Guitarra de Marta
Um solo Stratocaster abre a fenda,
por onde tu passaste, e foste embora.
Na porta a realidade ainda evapora.
E na solidão, o amor volta a ser lenda.
Qual sopro de um trompete a alma é sonora,
e o humano coração que a entenda.
Das roupas devolveste só fazendas,
ficaste com o suor de quem namora.
Assim sobrou o menor que a encomenda,
pois vá buscar quem melhor surpreenda,
na corte o rei deposto não implora.
Ao fim nada mais há que se adenda,
outra que me ensine a fazer renda,
e a mim, somente a mim, sobrou o agora.
Para ler poesia basta ter calma, Para ler Poesia basta ter paixão, deixe-a incidir subcutânea, trama das retinas à veia aorta para faxina do coração.
Citações
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
SÓCRATES
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
Soneto de então, é Natal (O olhar da carranca)
Fotografia O Globo
Chegou o Natal cheio de metades.
Ele é tropical, ele é tão presente.
Luzes na cidade. e o Assis Valente?
Pediu para a gente a felicidade.
Nesse o bom Noel veio mais urgente
na velocidade virtual dos tabletes,
nos Smartphones, doces diabetes.
Tudo se consome em Shoppings emergentes.
Data universal para o Ocidente
Há o velho abraço, que una mais as partes.
Que o material seja menos comovente
E os afetos sejam mais alardes,
e que a gente seja só mais gente,
e o Natal mais solidariedade.
Chegou o Natal cheio de metades.
Ele é tropical, ele é tão presente.
Luzes na cidade. e o Assis Valente?
Pediu para a gente a felicidade.
Nesse o bom Noel veio mais urgente
na velocidade virtual dos tabletes,
nos Smartphones, doces diabetes.
Tudo se consome em Shoppings emergentes.
Data universal para o Ocidente
Há o velho abraço, que una mais as partes.
Que o material seja menos comovente
E os afetos sejam mais alardes,
e que a gente seja só mais gente,
e o Natal mais solidariedade.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Pressuposto e previsível ( Barril Diógenes)
Na boa!
Os rios da minha cidade
não são o do Fernando Pessoa.
O Rio, a minha aldeia,
ninguém sabe para onde vai.
O Tejo entra no mar em Portugal;
O Rio, a minha aldeia, é um lamaçal.
Ele pertence a menos gente,
infelizmente a coisa é feia,
e o fato já é uma tristeza modal.
Porque pertence a menos gente,
essa menos gente se alheia.
Aos outros Rios sobra o assoreamento,
muita lama e muita areia, muito lamento.
Mas os rios e o Rio são muitos assombramentos
se juntam em algum mar inteiro, em alagados alentos.
Na calamidade contínua, e também inteira, são os deslisamentos.
Sobra a falta de solução, faltam bueiros, sobram plúvios lamentos.
Tudo é desastre, tudo é banheira, desaba muito.
Tudo é o muito, é o de sempre, repete a maneira.
Voltamos ao velho trauma, de novo ao velho assunto
E os rios calamitosos se sobrepõem ao Rio minha cidade.
Colhemos os donativos comuns ao descaso, á caridade
E ao Rio comunidade sobra então o refazer, o estar junto.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Gente (O circo da alma)
Fotografia: Bunda dos calcanhares- Charles Stuck
Diferente do senso comum,
o ato involuntário
não faz acordo nenhum.
É um revolucionário,
e está dentro de qualquer um.
Abrigado do pensamento,
provoca á lente, faz zum.
Agente, como o vento,
foca o real do momento
como quem mostra o bumbum
sábado, 7 de dezembro de 2013
Eu vou ( O olhar da carranca)
Rua Antônio Vieira no Leme
Ijexá
Afoxé
Vou rezar
Vou ter fé
Abará
Candomblé
Vou voltar
a andar
Vou correr
qual Pelé
Nas calçadas
do mar.
Vou rumar
os meus pés.
Ver o sol acordar
Ver a lua mulher
Quem viver me verá.
Como um homem qualquer.
Vou daqui
Chego la
Caminho Guarani
eu vou te caminhar.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Zumbi dos escravos (Barril Diógenes)
Fotografia: O Globo- cais do Valongo
Consciência negra
é da cor do tiziu.
É cafuza, é mulata,
é da cor do Brasil.
Foi queimada com brasa
reduzida a servil.
Transportada em navios,
a ferros, foi mercantil.
Das senzalas pros morros
quem te vê? quem te viu?
Hoje em pontos de ônibus,
igualdade em antônimos,
e o salário caiu.
Estatística é o quanto
se esconde, no manto,
o preconceito imbecil.
Nos modernos feitores,
fardados de amores,
apartada a fuzil.
Essa pedra de toque,
lúmpen do black Block,
essa cor varonil.
Quem são eles?
Quem são elas?
Quantos serão Mandela?
Quantos Gilberto Gil?
De gravata, de chinelas,
do asfalto às favelas,
misturada e febril.
Consciência é coisa crítica,
é um saber refinado,
é atitude política,
é o Zumbi dos escravos.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Ponto de vista (A puta me contou)
Fotografia: Rodando a Baiana- Cláudia Jaguaribe
só canta se for show
só chuta se for gol
Faz zomba do amor
só samba rock'n roll
pensa que sabe viver
mas ainda nem começou
só canta se for show
só chuta se for gol
Faz zomba do amor
só samba rock'n roll
pensa que sabe viver
mas ainda nem começou
sábado, 9 de novembro de 2013
A confiança no circo da alma
Fotografia: Eu do tamanho- Amélia lourenço
A confiança
sempre esta
aonde a coloque
a coragem de ser
indivíduo consciente
de si mesmo
e plural no universo
de todos.
E nessa andança
faz o lugar.
Sem ter recalque,
encara o tal que
a história
há de coser.
ponta de lança
salto da dança
perseverança
com um sorriso
nos dentes.
E sem ter aviso
do improviso
dói como um ciso
abrindo espaço
na gente.
Vai simplesmente
seguindo, em frente
do eu que habita você.
A confiança
sempre esta
aonde a coloque
a coragem de ser
indivíduo consciente
de si mesmo
e plural no universo
de todos.
E nessa andança
faz o lugar.
Sem ter recalque,
encara o tal que
a história
há de coser.
ponta de lança
salto da dança
perseverança
com um sorriso
nos dentes.
E sem ter aviso
do improviso
dói como um ciso
abrindo espaço
na gente.
Vai simplesmente
seguindo, em frente
do eu que habita você.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
A arquibancada no circo da alma
Fotografia: Dia do Circo - Diógenes Santos
A amizade no circo da alma
tem nas mãos o riso das palmas,
o esquecimento de todo trauma,
entre a chama aclamada nos sons.
A amizade é uma troca de somas
que inflama na mesma lona,
o afeto bom e o prazer..
Unindo o picadeiro
ao solidário braseiro
da arquibancada em você,
O amigo traduz com calma
a força desse amálgama
dileto, de cuja álgebra
resulta em ser e estar com.
A amizade, se longa ou breve
ocorre no que descreve
o abraço do acontecer
deixando em cada pele
um pouco que se revele
da fraternidade do ser
sábado, 2 de novembro de 2013
Calhau ( O olhar da carranca)
Fotografia: Marcos Estrella
Com o tempo e com peito aberto, é o que penso,
com a experiência viva das datas tantas passadas,
aprende-se, assim, a identificar preconceitos;
Quando lâminas afiadas na pedra amolada do silêncio.
Rasgam a realidade, de um só jeito, disforme.
evidente no que o corte é exposto e pre-propenso.
A nudez é trajada de medo do momento
a atitude é gritante e fria, mais velada.
A desumanidade individual humana toma assento,
ou é o que dela resta, como leito seco do prévio ou do nada.
Desce o rio que corre em silencioso intento,
de quem quer se socorrer no incorrer da falha,
e sem saber, já de pronto descortina a imagem revelada.
Pintura reluzente e redundante, sempre a denunciar como um calhau o obscuro universal do particular
Com o tempo e com peito aberto, é o que penso,
com a experiência viva das datas tantas passadas,
aprende-se, assim, a identificar preconceitos;
Quando lâminas afiadas na pedra amolada do silêncio.
Rasgam a realidade, de um só jeito, disforme.
evidente no que o corte é exposto e pre-propenso.
A nudez é trajada de medo do momento
a atitude é gritante e fria, mais velada.
A desumanidade individual humana toma assento,
ou é o que dela resta, como leito seco do prévio ou do nada.
