preço da vida tem muitas origens.
Nos becos escuros o direito é sem som.

No beco do pobre o surdo estampido,
esconde de fato uma outra razão.
Por que estará o menino sumido?
No beco da pobreza de um cidadão.
Nesse beco a vida é um ato foragido.

Pergunta a cidade inteira unida.
Cadê o Juan, o João do Brasil?
Essa pura questão tem que ser respondida.
Quem nele atirou? com que mão? que fuzil?
Que fração brasileira fêz essa ferida?
http://www.mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com