Fotografia- Rostos na multidão- Pedro Moreira
Vou caminhando, e comigo mesmo
sou essa multidão que há em mim.
Múltiplo e único dentro da vida,
a cada passo há um quem, saltando o trampolim.
Cada olhar renova, no outro, meu contesto,
onde piso vislumbro o rumo de outra avenida.
No tempo, a existência veste tantas roupas,
muitas vezes não sei bem o que despir.
Quantas peles podem traduzi-me ao fim,
se tantas vozes contradizem roucas,
tantas ideias compõem o que já vivi.
Quanta gente, na gente mesmo, se parecem loucas.
Se sou eu, esse eu é minha luta de classes.
Transformando a pessoa em tal ou qual situação,
sou de mim mais que evoca ao sol minha realidade,
comigo mesmo trago a mais um todo, toda uma cidade,
Na unicidade sempre em bruma há multiplicação.
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