Desce o rio que corre em silencioso intento,
de quem quer se socorrer no incorrer da falha,
e sem saber, já de pronto descortina a imagem revelada.
Pintura reluzente e redundante, sempre a denunciar como um calhau o obscuro universal do particular
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Militarização e questão social ( Barril Diógenes)
Uma nova estética de protesto se instalou na sociedade brasileira.
A juventude nos aponta, nessa nova forma, uma latente revolta popular.
Os velhos instrumentos militares conservadores são insistentemente usados,
criminalizando-a, mas já não têm efeito funcional como inibidores de movimentos sociais.
O estado democrático de direito deve ser o maestro desse embate entre forças.
A polícia e a política novamente se abraçam, se é que já se desenlaçaram um dia.
O velho e o novo se chocam, são batalhões em ação e reação, o que é Liberdade?
A consistência jurídica construída como proteção dessas relações
é rompida a pedradas e a bala aonde a constituição é pequeno detalhe,
num embate entre a borracha e as pedras portuguesas do Brasil.
A vida segue seu rumo, há truculência no meio da rua, está pegando fogo.
A coisa é pública..
domingo, 13 de outubro de 2013
Bactéria doida (O olhar da carranca)
1999- Sebastião Salgado
No teto o branco, sob a sanca, o lustre,
de cuja luz vazia escorre o tempo e só.
A vida para sua atitude, plena e física,
e a realidade contaminada, é tísica,
como é o bacilo a ser derrota, o Koch.
Nesse vazio reina a bactéria doida,
reina invasiva, lerda e lesionária.
Comum aos pobres povos ela se acoita,
entre o descaso e a saúde precária.
Invasiva, deletéria tanatológica e afoita.
Sob o teto calvo do homem resta a sede,
aonde o antibiótico é de domínio público.
Essa solidão madruga e tece tais paredes,
formando as janelas qual o vão mais lúcido.
Retirando a fórceps esse intruso súbito.
Quanta introjeção, fisioterapia,
lenta solução, falta de harmonia,
de cuja vazão jaz sentido único.
Tanta é a solidão, tanta é a alopatia
tanta é expectativa de uma solução.
A jogar no chão essa tal moléstia,
muita paciência, quase tibetana.
Quando isso é tudo o quase que me resta,
trágico contágio, desvirtude urbana,
fora com essa besta bacteriana.
No teto o branco, sob a sanca, o lustre,
de cuja luz vazia escorre o tempo e só.
A vida para sua atitude, plena e física,
e a realidade contaminada, é tísica,
como é o bacilo a ser derrota, o Koch.
Nesse vazio reina a bactéria doida,
reina invasiva, lerda e lesionária.
Comum aos pobres povos ela se acoita,
entre o descaso e a saúde precária.
Invasiva, deletéria tanatológica e afoita.
Sob o teto calvo do homem resta a sede,
aonde o antibiótico é de domínio público.
Essa solidão madruga e tece tais paredes,
formando as janelas qual o vão mais lúcido.
Retirando a fórceps esse intruso súbito.
Quanta introjeção, fisioterapia,
lenta solução, falta de harmonia,
de cuja vazão jaz sentido único.
Tanta é a solidão, tanta é a alopatia
tanta é expectativa de uma solução.
A jogar no chão essa tal moléstia,
muita paciência, quase tibetana.
Quando isso é tudo o quase que me resta,
trágico contágio, desvirtude urbana,
fora com essa besta bacteriana.
terça-feira, 9 de julho de 2013
O príncipe pelado ( Barril Diógenes)
Fotografia: protestos- O Globo
Os livros que li me observam todos.
A mulher que amei já me quer ao longe.
Como Santa Teresa descarrilada de bondes,
a cidadania provoca à praça os moços.
Querem os dias felizes desprovidos de engôdos.
E tudo o que sei não passou de história,
e tudo o que sei foi costurado, na memória
do tempo de sol da sabedoria dos tolos.
Da casa sem cal, que é moradia nos morros,
descem todos para a avenida.
A cara sem sal, de decência desprovida,
dos políticos enxameia para a briga.
É o povo, muito povo, todo o povo.
Governantes querem os líderes que não são.
Eles não entendem nada dos claros recados
não entendem o que não querem,
mas os fatos gritam irados
explicitados na multidão.
Eles, os velhos mesmos, não virão para as ruas
Eles, os velhos mesmos, atordoados
não querem entender a nação.
Mesmo assim haverá mudanças.
Mesmo assim algo vai mudar, esta mudando, esta mudado.
O príncipe moderno, diversionista, esta pelado.
Os livros que li me observam todos.
A mulher que amei já me quer ao longe.
Como Santa Teresa descarrilada de bondes,
a cidadania provoca à praça os moços.
Querem os dias felizes desprovidos de engôdos.
E tudo o que sei não passou de história,
e tudo o que sei foi costurado, na memória
do tempo de sol da sabedoria dos tolos.
Da casa sem cal, que é moradia nos morros,
descem todos para a avenida.
A cara sem sal, de decência desprovida,
dos políticos enxameia para a briga.
É o povo, muito povo, todo o povo.
Governantes querem os líderes que não são.
Eles não entendem nada dos claros recados
não entendem o que não querem,
mas os fatos gritam irados
explicitados na multidão.
Eles, os velhos mesmos, não virão para as ruas
Eles, os velhos mesmos, atordoados
não querem entender a nação.
Mesmo assim haverá mudanças.
Mesmo assim algo vai mudar, esta mudando, esta mudado.
O príncipe moderno, diversionista, esta pelado.
terça-feira, 25 de junho de 2013
O analfabeto funcional ( o olhar da carranca)
O analfabeto funcional
tem sua consistência política,
quebrada na rua a pau
de forma bem pouco artística.
Maracanã sem geral ,
família sem hospital,
escola vai muito mal,
parou o trem da central,
como é que ele se explica?
O analfabeto funcional
sabe aonde a corda estica,
ficou sem plano real,
não sabe ler um jornal,
falta-lhe o fundamental,
mas bem conhece o lalau,
e quer saber como fica.
É o cenário nacional.
No que é consciência crítica,
tem gente que sabe os clássicos,
tem gente que vê Fantástico.
tem gente que é o escambau.
Com seu salário enxuto,
Sem inclusão digital,
põe fogo no matagal
e são chamados de brutos.
A classe C, alijada,
se mostra bem calejada,
na força provoca sustos
enquanto ganha merreca.
Joga as pedras das calçadas,
Vê Dólar em outra cueca,
no tanto que a PEC peca.
melando a marmelada.
No tanto que diz não sei,
desconhece a cura gay.
Ao pobre só resta a lei,
da farda ou da Milícia.
Sem ter a doce delícia,
tão sub- reptícia,
explode como seus custos.
Cansada dos três e vinte
Grita forte: É o seguinte!
Levanta-se contra o acinte
deseja um Brasil mais justo.
A multidão, como em Meca,
não quer mais corrupção.
O que ela quer é escola,
não aceita bolsa esmola,
quer ter mais educação.
Enquanto quebra a vidraça
mostra o quanto perdeu graça,
vandalizando a questão.
Desnuda mais um mistério,
quer público o ministério,
e grita com o pau na mão.
Escolhe quebrar o banco
enquanto o banco lhe quebra.
No ato que foge à regra,
o milagre perde o santo.
O povo é o bem de raiz
que reconstrói o pais.
Povo, mais povo em fúria,
um ao outo vis a vis.
Renega assim os desmandos
da politicagem espúria.
Explode em força e bando,
assim descobre o manto
social das suas penúrias.
Deixando de ser passivo,
com sua voz de gigante
todo o Brasil grita vivo,
heroico e retumbante.
Esse ato forte é ativo
entra na história e nos livros,
de forma pura e nua.
Um aviso, é um aviso, é um aviso.
É o povo tomando as ruas
exigente e importante.
É o povo, esse gigante,
é vasão, é um povo vivo.
sábado, 22 de junho de 2013
A espinha do peixe ( Barril Diógenes)
Fotografia: Manifestação em 20/06/2013 no Rio de Janeiro
Spray de pimenta
é o affair play do bope
do governador.
O povo aguenta
pelo feito imoral
do senador.
A massa esquenta,
sai da letargia, do torpor.
A revolta venta,
e varre o choque
da falta de hospital
para sua dor.
Bomba de efeito.
Esse é o grave jeito
sem doutor.
Não tendo leito,
sem educação,
sem professor.
Bala de borracha
acha o jornalista
e o cidadão.
Voa sem pista
contra a voz que grita
quero não.
Esse é o sândalo.
Eu que não sou vândalo,
passei por.
