Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Visão de mundo ( O olhar da carranca)

Fotografia: Direção-Caró Lago
Eu e o que é de mim, em tudo, não sei sempre.
Vivo o tempo dividido, ele mesmo, em partes três.
O passado guardo o quanto à memória o venha.
O presente é um fogo a queimar em carne lenha.
O futuro não vem sempre no rosto que imaginei.

Os dias meus nunca o são da eterna idade.
O tempo venta na cabeça em que o raspei.
Mundana e curta é a má  perversidade.
Trago às narinas o ar da felicidade.
Porque a vida é um fato forte, e mais não sei.

Aos inimigos tempo nenhum dediquei.
Aonde eu vivo é aonde areja a vida.
Trago nos versos o punho da mão direita.
Doença alheia em meu corpo não se ajeita.
Pobre é o despeito, e a inveja é uma ferida.

Não vendo à Deus as respostas dos meus erros
Os meus segredos são para quem deixo entrar
Outros desfazem dos detalhes dos seus medos
Ah! Como é alegre o engano ao ledo
Não chego cedo para não me atrasar

Poucos me dizem quantos Eus existem quentes
Um por dentro, outro por fora, e ao outro a lei
Se Europeu, Nagô, Judeu ou Tupiniquim
O meu começo não tem o endereço do fim
Eles que ponham olhos onde não olhei.
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http://www.mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com/

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rima à vida ( Olhos nus)

Fotografia: Mãe Menininha do Gantois- Luciano Andrade
Todos os dias, todas as horas, sempre e agora.
São disponíveis aos seus rebentos essas senhoras.
Seram meninos eternamente por toda vida.
Sempre a eles vêm sorridentes, comum guarida.
Seram seus colos, o aconchego para as feridas.
Pois guardiãs das atenções, são carinhosas.

Temos de todas as opções, da elite ao povo.
Sujas de graxa, trabalhadoras, sujas de ovo.
No coletivo são condução, pilotam manche de avião.
Se eles não podem, dizem que não.
Mães de juízes são um palavrão
que o estádio louva sempre de novo.

Saem de casa pra trabalhar de madrugada.
Os filhos delas têm um porto para a chegada.
Trazem remédios, fazem o gosto, matam a fome.
Muitas das vezes são da família o esteio e fonte.
Lavam vasilhas, vão pra Brasília, são empregadas.
Cobrem do frio, fazem silêncio, não cobram nada

Costuram roupas, pintam cabelos e fazem unhas.
Essas doutoras dizem conselhos, são testemunhas.
Dirigem carros, fumam cigarros, levam á escola.
Olham por dentro, fazem alentos, beijam quem chora.
São diretoras, sabem de tudo, são professoras, valem penhora.
Depois que partem ficam maiores que se supunha.

Sempre presentes, ganham presentes feitos de laços.
Ricas ou pobres, se for sem cobre, ganham abraços.
No mês de maio se comemoram em felicidades.
Há um carinho que reverbera em toda cidade.
Sejam idosas ou jovens mães de pouca idade.
Há vida nelas, dessa  aventura são os regaços.

Pátria mãe, puta mãe, língua mãe, nave mãe!
Casa de mãe, papo de mãe, coisa de mãe!
Coração de mãe é assim, de todos  mãe!
Materna por natureza é a vida feminina.
Houvera Deus criado a crença dessa estima,
mulher é mãe, e toda mãe da rima à vida.
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