A arte dos balões- s/d-Hackenwerth
Um Certo dia qualquer
não sei precisar com certeza,
mas eu atesto e dou fé,
a alegria foi visitar a tristeza.
Surgiu em corpo de mulher
perfume de dama da noite,
vestiu-se em roupas e frestas
sujeita assim muito afoita.
Deixou bem a vista as festas
Sargaço e cheiro de mar.
Sabor que a tristeza arresta
morrendo pra se matar.
A alegria essa meretriz
esquece a dor e padece
fulgaz tatuada em giz.
Sorri como quem merece,
trazendo mel nos seus lábios.
Vendo enfim a alegria feliz,
a tristeza esqueceu os sábios,
tornou-se assim aprendiz.
Com alma de pouca roupa
bebeu, comeu e cantou,
deu tantos beijos na boca
mergulhos de Jacques Cousteau.
Num canto de boto a sereia
como dois copos de bar
encantos de levantar veias,
até o corpo cansar.
Depois a alegria em afagos
qual boa mas passageira,
a bela fumou seu trago
de erva que faz besteira.
Roubou um pouco de calma,
saiu indo porta afora
furtivamente sem alma.
Como chegou foi-se embora
Então meteu pés, foi a rua,
sumindo em alegria vulgar.
Deixando a tristeza dura,
pra outra tristeza encontrar.
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