A rua canta
o que tem na garganta
e não passou.
A rua manda
nesse mar de gente seu valor;
E nessa enchente
faz Brasil corrente
meu amor.
Spray de pimenta
é o affair play do bope
do governador.
O povo aguenta
pelo feito imoral
do senador.
A massa esquenta,
sai da letargia, do torpor.
A revolta venta,
e varre o choque
da falta de hospital
para sua dor.
Bomba de efeito.
Esse é o grave jeito
sem doutor.
Não tendo leito,
sem educação,
sem professor.
Bala de borracha
acha o jornalista
e o cidadão.
Voa sem pista
contra a voz que grita
quero não.
Esse é o sândalo.
Eu que não sou vândalo,
passei por.
A rua canta
o que tem na garganta
e não passou.
A rua manda
nesse mar de gente seu valor;
E nessa enchente
faz Brasil corrente
meu amor.
sábado, 1 de junho de 2013
GPS- Para Cláudio Upiano " in memoria" ( Barril Diógenes)
Fotografia: GPS-Querubim Moreira
A literatura é a tentativa,
ou mais, é a iniciativa
de criar um procedimento
constituindo rotas
para o pensamento.
No que podemos chamar
de amplitude maior
dos passos do homem,
em um processo
de coordenadas para a vida,
na impossível retenção
da viagem humana
no tempo espaço.
Alem do limite contemporâneo
há um pré e um pós
em qualquer tópico
ou ponto ótico.
São bases, são suposições,
das afinidades históricas
e das finitudes existenciais,
nada menos e nada mais.
A literatura é a tentativa,
ou mais, é a iniciativa
de criar um procedimento
constituindo rotas
para o pensamento.
No que podemos chamar
de amplitude maior
dos passos do homem,
em um processo
de coordenadas para a vida,
na impossível retenção
da viagem humana
no tempo espaço.
Alem do limite contemporâneo
há um pré e um pós
em qualquer tópico
ou ponto ótico.
São bases, são suposições,
das afinidades históricas
e das finitudes existenciais,
nada menos e nada mais.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Transmutação ( A olhos nus)
Fotografia: Um grupo de indígenas Waurá pesca na lagoa Piyulaga,Sebastião Salgado
O tempo de esperaé uma página do amor
cuja leitura deve ser calma.
É preciso saber ler as ausências,
os silêncios e as distâncias.
Este é um tempo antena
de saudade da convivência.
Transitando à distância lado a lado:
Os sentidos sem palavras,
as medidas sem trenas,
as paisagens sem as cenas,
de um espaço delicado
restante, do que agora é apenas
a falta no que nos doí à carne.
Mas por mais que cause trauma,
por mais que faça água,
por mais que produza dor,
essa dor é um desarme
na essência a se supor.
É preciso ter paciência,
paciência, paciência,
paciência de pescador.
É preciso guardar as utopias.
É preciso agradar a alegria.
É preciso força, dínamo, vetor.
O tempo de espera é frio,
e tem o barulho de um rio
que vai passando em fio;
Como quem aguarda o momento
da natureza do brilho
do mar, que é o delírio natural
do abrir de uma flor.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Pavana ( O olhar da carranca)
Certa feita me disseram evitando o olhar:
_ O que não tem solução, solucionado está.
No desvio, na negação, no vazio, na covardia,
na ausência da inclusão a solução é se virar.
Resistência tem arrabaldes alem limites e cercanias.
A aranha que tece a teia pode se perder na ventania.
Quem quiser quebrar barreiras tem que sorrir poesia.
Se é triste o haver da morte, essa tristeza pesa no ar
E para navegar o impreciso não se pode temer o mar.
O mar tem caminhos próprios, suspensos, quando ousadia.
Na tormenta a solução sempre é manter a cabeça fria.
Pavana em Copacabana, e a gente samba para não sambar.
Quem se levanta da solidão constrói assim a sua guia.
Ser próprio na opinião tem um só condão, o da valentia.
A vida, essa grande dama, sempre nos chama, saravá!
A busca da solução vai bem mais do aonde a mão alcançar.
Se a dor tem a sua cor, também faz a arte da sinergia.
Que seja a felicidade sempre a maior parte da biografia.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
X da questão ( Perna bamba é do samba)
Fotografia: Cartola-Walter Firmo
Às vezes parece que a vida me passa
por entre os dedos abertos das mãos
A vida é vasta e parece a caça
correndo na raça em busca do em vão
O futuro é o tempo de caráter misto
de fato não passa de uma abstração
Assim também é o passado, é um rabisco,
já foi o presente e é um rastro no chão.
Às vezes não sei o que ocorre comigo
O crime e o castigo é a solidão
Se os braços dela não são mais abrigo
o que hoje me abraça é somente a razão
E sendo a razão só uma filosofia
que muda com o tempo conforme a ilusão
Não sei mais o que possa ser alegria
Nem o que fazer com o meu coração.
Sem os seus abraços as noites são frias
parecem um freezer gelando o colchão
Em toda manhã é nublado o dia
e essa saudade é o X da questão
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Catástrofe ( Barril Diógenes)
Fotografia: Refugiados Palestinos-1948
Nakba
Acaba
ou não
acaba?
É diáspora
ou intifada?
Foto: ABBAS-MOMANI/AFP -2013sábado, 11 de maio de 2013
Capiroto ( A olhos nus)
Fotografia:Vaqueiro encourado-Brasil invisível-Valdemir Cunha
Eu cuja vida já me avança
Franquiei-me em Sancho Pança
escudeiro do porque.
Eu quase assim pessoa mansa
tenho em mim a esperança
de reaver seu prazer.
Meu é o tudo que lhe tenho
mas se faltar um desenho
pinto a cor do zabelê.
Zeus esse Deus que não desdenho
é deserto jalapenho
de sonar cateretê.
Venho eu apenas e meu corpo
parte ereta, parte torto
tenho o salmo do incorreto.
Beijo o que a vida traz de perto
trago a água e o deserto.
tenho o amor a lhe fazer.
Parto do incerto em parte horto.
melhor vida que aborto
Sou bem mais do que se vê.
Eu cujo filme a censura
esconde no que esconjura
na falta do acontecer.
Sou eu apenas rosa boto
parente do capiroto
tenho o olhar que sabe ler
Sou detetive do Belotto
o que não me dizem noto
desvendando-me em você.
Eu cuja vida já me avança
Franquiei-me em Sancho Pança
escudeiro do porque.
Eu quase assim pessoa mansa
tenho em mim a esperança
de reaver seu prazer.
Meu é o tudo que lhe tenho
mas se faltar um desenho
pinto a cor do zabelê.
Zeus esse Deus que não desdenho
é deserto jalapenho
de sonar cateretê.
Venho eu apenas e meu corpo
parte ereta, parte torto
tenho o salmo do incorreto.
Beijo o que a vida traz de perto
trago a água e o deserto.
tenho o amor a lhe fazer.
Parto do incerto em parte horto.
melhor vida que aborto
Sou bem mais do que se vê.
Eu cujo filme a censura
esconde no que esconjura
na falta do acontecer.
Sou eu apenas rosa boto
parente do capiroto
tenho o olhar que sabe ler
Sou detetive do Belotto
o que não me dizem noto
desvendando-me em você.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Et cétera ( A puta me contou)
Fotografia: Vamos Andando- Manuel Oliveira
Não se preocupe tanto,
que o tempo é único,
ele é um só.
Cuide de não haver tristeza,
mas se ela houver,
que não lhe dê um nó.
Não se renda á angústia,
porque ela assusta
e vai virando dó.
Busque mais alegria,
aonde ela se cria
é que brilha o sol.
Respeite o cansaço,
ele é o abraço
da luta maior.
Abrace forte à esperança,
ela e a contradança,
do que há de melhor.
Vamos, nada será mal.
O Et cétera é o tal
é qualquer assunto.
Vamos que tudo é plural.
Se estamos juntos,
o certo é ao final.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Número Cinco ( A Puta me contou)
Fotografia: Chega de saudade- Patrícia
Durmo contigo à noite,
contigo é à noite o sonho.
Nele eu penso que ponho,
na ausência, no aceiro,
o mais penoso aloite
entre mim e o travesseiro.
Deixo que a noite me vença.
Entre ela e eu há o cansaço;
E a solidão por sentença,
brutalizada em ausência,
me faz sonhar com os afagos.
E neles eu sinto o seu cheiro,
neles com seu cheiro eu brinco.
Como se o mundo inteiro,
como eu, fosse prisioneiro
do Channel número cinco.
