Fotografia: Gabo- Alexandre Torezan
O fantástico de Gabriel faz história
no realista, o poder de ser mais que o real.
Na língua branca paginada do Latino papel,
lembranças perdidas não matam memória.
A imagem literária tem escala anormal
ao trançar as alturas desatadas de um rapel.
Em cujas linhas o humor é a carta precatória
e o simpático Garcia assim se afia em jornal.
Da Colômbia Macondo a cor é do azul céu.
Vivem avó desalmada e sua neta notória,
nas mágicas vestes verdes trópico bananal,
nos lombos de Arcádio caminha todo tropel.
Tais vidros de tais espelhos refletem a história,
Márques bem soube criar uma obra genial
nas sombras do amor dos tempos do cólera.
Assim, que mais ninguém escreva ao coronel
Para ler poesia basta ter calma, Para ler Poesia basta ter paixão, deixe-a incidir subcutânea, trama das retinas à veia aorta para faxina do coração.
Citações
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
SÓCRATES
sábado, 7 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Viva São João ( O trago da seda)
Fotografia- noite de são joão- Cristina Neves
O frio é elegante na festa de São João
Laços e botas, chapéu de palha e terno.
Saias rodadas giram os tempos modernos,
sem terra é asfalto e passeata em céu aberto.
Nas cidades se agregam a refinaria e o balão.
Desgraça pouca é uma bobagem atrevida
saltando fogueira e pisando os pés na brasa.
A natureza tem suas digitais corrompidas,
o fogo é de morro abaixo, a água é poluída
na desventura da realidade carcomida.
A vida dos ventos fica no crivo das asas.
Nesse instante de sanfona e de baião,
grande é a noite abraçando a madrugada.
Olha pro céu meu amor, diz o refrão,
chama e calor provento a solução.
Serei ao seu lado, mesmo caindo ao chão,
nocivas são as vias aéreas constipadas.
Brisas juninas pedem frio à madrugada.
Olhe para o céu que a tristeza acabou.
Full HD em lua despedaçada
na cinegrafia da imagem privada
há de haver quadrilhas imaginárias
pela mirada do olhar que as filmou.
O frio é elegante na festa de São João
Laços e botas, chapéu de palha e terno.
Saias rodadas giram os tempos modernos,
sem terra é asfalto e passeata em céu aberto.
Nas cidades se agregam a refinaria e o balão.
Desgraça pouca é uma bobagem atrevida
saltando fogueira e pisando os pés na brasa.
A natureza tem suas digitais corrompidas,
o fogo é de morro abaixo, a água é poluída
na desventura da realidade carcomida.
A vida dos ventos fica no crivo das asas.
Nesse instante de sanfona e de baião,
grande é a noite abraçando a madrugada.
Olha pro céu meu amor, diz o refrão,
chama e calor provento a solução.
Serei ao seu lado, mesmo caindo ao chão,
nocivas são as vias aéreas constipadas.
Brisas juninas pedem frio à madrugada.
Olhe para o céu que a tristeza acabou.
Full HD em lua despedaçada
na cinegrafia da imagem privada
há de haver quadrilhas imaginárias
pela mirada do olhar que as filmou.
terça-feira, 3 de julho de 2012
É aqui Ó ( Banguelê)
Imagem - AFP
A partícula de Deus
brevemente anunciada,
esta em qualquer calçada.
Já seguem suas pegadas
os cientistas e eu.
Argila pré-animada
Fração de Prometeu,
Divina tese ao ateu,
última vela no breu,
pedaço de quase nada.
O universo é meu e seu,
na origem despedaçada.
Da ciência revoltada,
até a próxima Intifada
entre a Judeia e o Caldeu.
Nas explosões do Nobel
da ciência consagrada
a vida surge atinada,
sai dúvida enamorada
de como o universo se deu.
Da heresia de Galileu
até a última charada.
Por vaticínio a escada,
assim vai, sendo escalada
ao Bóson de Higgs europeu
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Mariatos ( Olhos nus)
Fotografia:Desejo de Arsénio Melo
Todo olhar é um desejo debruçado na janela
basta observar os olhos com o lustre da flanela
vai-se notar o salto ornamental que há nas ideias
Se os olhos falam tamanho, mais parecem tagarelas,
para quem os observa não existem palavras meias
Pois olhos sabem sorrir, sabem chorar, sabem ser veias
Os seus em particular me soam canto à capela,
bandeiras, são Mariatos falando entre o mar e a terra.
Todo olhar é um desejo debruçado na janela
basta observar os olhos com o lustre da flanela
vai-se notar o salto ornamental que há nas ideias
Se os olhos falam tamanho, mais parecem tagarelas,
para quem os observa não existem palavras meias
Pois olhos sabem sorrir, sabem chorar, sabem ser veias
Os seus em particular me soam canto à capela,
bandeiras, são Mariatos falando entre o mar e a terra.
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