Cada passo que conquisto
faço disto o meu espaço.
No tato sensível do piso
reviso o que é um improviso
em mim mesmo, e me refaço.
Meus olhos jazem sorrisos,
são os avisos dos seus reparos.
De muito ou de pouco caso,
de bom ou de mal juízo,
fazendo-me, assim, prévio aviso
de seu gosto pleonasmo.
Se pareço ser impreciso
ao seu olhar ignaro,
por não ter placa ou aviso,
por isso é que eu sou tão claro.
Ninguém me ganha no grito,
ninguém me leva num laço.
Quando pensam que sou liso,
abrasivo é o meu mormaço.
Trago num gesto conciso
o que não economizo,
na amplidão dos meus lados.
Assim é que eu vou amigo ,
refazendo o que sou estrago.
Quem não entende o que digo,
não colhe de mim abrigo
nem saberá dos afagos.
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