E antes que o sonho acabe
no reino da menor descrença,
la aonde a desavença
mostra seu corte de sabre,
o amor nos faça defensa.
Como da corte é a rainha,
o sonho é da realidade.
É no universo da saudade
que a lembrança principia,
trazendo aromaticidade.
Fazendo a diferença,
eliminando as distâncias,
nessa hora tão imensa,
qual poética licença,
que vença a felicidade.
sábado, 4 de maio de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Nós e eles ( Barril Diógenes)
Fotografia: Notícias daqui-Luciana Capiberibe
Peconhas, Limpa folhas
Angelins vermelhos, Sapos garimpeiros
Maçarandubas, Brilhos de fogo
Faveiras, Bromélias, Orquídeas
Arapaçús, Formigueiros de topete
Capitães da mata, migrante Maranhão
A floresta nata é da Nação
Uirapurus, Oiapoque
Que ninguém os toque
Façam contenção
E que os escroques
não lhes ponham mãos.
Maracujás da mata, Tracajás
Caranguejeiras gigantes
Peçonhas, serra do navio
Venenos, Jacús-Ciganos
Sucuris, Monólitos e remédios
Ouro, bio piratas, diamantes.
Nascente dos rios.
Jari, Araguari, Amapari
Corais, muitos Euro nacionais, até demais
Cigarrinhas, Macacos-prego, Ariranhas
Micos mão de ouro, Cuxiú
Fumaça do Arú, Acapu
Tumucumaque e Mandioqueiras
Estendidos nas fonteiras
Ongs Armstrongs
Louros e outros louros
E uma vila chamada Brasil
No verde setentrional do azul anil
Aqui somos todos, nós e eles.
Peconhas, Limpa folhas
Angelins vermelhos, Sapos garimpeiros
Maçarandubas, Brilhos de fogo
Faveiras, Bromélias, Orquídeas
Arapaçús, Formigueiros de topete
Capitães da mata, migrante Maranhão
A floresta nata é da Nação
Uirapurus, Oiapoque
Que ninguém os toque
Façam contenção
E que os escroques
não lhes ponham mãos.
Maracujás da mata, Tracajás
Caranguejeiras gigantes
Peçonhas, serra do navio
Venenos, Jacús-Ciganos
Sucuris, Monólitos e remédios
Ouro, bio piratas, diamantes.
Nascente dos rios.
Jari, Araguari, Amapari
Corais, muitos Euro nacionais, até demais
Cigarrinhas, Macacos-prego, Ariranhas
Micos mão de ouro, Cuxiú
Fumaça do Arú, Acapu
Tumucumaque e Mandioqueiras
Estendidos nas fonteiras
Ongs Armstrongs
Louros e outros louros
E uma vila chamada Brasil
No verde setentrional do azul anil
Aqui somos todos, nós e eles.
sábado, 27 de abril de 2013
Do seu próprio jeito ( O trago da seda)
Epigrafado de uma tradução de My way - Frank Sinatra
.
Para que serve um homem ao final do dia, para que serve um homem ao final de si, ao final do seu tempo, aonde há o laço com o que é infinito. Aonde a forma recordação abraça o eterno, e essa tinta mandala, quadriculada no imagístico gesto, veste assim a última homenagem da vida toda.
Toda ela completa do individual e de todos, do seu próprio jeito.
Os registros serão o perfume exalado da memória incorporada de histórias, das mínimas recordações desses todos.
E o agora é pensar que ele fez tudo isto, e devemos dizer que foi esse o seu jeito, agora um legado da sua trajetória única.
Sem timidez, foi esse o seu jeito. Rápido; Rápido de amor e de sorriso, rápido de choro e de lágrimas, mas também rápido das alegrias, das viagens todas nos caminhos do que há de mundo no mundo.
E tudo foi divertido, e tudo foi até onde tudo é e mais, muito mais, sem arrependimentos eu devo dizer: Do seu próprio jeito.
De pé e coragem tudo foi enfrentado no xadrez do corpo, tudo foi enfrentado por inteiro.
E agora o fim não é o fim, o fim é outra história a ser contada com as coisas sonoras da lembrança encharcada do afeto construído no sem fim, alem do tempo cronológico.
No coração esse é o desafio exposto claramente.
Meu amigo, o caso é que uma vida nunca fica completa, ela segue nos outros, nos amigos, e nos amigos dos amigos também ela se expande.
Nessa época da memória tudo se refaz nas outras formas, nesse mapa os planos são outros a cada passo, no ocorrer do atalho por fim, tenho certeza, foi esse o seu jeito.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Abstrações ( O trago da seda)
Fotografia: Feira livre- Rique Ferreira
A fuzarca da feira e o frio de outono
são frutas que como na brisa que me abraça.
O preço da praça em sobra, em abandono,
é o grito neo tono da luta em Gaza.
Mingau pelas beiras, bobagem, besteira.
Alegria inteira na voz pechincheira.
E o poema cheira a fogo sem brasa.
De qualquer maneira, na falta de sono,
num verso sem dono o poeta é a fumaça.
A fuzarca da feira e o frio de outono
são frutas que como na brisa que me abraça.
O preço da praça em sobra, em abandono,
é o grito neo tono da luta em Gaza.
Mingau pelas beiras, bobagem, besteira.
Alegria inteira na voz pechincheira.
E o poema cheira a fogo sem brasa.
De qualquer maneira, na falta de sono,
num verso sem dono o poeta é a fumaça.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Alvorada do guerreiro ( A olhos nus)
Fotografia: Camisas vermelhas- Fernando Quevedo / O Globo
A alvorada queima fogos em Quintino,
os devotos se aglomeram na sacada,
bem mais cedo amanhece a madrugada,
lá no Império Serrano o samba é o hino.
Na cultura brasileira o sincretismo
dessa crença se traduz apaixonada.
Salve Jorge o cavaleiro das quebradas.
Santo forte contra todo mal destino.
Esse santo em seu cavalo é guerreiro
tem no manto o vermelho, a cor da vida,
cunha a força em faze-la aguerrida,
e é de todos o motivo, o padroeiro.
Que me venha, e a todos, conduzindo
desfazendo os temores sob a lança.
Protegendo com sua força os caminhos
com a calma e a boa perseverança.
Salve Jorge cuja fé é mais que a lenda.
Cujo tanto de fervor é sempre inteiro.
Sempre é nele que a esperança se inventa,
descrevendo em fé o Rio de Janeiro.
A alvorada queima fogos em Quintino,
os devotos se aglomeram na sacada,
bem mais cedo amanhece a madrugada,
lá no Império Serrano o samba é o hino.
Na cultura brasileira o sincretismo
dessa crença se traduz apaixonada.
Salve Jorge o cavaleiro das quebradas.
Santo forte contra todo mal destino.
Esse santo em seu cavalo é guerreiro
tem no manto o vermelho, a cor da vida,
cunha a força em faze-la aguerrida,
e é de todos o motivo, o padroeiro.
Que me venha, e a todos, conduzindo
desfazendo os temores sob a lança.
Protegendo com sua força os caminhos
com a calma e a boa perseverança.
Salve Jorge cuja fé é mais que a lenda.
Cujo tanto de fervor é sempre inteiro.
descrevendo em fé o Rio de Janeiro.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Espaguete à reciclagem ( O beco da fome)
Fotografia: Reciclagem- Lucy Juliana
Vamos pelar uns tomates excluindo-lhes as sementes.
Se não me falha a memória por falta de calafate,
as sobras da geladeira serão de um alto quilate.
Meio pimentão murcho, o que sobrou da chicória,
uma abobrinha é luxo, uma berinjela é a glória.
Uma cebola inteira picadinha é excelente,
amassagado bastante de alho vão cinco dentes.
Aquele champinhom de ontem, guardado e resistente,
dará ao molho nobreza francesa por arremate.
Uma colher de manteiga ao azeite leniente,
refogados em conjunto pimenta e sal à vontade.
Se a carne sobrou moída é bem vinda no empate.
Proteína prometida provem porem paridade.
Salsinha e cebolinha vão trazer perfume às partes.
Uma colher de mostarda, se puder seja Dijon;
Juntar à ela o caldo tropical de uma laranja,
dará assim um total sabor cítrico por franja.
Numa pitada de açúcar a acidez perde o tom,
vamos somar mais massa do tomate que é bom.
No fogo brando uma hora toda coisa se arranja,
Com um dedinho de moça vermelhinha igual batom.
Por fim a pasta ao dente não pode passar do ponto,
de seis a oito minutos na água já bem fervente.
Salgada ao gosto de mar, quem dele sabe o sente,
na textura deverá ela ficar sem desconto.
