Fotografia: Os tempos da escrita e da memória- José de Almeida
Na arte de transfigurar a palavra está o refinamento humano da literatura, dando a ela uma outra forma, outra musculatura. Significando uma outra face, novo encarte, outra nova visão.
Nessa transfiguração a arte surge, onde o homem ressurge e a vida ganha amplitude, compreensão, transparência, abertura.
Alterando-se a palavra damos à ela outros sentidos, posto que um só não basta.
Na arte o humano se reconhece, se abastece, naquilo que busca de novo, num ato de reconstrução da sua própria realidade, de alguma forma modificada, encandecida.
Nessa compostura a vida se transforma, elástica, maior, mais crítica e de sentimentos mais farta.
Na arte de configurar a vida, a palavra, o idioma, é fruto comum do ambiente do conhecimento, a fala é cultura nata. A escrita é mais, requer níveis de elaboração.
Com a escrita a palavra muda, é outra lide, escrita é fermentação, é ousadia, é mosto; Quem faz dela o melhor uso, transforma a si e ao outro, dando á fala novo rosto, novo valor, novo gosto, isto é a criação, essa é a diferença iluminada.
Nesse acontecimento se descreve o melhor posto, o melhor múltiplo discernimento de continuidade.
A escrita criativa fica assim contaminada, é a realidade revisitada de outa forma. Uma libertação na crônica renovada.
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