Seu instrumento é a palavra
o sopro, o veio de luz.
se é solo desafinado
o verbo é o que a traduz.
Às vezes parece escracho,
quando acha a todos tão nus.
de ouvidos tira o capuz
do silêncio, e assina embaixo.
Tal instrumento, falada,
é achada dentro de um verso,
Com ela eu digo o que penso,
no extenso e no frágil protesto.
Quando ela fica agachada,
guardada dentro do incerto,
parece expressão de um deserto,
aonde a cultivo de enxada.
Pura ideologia em suspenso,
do homem é mais que seus ossos.
Tem sonhos verbais e terrosos,
despidos dos pensamentos.
Palavra contem paradoxos,
solares por natureza,
denota visão de um mundo.
Quem a domina mais fundo
desbrava a tal da certeza.
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