Pois é nesse paladar que o prazer faz seu apronto.
Da Itália esse manjar se come até ficar tonto,
servido com parmesão ralado bem fartamente.
Vamos pelar uns tomates excluindo-lhes as sementes.
Se não me falha a memória por falta de calafate,
as sobras da geladeira serão de um alto quilate.
Meio pimentão murcho, o que sobrou da chicória,
uma abobrinha é luxo, uma berinjela é a glória.
Uma cebola inteira picadinha é excelente,
amassagado bastante de alho vão cinco dentes.
Aquele champinhom de ontem, guardado e resistente,
dará ao molho nobreza francesa por arremate.
Uma colher de manteiga ao azeite leniente,
refogados em conjunto pimenta e sal à vontade.
Se a carne sobrou moída é bem vinda no empate.
Proteína prometida provem porem paridade.
Salsinha e cebolinha vão trazer perfume às partes.
Uma colher de mostarda, se puder seja Dijon;
Juntar à ela o caldo tropical de uma laranja,
dará assim um total sabor cítrico por franja.
Numa pitada de açúcar a acidez perde o tom,
vamos somar mais massa do tomate que é bom.
No fogo brando uma hora toda coisa se arranja,
Com um dedinho de moça vermelhinha igual batom.
Por fim a pasta ao dente não pode passar do ponto,
de seis a oito minutos na água já bem fervente.
Salgada ao gosto de mar, quem dele sabe o sente,
na textura deverá ela ficar sem desconto.
Pois é nesse paladar que o prazer faz seu apronto.
Da Itália esse manjar se come até ficar tonto,
servido com parmesão ralado bem fartamente.
terça-feira, 16 de abril de 2013
auto retrato ( O olhar da carranca)
Fotografia: Mirador del Contrabando- José Pedro
No real impregnado mergulhei o que sentia.
Craquelê do observado, no mundo fiz moradia;
Desse caco apaixonado entrei noite e sai dia.
La no aonde tudo é certo meu errado principia.
Quando dói fico calado então a língua me afia.
Quando choro o meu choro tem o cloro da azia.
Do amor que trago tanto contrabando a alegria.
Se alguns dos meus recados tem sua fisionomia,
de mim mesmo é que lhes falo se o invento é a poesia.
No real impregnado mergulhei o que sentia.
Craquelê do observado, no mundo fiz moradia;
Desse caco apaixonado entrei noite e sai dia.
La no aonde tudo é certo meu errado principia.
Quando dói fico calado então a língua me afia.
Quando choro o meu choro tem o cloro da azia.
Do amor que trago tanto contrabando a alegria.
Se alguns dos meus recados tem sua fisionomia,
de mim mesmo é que lhes falo se o invento é a poesia.
Argonauta ( A olhos nus)
Fotografia: Clark Little
Destemido de nuvens o sol brilha,
no céu claro do meu conhecimento.
Na memória, o embaralho dos momentos,
desliza um mar por sobre a quilha.
Do oceano a felicidade é ilha
e o amor podemos dizer é o vento.
Sua voz me traduz a maresia
E a mazela é o sal do sofrimento.
Na tormenta e na fúria dos temporais
seu olhar que me guia, é mestre arais,
estrelando o polar dos sábios Jônios.
na busca de ancoragem vejo cáis.
Me lembrei que morreu o Marco Antônio,
do seu canto não vibrará mais as cifras,
não sustenta o seu corpo sobre as ripas,
ele brilha agora inerte como o argônio.
Na infância do ontem eu lhe ponho,
na lembrança da paz ele hoje habita.
na praia do desejo deita o sonho
e o real é a aventura mais bonita.
Essa veia é do sangue do artista.
Para terminar o canto pouco falta
deixo qui palavra dita por não dita
O argumento é o devaneio do argonauta.
Destemido de nuvens o sol brilha,
no céu claro do meu conhecimento.
Na memória, o embaralho dos momentos,
desliza um mar por sobre a quilha.
Do oceano a felicidade é ilha
e o amor podemos dizer é o vento.
Sua voz me traduz a maresia
E a mazela é o sal do sofrimento.
Na tormenta e na fúria dos temporais
seu olhar que me guia, é mestre arais,
estrelando o polar dos sábios Jônios.
na busca de ancoragem vejo cáis.
Me lembrei que morreu o Marco Antônio,
do seu canto não vibrará mais as cifras,
não sustenta o seu corpo sobre as ripas,
ele brilha agora inerte como o argônio.
Na infância do ontem eu lhe ponho,
na lembrança da paz ele hoje habita.
na praia do desejo deita o sonho
e o real é a aventura mais bonita.
Essa veia é do sangue do artista.
Para terminar o canto pouco falta
deixo qui palavra dita por não dita
O argumento é o devaneio do argonauta.
domingo, 14 de abril de 2013
Filosofando no circo da alma
Fotografia: Filosofando- Cleber Fernandes
O cheiro doce da fruta da feira que trouxe o outono.
Na fúria rápida do tempo digital do relógio,
também trouxe, em nome da crueldade de Kronus,
o inteiro entorse da luta sem eira, nem beira, nem sono, nem pódio.
Eu confessional, que fui sagrado pela corte real do mundo de Momo,
aonde a alegria insiste nas formas daquilo que é bom,
vou buscando a vida no seio das forças sem julgo, sou único dono.
Ressignificando a existência, faço soma à divindade de Aion.
Pois se essa existência não é dádiva, sem dúvida ela é ávida
na essência; Resistente, ela é livre no feito entre um e outro jeito.
O sorrir e o carpir se abraçam no esquerdo de dentro do peito.
Do sujeito entrecortado entre o pão, a comédia e a arte dramática,
vou buscar o melhor; Se a felicidade é o fim objeto da prática!
O cheiro doce da fruta da feira que trouxe o outono.
Na fúria rápida do tempo digital do relógio,
também trouxe, em nome da crueldade de Kronus,
o inteiro entorse da luta sem eira, nem beira, nem sono, nem pódio.
Eu confessional, que fui sagrado pela corte real do mundo de Momo,
aonde a alegria insiste nas formas daquilo que é bom,
vou buscando a vida no seio das forças sem julgo, sou único dono.
Ressignificando a existência, faço soma à divindade de Aion.
Pois se essa existência não é dádiva, sem dúvida ela é ávida
na essência; Resistente, ela é livre no feito entre um e outro jeito.
O sorrir e o carpir se abraçam no esquerdo de dentro do peito.
Do sujeito entrecortado entre o pão, a comédia e a arte dramática,
vou buscar o melhor; Se a felicidade é o fim objeto da prática!
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Fio da arte ( O trago da seda)
Fotografia: Clark Litlle
Para Cláudio Upiano in Memória
Escrever não é algo individual,
é empurrar a linguagem
para alem das fronteiras
da norma do homem e do animal.
Esse é um movimento clivagem
do limite, do sentido, do oral.
Desfazendo é o reinício.
Por dentro dos interstícios,
traz maior o original.
Violando o vitalício,
o romper é a viagem,
para alem dos quietos vícios.
Essa é a nobreza dos signos:
provocar a liberdade
fazendo um verso universal.
Para Cláudio Upiano in Memória
Escrever não é algo individual,
é empurrar a linguagem
para alem das fronteiras
da norma do homem e do animal.
Esse é um movimento clivagem
do limite, do sentido, do oral.
Desfazendo é o reinício.
Por dentro dos interstícios,
traz maior o original.
Violando o vitalício,
o romper é a viagem,
para alem dos quietos vícios.
Essa é a nobreza dos signos:
provocar a liberdade
fazendo um verso universal.
domingo, 7 de abril de 2013
Simbolismo ( A olhos nus )
Fotografia: Marcelo Carnaval
Banalidades do porão.
Consumê de salão.
Qualquer bobagem
Sem cabimento é criação.
A poesia é a ciclista
atropelando o caminhão.
É o fulano arrivista
abocanhando o seu quinhão.
Tudo detém o conhecimento
dentro daquilo a que se finde.
Vértice refém do universal alento,
é a biblioteca do José Mindlin.
Qualquer abordagem
do sentimento é coração,
até um falso Baudelaire na contramão.
Democratizar conhecimento é fazer nação.
Por que não?
Todo poeta é franco atirador.
Tudo na poesia é dor e solução.
Na mais gramatical tradução.
A terra seca e a alfombra.
A devastação e a bomba.
Será a bala?
Será o dedo?
Será o cão?
Será a literatura um segredo á sombra?
O poema tem o condão
de ser a realidade
fantasiada de abstração.
