O homem lobo do homem não dorme sob marquise,
em povo que não consome a fome vira reprise.
Mas a energia não some, fica um recado que avise.
O homem lobo do homem vocifera á sua volta,
é ódio puro de nexo, recalco de coisa morta,
raiva que vem de léxico guardado atraz da porta.
O homem lobo do homem deve temer onde pise
pois haverá quem o dome no rastro de uma revolta.
Por mais que o tolo se esconda no calço de fracas botas,
ainda que falseie fatos travestidos em lorotas.
Tal foro tão reduzido é flagrado em mal deslize,
entre togas e gandolas gangora o disse e me disse.
O homem lobo do homem há de pagar muito caro,
brada a trombeta Dos Anjos ante o comércio da fé
dos trambiqueiros mundanos, esses novos coronéis ,
assaltantes do Estado, qual bando roubando anéis,
pois sabemos bem esse beijo, é a véspera do escarro.
Em postos de gasolina terão corpos pendurados.
O homem lobo do homem pagará o que semeia
ao mercar vida de um povo subjulgando a Nação.
Há de pagar ´por tal peia, ´por tal degeneração,
por golpear vida alheia não viverá o perdão.
Perante letal ladrão teremos sangue nas veias,
uma força maior já diz não e esse não incendeia.