Fotografia:Circo I- Gustavo Longo
A inveja é trêmula,
apequena, é falha de gosto.
Não tem aparente rosto.
Quando ataca não é amena.
A inveja quer do outro, o posto.
Não sabe cantar canção,
não pede, mete a mão,
age mal, parece encosto.
Ataca na escuridão,
essa mesquinha impúbere.
Deseja o que não tem,
tão infantil e insalubre.
Estéril fronte em alguém,
cuja arte é um desgaste.
Não soma, rouba uma parte
sem sombra e sem mesmo alarde.
Cuidados há que se ter
com o sentimento invejoso.
Não pode ser musculoso,
esse estranho jeito e prazer
de querer do outro o gozo,
e não dedicar repouso
enquanto não o puder ter.
Cuidado com o falso, amigo,
que por não conter umbigo,
não sabe o cordão romper.
Da mãe será sempre um filho,
na falta de um estribilho
melhor que se possa dizer.
Esse sujeito invejoso
cujo voo não sai do pouso
fica velho sem crescer.
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