Banalidades do porão.
Consumê de salão.
Qualquer bobagem
Sem cabimento é criação.
A poesia é a ciclista
atropelando o caminhão.
É o fulano arrivista
abocanhando o seu quinhão.
Tudo detém o conhecimento
dentro daquilo a que se finde.
Vértice refém do universal alento,
é a biblioteca do José Mindlin.
Qualquer abordagem
do sentimento é coração,
até um falso Baudelaire na contramão.
Democratizar conhecimento é fazer nação.
Por que não?
Todo poeta é franco atirador.
Tudo na poesia é dor e solução.
Na mais gramatical tradução.
A terra seca e a alfombra.
A devastação e a bomba.
Será a bala?
Será o dedo?
Será o cão?
Será a literatura um segredo á sombra?
O poema tem o condão
de ser a realidade
fantasiada de abstração.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
A estátua e a pedra ( A olhos nus)
A nossa vida tem suas amarrações.
Faz os acordos entre a estátua e a pedra,
nas transparências entre o o real e o desejo.
A coerência fecunda o encanto e o espanto,
nos contraditos entre o caminho e as pernas.
Nasce o conflito, mais gostoso que primeiro beijo.
Portanto é no sol dos movimentos e das sombras,
aonde fazemos jus aos mínimos cantos das emoções,
que nos traduzimos no desatar das coisas ternas.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
E a pedra saiu correndo ( O trago da seda)
Fotografia: Pedra do Leme-Luiz Riedlinger
Foi mar pra tudo que é lado,
e a coitadinha da pedra
não fez o caminho a nado.
Enquanto falavam sempre
o mesmo poema falado.
Tadinha da pedra, nem geme.
Aquele calhau somente
ouvia aquela gente
repetir o recontado.
Tadinha da pedra do Leme
de tanto ouvir já treme
Sem saber mesmo até quando
suportará a episteme,
e ficava ali escutando.
O granito velho e cansado
Já não suportando o link
diante de tal açoite
do mesmo poema Leminski
pedia ao vento da noite
que o levasse, o rogado.
E deu-se a ventania
no marasmo criativo
E o vento num rodopio
ouvindo a pedra um dia
atendeu o tal pedido
com a força da maresia
Éolo Deus do pum
de rogado não se fez
Para outro lugar algum.
E a pedra vejam vocês
evadiu-se do posto um
foi parar lá no posto seis.
Foi mar pra tudo que é lado,
e a coitadinha da pedra
não fez o caminho a nado.
Enquanto falavam sempre
o mesmo poema falado.
Tadinha da pedra, nem geme.
Aquele calhau somente
ouvia aquela gente
repetir o recontado.
Tadinha da pedra do Leme
de tanto ouvir já treme
Sem saber mesmo até quando
suportará a episteme,
e ficava ali escutando.
O granito velho e cansado
Já não suportando o link
diante de tal açoite
do mesmo poema Leminski
pedia ao vento da noite
que o levasse, o rogado.
E deu-se a ventania
no marasmo criativo
E o vento num rodopio
ouvindo a pedra um dia
atendeu o tal pedido
com a força da maresia
Éolo Deus do pum
de rogado não se fez
Para outro lugar algum.
E a pedra vejam vocês
evadiu-se do posto um
foi parar lá no posto seis.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Irracionável ( O trago da seda)
Fotografia: A indicação do destino irracional- Nuno Silva
Mas quando o banal
a paz é o valor
interna a violência
e sã animal
em si é
não regra
será B R U T A L I D A D E B R A S I L social
cidadã não há
enquan quem sou
to houver nem
mulher aonde
es es estou
tupra não há
das país
em raís
vans. Nação
Mas quando o banal
a paz é o valor
interna a violência
e sã animal
em si é
não regra
será B R U T A L I D A D E B R A S I L social
cidadã não há
enquan quem sou
to houver nem
mulher aonde
es es estou
tupra não há
das país
em raís
vans. Nação
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Hoje no circo da alma
Fotografia: Em dias de alma como hoje-Mariah
Uma pequena atitude de felicidade numa pitada simples de carinho.
A lucidez da surpresa boa em um afago feito sem motivo aparente.
Um olhar qualquer, mas que seja comovente, com o tato melhor no gestual das palavras.
Um presente singelo e cheio de afeto é a plena brincadeira recheada de alegria.
O tempo é o a mais da disponibilidade para uma tarde de estar junto com.
Umas horas passadas sem ponteiros, laçando o abraço de matar saudades.
O cuidado de um com o outro, apenas por que isso é bom assim.
A certeza da solidariedade tem cumplicidade no cheiro.
O tempo de andar devagar derrete o sorvete pelo calor do peito.
E o beijo, que é próprio do amor, é um pedaço doce de leite do prazer.
A mais absoluta e agradável inutilidade, faz a tranquilidade do verídico da vida.
E a pele do corpo, com sabor de ser, é somente isso, só ser.
O sol cuja luz vem do outro, é o outro, que em nós, nos faz maior.
O balsamo cessa a possibilidade da dor e para o domingo, que não acabou.
O braço confidente é radiante, a delicia do chamego erotizante.
A beleza leve da companhia, bole a fervura inconsequente dos amantes.
O absurdo de ser humano despe o que se apura, no inconsciente
do por acaso da existência. É o destino por mais um dia.
Uma pequena atitude de felicidade numa pitada simples de carinho.
A lucidez da surpresa boa em um afago feito sem motivo aparente.
Um olhar qualquer, mas que seja comovente, com o tato melhor no gestual das palavras.
Um presente singelo e cheio de afeto é a plena brincadeira recheada de alegria.
O tempo é o a mais da disponibilidade para uma tarde de estar junto com.
Umas horas passadas sem ponteiros, laçando o abraço de matar saudades.
O cuidado de um com o outro, apenas por que isso é bom assim.
A certeza da solidariedade tem cumplicidade no cheiro.
O tempo de andar devagar derrete o sorvete pelo calor do peito.
E o beijo, que é próprio do amor, é um pedaço doce de leite do prazer.
A mais absoluta e agradável inutilidade, faz a tranquilidade do verídico da vida.
E a pele do corpo, com sabor de ser, é somente isso, só ser.
O sol cuja luz vem do outro, é o outro, que em nós, nos faz maior.
O balsamo cessa a possibilidade da dor e para o domingo, que não acabou.
O braço confidente é radiante, a delicia do chamego erotizante.
A beleza leve da companhia, bole a fervura inconsequente dos amantes.
O absurdo de ser humano despe o que se apura, no inconsciente
do por acaso da existência. É o destino por mais um dia.
sexta-feira, 29 de março de 2013
Sinapse no circo da alma
Há em nos algo que somos e não sabemos tanto o quanto.
A consciência é na origem um labirinto em segredos.
Quão celular o cérebro é, um emaranhado arvoredo.
A se saber o que nos difere em relação a outros bandos.
No intra córtex habita esse segredo, misterioso tamanho.
A se desvendar na hercúlea chama da neurociência.
Quantos bilhões de neurônios haverão? qual competência?
Em número e em ordem basal é desconhecido tal ganho.
Tanto se sabe, e esse tanto ainda é pouco, tanta é a pesquisa.
E o que se sabe é parte de um quebra cabeça em tantas peças.
O interior do interior como funciona, é um desvendar que resta.
Essa certeza da incerteza, esta na mesa, a riqueza mais imprecisa.
Quanta beleza Suzana, essa operária em sua sábia oficina.
No desafio que conduz o homem por força e fome, ou curiosidade.
Tudo se sabe, tudo se esquece, muda de nome, o falso e a verdade.
Todo o inteiro no cerebelo, mais que um cabelo, mais que a glicina.
Nesses bilhões, nesses sertões, neuro grotões portais inclusos,
Só dez por cento não é verdade da utilidade mais cerebral
Sinapse anatômica libidinal forjando a tônica com seus impulsos
diz ao poeta da natureza em seu tormento: Esse é o quintal!
segunda-feira, 25 de março de 2013
Pasteurizado ( A olhos nus)
Fotografia: O desfrute do tropical- Orlando Costa
O tropicalismo do seculo vinte e um
é um açaí pasteurizado outra vez.
Para consumo dos educados pós Martinez.
Passado como o movimento Hippie,
Manuel audaz não passava de um Jeep.
Aparência nos descolados é hoje a altivez.
O romantismo visceral de Vade Mecum,
nessa zona de convergência tropical,
esta previsto na tragédia o temporal.
Nas águas da discussão o original se liquefez.
O tropicalismo do seculo vinte e um
é um açaí pasteurizado outra vez.
