Fotografia: Marcelo Carnaval
Banalidades do porão.
Consumê de salão.
Qualquer bobagem
Sem cabimento é criação.
A poesia é a ciclista
atropelando o caminhão.
É o fulano arrivista
abocanhando o seu quinhão.
Tudo detém o conhecimento
dentro daquilo a que se finde.
Vértice refém do universal alento,
é a biblioteca do José Mindlin.
Qualquer abordagem
do sentimento é coração,
até um falso Baudelaire na contramão.
Democratizar conhecimento é fazer nação.
Por que não?
Todo poeta é franco atirador.
Tudo na poesia é dor e solução.
Na mais gramatical tradução.
A terra seca e a alfombra.
A devastação e a bomba.
Será a bala?
Será o dedo?
Será o cão?
Será a literatura um segredo á sombra?
O poema tem o condão
de ser a realidade
fantasiada de abstração.
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