O gosto da juventude está franzido
no rosto da jovial adrenalina.
O diurno é a noturna anfetamina
sintetizada e sem virtude de sentido.
E tudo ocorre nessa cápsula do vento,
tão disponível no macabro do cardápio.
Sede é o vazio transpassado pelo gládio.
Contracultura do letal descabimento.
No movimento Tecno-Pop abobamento
do indivíduo, em vendaval é seduzido
à busca frágil do comercial divertimento.
Num ritual das aparências é detido.
Frenético, suado, o móbil abduzido.
É anulado da persona no mercado dos banidos.
O corpo rápido para no tempo, sem estima,
dissociado à luz do sol da Cetamina,
lúdico ilógico nas Pic-Ups diluído.
Fálico, clubber, palco espelho, nu da cina.
Ao som do funk, seu primo pobre, se turbina.
E o sujeito, vulto do eu, nele mesmo é cindido.
Fica mais breve de prazer, mais deprimido.
As tais pastilhas fazem jus ao estranhamento.
GHB e álcool juntam brilho ao colorido.
Toxicomania em massa nessa praça faz assento,
sem as margens criativas são limites encardidos.
Resta em cal o ponto final do alheamento,
má diversão na solidão de um drogadiço.
Devassidão libidinal consome o tal em prejuízo.
Dizendo não compra a ilusão pelos ouvidos.
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