Para consumo dos educados pós Martinez.
Passado como o movimento Hippie,
Manuel audaz não passava de um Jeep.
Aparência nos descolados é hoje a altivez.
O romantismo visceral de Vade Mecum,
nessa zona de convergência tropical,
esta previsto na tragédia o temporal.
Nas águas da discussão o original se liquefez.
sábado, 23 de março de 2013
Âmago (A olhos nus)
Fotografia: Em viagem-Joca
...O poeta é o seu silêncio interior.
Seja qual for a poesia,
ela é metáfora dessa dor...
...O poeta é o seu silêncio interior.
Seja qual for a poesia,
ela é metáfora dessa dor...
sexta-feira, 22 de março de 2013
Outra maneira ( O olhar da carranca)
Fotografia: Tristeza- Maria Marques
O ato ultimo pode ser tão forte,
na vida a coisa final, derradeira.
Um pai deve achar seu norte,
quando ao filho se lhe chama a morte
e do mundo leva embora a um menino.
Lembranças sejam o que lhe conforte
no vazio da forma a mais inteira.
Desse desvio em tamanho porte,
a natureza humana inverte o corte
e a esse pai elege a tal destino.
A dor tem nela mesma o aporte
da energia, a força na algibeira.
Se a cobra vida preparou o bote
faço da rima a estima frente à sorte
e o abraço, em alma, dessa outra maneira.
O ato ultimo pode ser tão forte,
na vida a coisa final, derradeira.
Um pai deve achar seu norte,
quando ao filho se lhe chama a morte
e do mundo leva embora a um menino.
Lembranças sejam o que lhe conforte
no vazio da forma a mais inteira.
Desse desvio em tamanho porte,
a natureza humana inverte o corte
e a esse pai elege a tal destino.
A dor tem nela mesma o aporte
da energia, a força na algibeira.
Se a cobra vida preparou o bote
faço da rima a estima frente à sorte
e o abraço, em alma, dessa outra maneira.
quinta-feira, 21 de março de 2013
Mundo da lua ( O olhar da carranca)
Fotografia:Rio de Janeiro-Luiz Antônio Ricci
Ponho meus pés na rua,
já me observam os carros.
Dura natureza de ferro.
Gritam seus códigos berros
na algazarra confusa.
Ponho minhas pernas duras
nos caminhos sem anteparos.
Tropeço meu olhar na lua,
que humanizada é gazua,
para um poema de Manuel de Barros.
Ponho meus pés na rua,
já me observam os carros.
Dura natureza de ferro.
Gritam seus códigos berros
na algazarra confusa.
Ponho minhas pernas duras
nos caminhos sem anteparos.
Tropeço meu olhar na lua,
que humanizada é gazua,
quarta-feira, 20 de março de 2013
Abjeto exorcizado ( Barril Diógenes)
Fotografia: Evandro Éboli- O Globo
Vejam vocês como é a rapaziada!
O segredo está por debaixo dos planos.
Lambança também pode ser cagada,
faltar com respeito aos direitos humanos.
Sentaram um sujeito pessoa errada,
na cadeira a alcunha de Feliciano.
Toda a sociedade está embasbacada,
alguém sem conduta sequer ilibada,
parece mais ser mais um homem leviano.
Racista em conduta, não gosta de negros.
Rejeita também as opções sexuais.
Talvez possa haver nele muitos segredos,
segredos guardados que venham de traz.
Parece haver mesmo um grande arremedo,
a dar tratamento às questões nacionais.
Mas a população já reage sem medo,
exige a saída desse desenredo,
nas manifestações em todas capitais.
Não se pode enganar sociais militâncias,
com a deselegância e arroubos verbais.
Esse parlamentar representa as instâncias
do obscurantismo de outros carnavais.
É o oportunismo tecendo as tramas.
Invade o Estado em aromas fecais.
A democracia não é coisa insana,
cabe ao povo lutar desfazendo chicanas
extirpando condutas tão pouco morais.
O congresso deve tirar o pé da lama
responder aos clamores populacionais
cuidar das comissões que são primordiais
com o respeito civil que a causa reclama.
Objeto político é a praça do Estado.
No embate a conquista ou o come quieto,
Não se deve entender como fato isolado,
o interesse escuso a ser questionado,
na ocupação do espaço por ser abjeto.
Vejam vocês como é a rapaziada!
O segredo está por debaixo dos planos.
Lambança também pode ser cagada,
faltar com respeito aos direitos humanos.
Sentaram um sujeito pessoa errada,
na cadeira a alcunha de Feliciano.
Toda a sociedade está embasbacada,
alguém sem conduta sequer ilibada,
parece mais ser mais um homem leviano.
Racista em conduta, não gosta de negros.
Rejeita também as opções sexuais.
Talvez possa haver nele muitos segredos,
segredos guardados que venham de traz.
Parece haver mesmo um grande arremedo,
a dar tratamento às questões nacionais.
Mas a população já reage sem medo,
exige a saída desse desenredo,
nas manifestações em todas capitais.
Não se pode enganar sociais militâncias,
com a deselegância e arroubos verbais.
Esse parlamentar representa as instâncias
do obscurantismo de outros carnavais.
É o oportunismo tecendo as tramas.
Invade o Estado em aromas fecais.
A democracia não é coisa insana,
cabe ao povo lutar desfazendo chicanas
extirpando condutas tão pouco morais.
O congresso deve tirar o pé da lama
responder aos clamores populacionais
cuidar das comissões que são primordiais
com o respeito civil que a causa reclama.
Objeto político é a praça do Estado.
No embate a conquista ou o come quieto,
Não se deve entender como fato isolado,
o interesse escuso a ser questionado,
na ocupação do espaço por ser abjeto.
terça-feira, 19 de março de 2013
O humor no circo da alma
Fotografia: Bom Humor!!- Eva Pinto
O humor é um ato espontâneo,
contínuo e maior quanto mais leve.
Um olhar gaiato sobre o instantâneo,
quando o coração já é meio moleque.
Surge de repente como um ato falho,
colcha de retalhos da imaginação.
Afiado ao dente, riso de escangalho,
vem quebrando o galho como solução.
Nobreza corcunda no seu baronato,
um autorretrato nobre, o Itararé.
Tem da ironia todo bom olfato,
olhar de um gaiato, sábio é o que ele é.
Pobre é o sujeito sem esse valor,
quem toca o hilário, toca a humanidade.
Todo humorista ri da própria dor,
pobre sou eu mesmo de comicidade.
Minha veia acena para outra vontade.
Sofro o enfisema desse mal de humor,
pois de engraçado tenho na verdade,
somente a metade, a outra me escapou.
O humor é um ato espontâneo,
contínuo e maior quanto mais leve.
Um olhar gaiato sobre o instantâneo,
quando o coração já é meio moleque.
Surge de repente como um ato falho,
colcha de retalhos da imaginação.
Afiado ao dente, riso de escangalho,
vem quebrando o galho como solução.
Nobreza corcunda no seu baronato,
um autorretrato nobre, o Itararé.
Tem da ironia todo bom olfato,
olhar de um gaiato, sábio é o que ele é.
Pobre é o sujeito sem esse valor,
quem toca o hilário, toca a humanidade.
Todo humorista ri da própria dor,
pobre sou eu mesmo de comicidade.
Minha veia acena para outra vontade.
Sofro o enfisema desse mal de humor,
pois de engraçado tenho na verdade,
somente a metade, a outra me escapou.
domingo, 17 de março de 2013
O leão no circo da alma
Fotografia:Signo Leão- Jorge Simões
O desejo é o leão na jaula dos corpos bem educados.
De certo sua liberdade é unida à nossa cultura.
Na carnadura de ideias do edifício da criatura,
o desejo pode ser regrado para não queimar em fervura.
Sendo tolhido na origem forma o existir acanhado
Pode ficar na vertigem, contaminado é a loucura,
queimado traz na fuligem a origem do que o segura.
Ele é aonde o ser restaura sua existência madura.
Encorporando o então, vivo, no pleno realizado.
terça-feira, 12 de março de 2013
Roupa nova ( Barril Diógenes)
Fotografia: Capela Sistina-L'osservatore Romano
As Roupas novas do Papa, se roupas de papa novo,
terma de ideias modernas contemporâneos contornos.
Terão linho conservado? Serão panos renovados?
Fomentos dos tempos dados na costura de seu povo.
Absoluto o Monarca, ofertando o pão e o vinho,
desse povo em paz de espírito será líder do caminho.
No palácio Vaticano o líder mor episcopal.
Sobre a pedra o cristalino do vermelho Cardeal.
