Namorados-2006-Tenini
Tendo os corpos ou as mãos entrelaçadas
e com palavras de ordem sussurradas,
felizes eles vão.
Seguem Passeando nas calçadas,
tendo a si próprios como faixas e galhardetes
alusivos à paixão.
Assim todos circulam pelas ruas,
as vezes em silêncio efusivo,
como numa intimidade pública
de gestos e olhares delicados.
Em selênico dia
os amantes saem aos pares,
em uma passeata muito própria,
em defesa dos casais enamorados.
Desfilam unidos pela paz,
pelos riscos,
pelo gozo,
pela dor e pela fúria
de morrer de amor.
Essa data fica perdida,
inútil,
inexpressiva,
àqueles pobres viventes
que não sofrem,
porque não amam.
Como se esse dia passasse ao largo,
vazio,
um dia morto,
fora do calendário da vida.
Num silencioso trato,
quem não ama,
assiste ao passar das horas,
sem entendê-las bem.
Um mistério.
Esse dia é como um tempo
impróprio aos solitários,
dia dos outros,
dos amantes.
Essa comuna
que tem coragem de amar,
posto que para isso seja preciso,
te-la em grande dose.
Sem essa coragem
não há como dar-se um ao outro,
tendo a si como presente vivo.
Não faltam as flores,
entre outros mimos.
Símbolos afetivos de qualquer valor,
mas com alto significado
no penhor do coração.
Taças e troféus a transitar,
como provas incontestáveis dos vencedores
que encontraram no seu par
o calor da razão.
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