Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dia a dia ( analfabeto poético)

Fotografia: O sol na palma da minha mão- Dark Angell

A tarde alarde o sol na pele despida dos dias.
Tem sobre a face de gente fútil a queimadura
de uma vida fria, inútil, apenas triste e obscura.
Sobre todas as outras irradia plural sua Poesia.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Isso não é coisa de gente ( Barril Diógenes)

Fotografia_ A bosta- André Navega
 

Quem não tem amor tem soluções inexpressivas.
Não vale a razão de ter calor na própria vida.
A sobra é solidão por servidão nessa enxerida.
Pobre de intenção porque não sabe ser querida.
Sombra em escuridão é a construção de toda intriga.
Quem não tem amor, não tem sabor, é ressequida.
Vai viver na dor de ser mentora de feridas
Se não tem sabor, não tem memória de comida.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Signo ( Olhos nus)

Fotografia: Cada palavra...- Hugo
Nenhuma palavra é linda,
nenhuma palavra é feia.
No que lhe corre na veia,
a palavra é só vizinha.
A veia da escrita é a linha
da boca, a palavra é bateia
dos sentidos que encadeia,
da coisa que ela ilumina

Uma da outra é alheia,
ao que mesmo se destina.
Naquilo que uma é capeia,
a outra faz corpo com rima.
No que contem de candeia,
combustão ou gasolina,
palavra acende centelha
na coisa que a contamina.

Tem palavra que é enigma,
tem palavra que tateia.
Palavra boa é endorfina,
na outra que nos chateia.
A palavra é adrenalina,
naquilo a que ela nomeia.
O olhar das duas meninas
dão nome, como quem reina.

palavra muda e faz clima.
Retransmissão de correia.
Por umas se tem estima,
por outras se incendeia.
Babel no ar descortina
o ferrão e o mel de abelha.
Sendo exo-endogenía,
no nome a coisa se ajeita.

Quando uma finda vazia,
uma outra vem nova e cheia,
sem ser feia nem bonita.
Palavra é a humana liga
do pensamento da aldeia.
A sonoridade  é aflita
daquilo que nela habita,
de uma forma imperfeita.









segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Segue o Baile (O olhar da carranca)

                                Fotografia: Corpos de Baile: Batata

 .
O quanto nos passa, mais custos provem a propósito a vida.
Mais a história invade os nossos ossos com seu ofício de carne,
mais o tempo se apropria do nosso peito de guardar os afetos,
e ainda mais nos arde a tarde no calor alheio  de outros tantos olhos.
Quando o custo da existência reside no que houver a mais de próximo, o desejo finca solerte sua cunha de sonhos, sobre tudo que está em nós, e seguimos.
As diferenças nos dividem em  únicos e indivíduos, públicos e solidários, antes e após.
Numa solidão dos tais fatos, somos como pequenas peças de quebra cabeças.

A vida se compõe dos riscos fáceis nos cadastros das nossas conjecturas, amarrados nos feixes conseguidos das nossas relações mais íntimas. Assim nos forjamos como criaturas que a realidade deforma com o passar tempo.
Entre o livre arbítrio que temos, e os outros, nós nos  construímos de fatos.
Entre um fato e outro seguimos edificando resistências, são dignidades.
Entre um fato e outro perdemos ilusões, como despojos de nossa passagem.
Entre um fato e outro cosemos história, com as linhas resistentes do possível.
Entre um fato e outro irrigamos o tempo, com o sangue quente da felicidade.
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