Fotografia: Pedra do Leme-Luiz Riedlinger
Foi mar pra tudo que é lado,
e a coitadinha da pedra
não fez o caminho a nado.
Enquanto falavam sempre
o mesmo poema falado.
Tadinha da pedra, nem geme.
Aquele calhau somente
ouvia aquela gente
repetir o recontado.
Tadinha da pedra do Leme
de tanto ouvir já treme
Sem saber mesmo até quando
suportará a episteme,
e ficava ali escutando.
O granito velho e cansado
Já não suportando o link
diante de tal açoite
do mesmo poema Leminski
pedia ao vento da noite
que o levasse, o rogado.
E deu-se a ventania
no marasmo criativo
E o vento num rodopio
ouvindo a pedra um dia
atendeu o tal pedido
com a força da maresia
Éolo Deus do pum
de rogado não se fez
Para outro lugar algum.
E a pedra vejam vocês
evadiu-se do posto um
foi parar lá no posto seis.
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