À água de sal da Barra levei meus olhos,
para que não se furtassem às curvas do mundo.
Na calmaria do mar lavei meus pés
já tão cançados do chão dos homens.
Do sol maior da tarde louvei a pele
numa oração de carne abrasada e de vento.
Na sombra dos desconhecidos lavrei poemas
que ficarão guardados em nuvem, como digitais.
Na latitude do desejo lacei seu corpo,
e nele tatuei as tintas temperadas do prazer.
Na longitude da vida lancei a sorte,
essa senhora que de sí não dá a todos.
A atitude de amar resiste à morte,
mote que contempla à toda a humanidade.
Nas dobraduras da sorte reside o amor,
sentimento inteiro de todas as suas partes.
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