Fotografia: O circo III- Gustavo Longo
Mágoa é um ressentimento,
é tralha de fundo de sótão.
Crava seus dentes na gente,
queimando em larva candente
derramada no coração.
Concreto armado em silêncio,
construindo ao longo do tempo
um monumento ao descontente.
Pobre de quem o sente,
é um inimigo do perdão.
Tragedia interna e tardia
que dista do arrependimento,
na lenta dramaturgia
percorrida em passos lentos,
rumo ao culto do sofrimento
revido em mais solidão.
Resultado de um agravo
do qual se torna escravo
o fígado pertinente.
Chicana da afetividade
petrificada no vento.
Sua triste fisionomia,
ganha um maior acento
na solução sem solução
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