No mundo tenho passado buscando
o que de mim seja acerto, sorte ou luta
pois me persegue o passo incerto lado a lado, a tentativa da vida por permuta, Não trago, na existência, nenhuma garantia pautada nos destinos acertados mais nefandos. De me perder no alfabeto dos corretos, de perceber os preconceitos desafetos, de saber ler os escondidos dialéticos ; Nesses desmandos fui me esquecendo em mim mesmo vez em quando. Longe ou perto deixei a voz embargada, não certinha. Vou negando os desagradáveis desafetos por sobrevivência. Vergo ouvidos surdos aos canalhas venerandos, por decência.
Minha voz se concretiza em liberdade e dela colho a força e o preço, o desterro enquanto erguido vou lutando. Muitos já têm caminhos pavimentados, as portas abertas e um céu futuro se desvendando a priori, cheiram a coisa que muito se bole.
Não me afino á libido dos medíocres, emoldurada nas virtudes previsíveis, ao que é de todos tão normal. Não, eu os desmereço , os meus erros, os tenho em alto preço, pois trago a alma amarrotada dos malandros.
Desde o começo tudo em mim provoca sustos , sou como um busto em bronze exposto ao desespero dos normais em praça publica, Perdi a ideia do que há em mim que supõem , ou que alguém por ignaro, a maior certeza tenha, por antecedência primeiro.
Nessas palavras rudes e desregradas ponho a leveza do afago e a lâmina afiada do desdém. Poucos me sabem, poucos me têm, multidões me imaginam, cruzam os meus rumos, outros, sendo tão ninguém. Os observo com uma calma iconoclasta, e feito um raio quebro imagens e vou além , trafegando por um fio de resistência nata.
Meu desafio é transpirar dignidade. Senhor do tempo e da idade , já venho claro, que os custos contratados são inevitáveis. Das cicatrizadas ? Disso já não falo , só as sabe quem as tem. Quem as conhece para além das cascas da humanidade.
A liberdade a que me refiro é hoje um amálgama,
um corpo como musculatura súbita e o saber. Algo a encarnar concretude, consciência e atitude.
Há uma trama com os meus calos, a existência resiste e resulta, entre a calma, a resiliência, e a pélvis relaxada.
Não é imaginação, é raça, é o alongamento da razão
reconstruindo o homem, todas as horas de todos os dias de todo o tempo, por enquanto.
Nenhum lamento no passado fica vazio, nenhum tempo vem do futuro , tempo é só um encanto da humanidade.
O que faço de mim não é virtude. Tudo que sou veio das ruas, com a coletividade do chão , do asfalto, da fuligem, do concreto, do barro moldado com a respiração da força e da calma. Meu corpo fala sempre sol, suor, chuva, transita água e dor memória. Vai encaminhando assim nos rituais estranhos, seus rastros são os restos de fatos , São rastros derivados da história que tenho, meus retratos, nessa realidade sou feito do meu próprio engenho. Esse olhar real, senhores, é tudo o que tenho.
Para ler poesia basta ter calma, Para ler Poesia basta ter paixão, deixe-a incidir subcutânea, trama das retinas à veia aorta para faxina do coração.
Citações
A palavra é o fio de ouro do pensamento.
SÓCRATES
quarta-feira, 8 de outubro de 2025
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
Diário de borda
- Há tempos que as fronteiras são cerradas, tempos de maior escuridão , há tempos tão sem solidariedade, onde o olhar do outro é negação . Há tempos que as taças são trincadas , aonde a egoidade tem vazão, tais tempos têm as horas mais nubladas, as perguntas vão ao nada , quando as respostas escondidas não virão; São tempos de lutas mais acirradas, tempos de cansada volição, quando tentar parece ser a coisa errada, o mundo parece perder a razão. Então respiro fundo e busco a calma mais sensata, não me assustam as bravatas, há que ser a solução. Procuro encontrar o equilíbrio nas quebradas, nessa época tão ingrata desses tempos em questão. Confio que o tempo anda, é frio , no entanto tudo passa. Meus olhos ponho firmes na mirada, aos olhos de quem me faz tal negação. Nesses olhos antevejo a trama das ideias calcinadas, da ilusão desapontada , alem de só maior devastação. E nessas horas tacanhas, tristes, desanimadas, quando o nó da forca é a exclusão, eu tiro o pó do corpo na estrada, e sigo o meu caminho, sou meu o chão. Percalços, como o vento, são passagem, no escuro hei que ter sempre coragem. Sem perder dignidade aonde é tempo de reconstruir uma nação.

sexta-feira, 20 de junho de 2025
Jejum de afeto
Jejum de afeto não deixa saudade, já tens idade de não ser assim. Sorriso falso é boca de covarde, e esses lábios não falam de mim. Abrace o mundo lá em Piedade, espante todo o pó da zona sul. Jejum de afeto corre das verdades se Acarí te faz ficar azul . Sendo o poeta spot que ilumina, sai dessa esquina e vais brilhar também , não é noturna a cor da indolência, disfarça e pensa que viver faz bem. Se teus abraços não aquecem nada, do teu olhar disposta a hipocrisia , se não puder viver a madrugada, encurte a estrada e morra ao meio dia.
domingo, 4 de maio de 2025
Império dos sentidos
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