Fotografia: Quase pronto- Antônio Soares
Não se expõe ao ridículo?
Não tropeça no acaso?
Nunca trocou um passo?
Nunca pagou um mico?
Nunca foi um palhaço?
Nunca queimou o filme?
Nunca perdeu razão?
Jamais errou na mão?
Há algo que o desafine?
Quem não perdeu ilusão?
Quem nunca cometeu gafe?
Nunca deu maior mancada?
Quem nunca cai na cilada?
Quem não sofreu xeque-mate?
Quem não entrou na roubada?
Quem nunca pisou na bola?
Nunca foi um desastrado?
Quem nunca foi questionado?
Quem nunca disse e agora?
Quem nunca foi o culpado?
Nunca falou uma bobagem?
Quem nunca desdenhou fé?
Quem nunca foi um lelé?
Quem nunca manchou imagem?
Quem nunca falhou até?
Quem é total e desperto?
Sem um vacilo qualquer?
Quem é maior que Javé?
Ou é normal tão de perto?
Quem nunca caiu dos pés?
O erro é o pai do acerto.
Salvo o menor engano,
meu caro amigo fulano,
o ser humano é conserto,
e o mundo é a falha do plano.
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