Na clausura da Sistina a filosofia é fina
política e oficina de um líder espiritual.
Na surdina tem a banca cuja fumaça se assina,
no ocidente das finanças rimando com as batinas.
Tem escândalo sexual no solidel da família.
Tem padres com filho e filha, orgia vista em jornal.
Abuso em pedofilia é coisa antinatural.
Assim, na praça São pedro, esperam pelo segredo
Cúria em dedo Michelangelo, se tarde agora ou cedo,
o católico ritual se firma em rearranjos do poder pontificial.
As Roupas novas do Papa, se roupas de papa novo,
terma de ideias modernas contemporâneos contornos.
Terão linho conservado? Serão panos renovados?
Fomentos dos tempos dados na costura de seu povo.
Absoluto o Monarca, ofertando o pão e o vinho,
desse povo em paz de espírito será líder do caminho.
No palácio Vaticano o líder mor episcopal.
Sobre a pedra o cristalino do vermelho Cardeal.
Na clausura da Sistina a filosofia é fina
política e oficina de um líder espiritual.
Na surdina tem a banca cuja fumaça se assina,
no ocidente das finanças rimando com as batinas.
Tem escândalo sexual no solidel da família.
Tem padres com filho e filha, orgia vista em jornal.
Abuso em pedofilia é coisa antinatural.
Assim, na praça São pedro, esperam pelo segredo
Cúria em dedo Michelangelo, se tarde agora ou cedo,
o católico ritual se firma em rearranjos do poder pontificial.
domingo, 10 de março de 2013
Muito obrigado ( O olhar da carranca)
Ainda é assim mesmo, diante de uma dificuldade.
Soando como um solfejo elegantes com suas forças
ouço vir duas mulheres encantadas de habilidades.
São duas damas inteiras, duas personalidades.
Unidas por causa alheia, avante vão essas moças,
com atos de tal grandeza, transcendem humanidade.
Ainda, é assim mesmo, que a mim a vida as concede,
sou gratidão em apreço, não sei se tanto as mereço
atitude que não se esquece, afeto que não tem preço.
Venha-lhes por tal bondade, grandeza de coração,
muito em tudo a felicidade por conta dessa razão.
As duas somam em mim nesse ato que agradeço
pela frente pelos lados por fora, dentro e avesso.
O homem, companheiro, pai, poeta e amigo, calados,
esperam que a gratidão a dizer pelo ancho abrigo
caiba na simplicidade, pequena, de um obrigado.
Dois cérebros combativos, exemplos de atividade.
Que bom te-las ao meu lado, conforto trazem consigo.
Nada nelas é pouco, são lindas, o são de verdade
dois corações criativos, exemplos, solidariedade.
terça-feira, 5 de março de 2013
Fresta Rave ( O trago da seda)
O gosto da juventude está franzido
no rosto da jovial adrenalina.
O diurno é a noturna anfetamina
sintetizada e sem virtude de sentido.
E tudo ocorre nessa cápsula do vento,
tão disponível no macabro do cardápio.
Sede é o vazio transpassado pelo gládio.
Contracultura do letal descabimento.
No movimento Tecno-Pop abobamento
do indivíduo, em vendaval é seduzido
à busca frágil do comercial divertimento.
Num ritual das aparências é detido.
Frenético, suado, o móbil abduzido.
É anulado da persona no mercado dos banidos.
O corpo rápido para no tempo, sem estima,
dissociado à luz do sol da Cetamina,
lúdico ilógico nas Pic-Ups diluído.
Fálico, clubber, palco espelho, nu da cina.
Ao som do funk, seu primo pobre, se turbina.
E o sujeito, vulto do eu, nele mesmo é cindido.
Fica mais breve de prazer, mais deprimido.
As tais pastilhas fazem jus ao estranhamento.
GHB e álcool juntam brilho ao colorido.
Toxicomania em massa nessa praça faz assento,
sem as margens criativas são limites encardidos.
Resta em cal o ponto final do alheamento,
má diversão na solidão de um drogadiço.
Devassidão libidinal consome o tal em prejuízo.
Dizendo não compra a ilusão pelos ouvidos.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Rio de Janeiro 450 ( A olhos nus)
Fotografia: Rio que eu amo- Mariza Cristina de Araujo
Nossa cidade do Rio de Janeiro.
Farol brasileiro de embarcação.
Faz aniversário, vai ter feijoada,
batuque em boteco, carne no braseiro.
Santo padroeiro, lendário Engenhão.
Cidade que a mim é sempre capital.
Da praia do Leme e do Boqueirão.
Aldeia campista, Estácio e Central.
Da escada da Penha, da Vista Chinesa.
De Santa Teresa, de açúcar no pão.
Rio de afetos, Rio carioca,
daqui se evoca o clamor nacional.
Cidade despida em suas belezas,
mistura de gente na orla que beiro.
Do sorriso largo, do jeito maneiro,
presente, cordato e também brincalhão.
Pois essa senhora, que hoje é nossa,
tem no santo nome São sebastião.
Hoje comemora com seu jeito prosa,
com ginga no passo, faceira e gostosa,
pulsando energia é toda coração.
A maravilhosa já se diz canção.
É ela a menina que passa na cena,
ela que fascina, ela é Ipanema.
Cidade de areia de pedra e de mar.
Cidade de samba e suor popular.
Cidade que é minha, e sua, e de todos.
Vila Kosmos de gente Leblon e Vaz lobo.
Cidade floresta de comunidades,
mais bela que é esta entre todas cidades.
Quadricentenária do engenho novo.
Tão feita de sol e de chope no bar.
Feição colorida, pagode em Irajá.
Cidade centelha, alegria de um povo.
Cidade que eu sempre haverei de amar.
Nossa cidade do Rio de Janeiro.
Farol brasileiro de embarcação.
Faz aniversário, vai ter feijoada,
batuque em boteco, carne no braseiro.
Santo padroeiro, lendário Engenhão.
Cidade que a mim é sempre capital.
Da praia do Leme e do Boqueirão.
Aldeia campista, Estácio e Central.
Da escada da Penha, da Vista Chinesa.
De Santa Teresa, de açúcar no pão.
Rio de afetos, Rio carioca,
daqui se evoca o clamor nacional.
Cidade despida em suas belezas,
mistura de gente na orla que beiro.
Do sorriso largo, do jeito maneiro,
presente, cordato e também brincalhão.
Pois essa senhora, que hoje é nossa,
tem no santo nome São sebastião.
Hoje comemora com seu jeito prosa,
com ginga no passo, faceira e gostosa,
pulsando energia é toda coração.
A maravilhosa já se diz canção.
É ela a menina que passa na cena,
ela que fascina, ela é Ipanema.
Cidade de areia de pedra e de mar.
Cidade de samba e suor popular.
Cidade que é minha, e sua, e de todos.
Vila Kosmos de gente Leblon e Vaz lobo.
Cidade floresta de comunidades,
mais bela que é esta entre todas cidades.
Quadricentenária do engenho novo.
Tão feita de sol e de chope no bar.
Feição colorida, pagode em Irajá.
Cidade centelha, alegria de um povo.
Cidade que eu sempre haverei de amar.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Forno íntimo ( O olhar da carranca)
Fotografia: Forno do Gabriel
Meti a mão na cartola
e não saiu o coelho.
Corri no fio das horas
do esmeril do ferreiro.
Bati no ferro a bigorna,
busquei mil e um conselhos.
Tentei fazer a macumba
mas me faltou o terreiro.
Desfilei em cinco escolas
e não achei o pandeiro.
O pique não vai embora
porque ombreia o guerreiro
É a minha vida na mola,
na correria danada.
Agora é que fuma a cobra,
dentro do cesto enrolada.
Se a roda não colabora
com os buracos da estrada.
Não adianta revolta,
não adianta intifada.
Zerando no noves fora
a conta não está fechada.
Dentro do calor do agora
a solução é assada.
Meti a mão na cartola
e não saiu o coelho.
Corri no fio das horas
do esmeril do ferreiro.
Bati no ferro a bigorna,
busquei mil e um conselhos.
Tentei fazer a macumba
mas me faltou o terreiro.
Desfilei em cinco escolas
e não achei o pandeiro.
O pique não vai embora
porque ombreia o guerreiro
É a minha vida na mola,
na correria danada.
Agora é que fuma a cobra,
dentro do cesto enrolada.
Se a roda não colabora
com os buracos da estrada.
Não adianta revolta,
não adianta intifada.
Zerando no noves fora
a conta não está fechada.
Dentro do calor do agora
a solução é assada.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
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