Aquelas jabuticabas frondejantes,
com os caules revestidos em negritude,
floriam brancas flores, qual gigantes,
plantadas de alegria e altitude.
Toda a virtude, das arvores doces,
traziam ao farfalhar do tempo infante.
Ceifadas, desfolhadas, as elegantes,
ficaram só memória, e acabou-se.
Por conta dos tijolos e das paredes,
telhados como muros habitantes,
que vivem do progresso seco em sede,
contêm brutalidade impressionante.
Agora quem por lá passa, não sabe,
o quanto ali viveu tanta aventura.
Sobrou a cara dura da cidade,
de pedra, de descarte e de clausura.
Desmata esconde na sua conjuntura,
amarras de uma história inacabada.
E a natureza perde em sua altura,
abaixo foram as jabuticabas.
A quem só vê no vento a cor do agora.
A lápide é a virtude, mesmo errada,
e as árvores tão sábias, tão senhoras,
nas tombas ignaras viram toras.
Com elas foi embora à luz dos tempos,
um outro tempo, o feito de outra hora.
Aqui chora o poema num lamento,
Pois a lembrança é um tipo de desforra.
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