Fotografia: Um grupo de indígenas Waurá pesca na lagoa Piyulaga,Sebastião Salgado
O tempo de esperaé uma página do amor
cuja leitura deve ser calma.
É preciso saber ler as ausências,
os silêncios e as distâncias.
Este é um tempo antena
de saudade da convivência.
Transitando à distância lado a lado:
Os sentidos sem palavras,
as medidas sem trenas,
as paisagens sem as cenas,
de um espaço delicado
restante, do que agora é apenas
a falta no que nos doí à carne.
Mas por mais que cause trauma,
por mais que faça água,
por mais que produza dor,
essa dor é um desarme
na essência a se supor.
É preciso ter paciência,
paciência, paciência,
paciência de pescador.
É preciso guardar as utopias.
É preciso agradar a alegria.
É preciso força, dínamo, vetor.
O tempo de espera é frio,
e tem o barulho de um rio
que vai passando em fio;
Como quem aguarda o momento
da natureza do brilho
do mar, que é o delírio natural
do abrir de uma flor.
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